Apesar da desaceleração das fábricas chinesas e das tarifas pressionando as margens de lucro, a influência da tecnologia na economia global continuou a crescer, com um recorde de 161 empresas na lista Global 2000 da Forbes, que mede as maiores empresas de capital aberto do mundo. Enquanto outras indústrias continuam a suportar o impacto da crise do coronavírus, muitas companhias de tecnologia já estão emergindo da ruptura e voltando à força total.
A Apple se manteve como líder do setor, apesar de ter caído três posições na média geral, para a nona posição na lista, e a Microsoft não está muito atrás, subindo para 13ª posição. Ambas as ações estão atingindo recordes depois de mergulhar em uma crise com o resto do mercado em fevereiro e março.
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O valor de mercado da Microsoft, de US$ 1,4 trilhão, foi o maior da América e o segundo no mundo quando os dados foram compilados em 30 de abril. Já a Apple ficou com US$ 1,3 trilhão. Globalmente, a dupla ficou atrás apenas do monólito de petróleo Saudi Aramco. A controladora do Google, Alphabet, o Facebook e o conglomerado chinês Tencent também estão entre as oito principais empresas do mundo em valor de mercado. Embora a Apple seja a única empresa de tecnologia entre as 10 primeiras no total de vendas –a Amazon é classificada como varejista– os investidores estão apostando muito no futuro.
A Alphabet está empatada com a Microsoft no 13º lugar da lista geral, e o Facebook e a Tencent subiram entre os 50 primeiros, atrás dos fabricantes de chips Samsung e Intel. As empresas de computação em nuvem IBM, Cisco e Oracle fizeram sua parte como representantes de tecnologia entre as 100 melhores. Cumulativamente, essas dez companhias entre as 100 melhores ganharam quase US$ 800 bilhões em valor de mercado desde abril de 2019.
Esse número é ainda mais surpreendente, uma vez que os lucros dessas marcas caíram levemente no mesmo período. As tarifas de importação de smartphones, laptops, tablets e outros dispositivos eletrônicos fabricados na China aumentaram bastante nos relatórios de ganhos do Vale do Silício no outono e inverno do ano passado.
A Califórnia continua sendo o centro de gravidade do mundo da tecnologia: seis dessas 10 empresas estão localizadas na área da baía de San Francisco e 45% de todos os nomes do setor presentes na lista estão sediados nos EUA, em comparação com apenas 29% das empresas de tecnologia entre as 2.000 da lista toda.
A Dell foi uma grande exceção à tendência de lucros estagnados e migrou da posição 469 para a 127 na lista desse ano. O crescimento aconteceu logo após seu retorno aos mercados públicos em dezembro de 2018 por meio de um acordo histórico da VMware. Apesar de um declínio significativo no preço das ações que varreu bilhões da fortuna pessoal do fundador e CEO, Michael Dell, sua empresa registrou US$ 4,6 bilhões em lucros nos últimos 12 meses, depois de sofrer perdas operacionais de 2018 até o primeiro trimestre de 2019.
A Uber é a novata em tecnologia de nível mais alto, marcando a posição 712, apesar de não ter protagonizado uma história de sucesso desde sua abertura de capital, há um ano. Suas ações caíram vertiginosamente com a pandemia de coronavírus, e seus US$ 8,5 bilhões em perdas – segundo dados da Forbes –representaram a quarta maior queda entre todas as 2.000 empresas da lista– e isso nem inclui os US$ 3 bilhões perdidos no primeiro trimestre, valor que só foi registrado semana passada, quando a lista já estava pronta.
Duas outras companhias que fazem suas estreias após os IPOs em 2019 parecem ter perspectivas melhores: Zoom e Slack. Nenhuma das duas está no topo da lista –o Zoom é o 1.601º e o Slack foi um dos últimos, no número 1.990–, mas ambos se tornaram onipresentes nos últimos dois meses para trabalhadores remotos em todo o mundo. Quando os ganhos do Zoom durante a era dos coronavírus forem levados em consideração em seus próximos registros trimestrais, não se surpreenda ao vê-lo dar um grande salto no próximo ano.
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