O sol entrava pelas janelas da casa do engenheiro chefe da HP, Chandrakant Patel, em uma quinta-feira de abril, mas isso não o impediu de dançar “You Should Be Dancing”, dos Bee Gees, como se estivesse em um clube em um sábado à noite.
Por 12 horas, a HP contratou o DJ Ryan Best para tocar uma festa virtual para sua força de trabalho global a fim de animar os funcionários durante o período de pandemia do novo coronavírus. Cerca de 2.000 funcionários se conectaram no Zoom para dançar com animais de estimação, bichos de pelúcia, perucas e outros adereços –tudo na frente de seus chefes e colegas de trabalho.
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“As pessoas realmente adoraram”, diz Tracy Keogh, diretora de recursos humanos da HP. “O que precisamos fazer é reunir as pessoas e animá-las. É tão difícil manter a alegria durante a pandemia.”
Essa forma de animar a equipe, com inúmeras outras medidas de bem-estar dos funcionários, garantiu à empresa de hardware e tecnologia o 17º lugar em nossa 4º lista anual dos Melhores Empregadores do Mundo. A Forbes fez parceria com a empresa de pesquisa de mercado Statista e analisou 160 mil trabalhadores em tempo integral e parcial de 58 países de empresas com atuação em várias países ou regiões.
As pesquisas foram realizadas em uma base contínua de junho a julho, e os participantes foram solicitados a avaliar sua disposição de recomendar seus próprios empregadores para amigos e familiares. Eles também foram solicitados a avaliar sua satisfação com as respostas de seus empregadores à Covid-19 e pontuá-los por sua imagem, abordagem econômica, desenvolvimento de talentos, igualdade de gênero e responsabilidade social. A lista final é composta por 750 multinacionais e grandes corporações sediadas em 45 países.
Os Estados Unidos dominaram a lista com 247 empregadores, seguidos pela Europa com 224, e Ásia e Oceania com 208. A Samsung, da Coreia do Sul, ficou em primeiro lugar, seguida por Amazon e IBM, na segunda e na terceira posições, respectivamente. Não é novidade que os funcionários de organizações de TI, software e telecomunicações, que viram os negócios crescer e puderam trabalhar remotamente com mais facilidade, tenderam a avaliar as respostas de suas empresas ao coronavírus de forma mais positiva do que os trabalhadores de viagens e lazer ou empresas de transporte. Entrevistados da Colômbia e do Brasil ficaram muito mais satisfeitos com a forma como seus empregadores lidaram com a pandemia do que os do Japão, Cingapura, Coreia do Sul e Itália.
Muitas das empresas na lista não ficaram imunes aos efeitos da Covid-19. A Amazon, principalmente, está enfrentando uma ação judicial alegando que a empresa não proporcionou aos funcionários da JFK8 Staten Island um ambiente de trabalho seguro. E pelo menos oito funcionários da Amazon morreram alegadamente de Covid-19. Porém, desde o início da pandemia, a empresa fez grandes investimentos para garantir segurança. Ela deu a todos os funcionários e parceiros da linha de frente um bônus totalizando US$ 500 milhões em junho e gastou US$ 4 bilhões em medidas relacionadas ao coronavírus, incluindo a distribuição de mais de 100 milhões de máscaras faciais aos funcionários, implementação de verificações de temperatura em locais ao redor do mundo e reforço de procedimentos de limpeza em todas as unidades da Amazon. A empresa também começou a testar regularmente seus funcionários para Covid-19 e planeja fazer 50 mil testes por dia em 650 locais até novembro.
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“Nos primeiros dias da crise, recrutamos vários dos principais médicos em epidemiologia e resposta a surtos para trabalhar com nossa equipe de segurança global de 5.000 membros para planejar e implementar mudanças de processo em todos os nossos prédios”, disse um porta-voz da Amazon. “No total, introduzimos ou alteramos mais de 150 processos para garantir a saúde e a segurança de nossas equipes.”
Além da lendária festa, a HP ofereceu a seus funcionários uma série de outras vantagens durante a pandemia. A empresa norte-americana expandiu os critérios de inscrição para seu fundo de auxílio, permitindo que todos que enfrentassem dificuldades financeiras relacionadas à pandemia se inscrevessem para receber até US$ 10 mil. Os funcionários também tiveram acesso a horários de atendimento semanais com médicos, aulas de culinária conduzidas por chefs Michelin e sessões de apoio ao ensino doméstico.
Na Alemanha, a empresa de manufatura Siemens adotou o trabalho remoto permanente, anunciando em julho que seus funcionários podem trabalhar à distância dois ou três dias por semana após o fim da pandemia. O empregador está classificado em nono em nossa lista.
“A maioria dos meus colegas em outras empresas não esperava um anúncio como este de um ícone industrial como a Siemens”, disse Jochen Wallisch, vice-presidente sênior de recursos humanos da empresa. “Uma das raras coisas positivas na crise da Covid é que alguns dos preconceitos do trabalho remoto desapareceram. Todos nós vimos quão produtivo e eficaz você pode ser ao trabalhar em casa.”
A Cisco, classificada em 18º lugar, adotou uma abordagem diferente, com foco no bem-estar dos funcionários. Em 22 de maio, o CEO Chuck Robbins e o CPO Fran Katsoudas deram aos quase 76 mil funcionários da empresa norte-americana um dia de folga para promover a saúde mental. Três meses depois, em 28 de agosto, a Cisco anunciou um dia de folga semelhante para “desconectar”.
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O empregador também procurou apoiar os funcionários na Índia, onde os casos de Covid-19 aumentaram em áreas com infraestrutura médica deficiente. A Cisco implementou uma linha direta 24 todos os dias para seus 10 mil funcionários no país, conectando-os a profissionais médicos que poderiam fornecer conselhos e assistência para obter atendimento de qualidade.
“O que estamos fazendo como empresa é gerenciar e mitigar o risco de a Covid-19 se espalhar por toda a nossa base de funcionários em todo o mundo”, disse Katelyn Johnson, gerente-sênior de benefícios globais da Cisco. “Este foi um ano de desafios, mas um ano de esperança também.”
Veja, na galeria de fotos abaixo, as 15 primeiras entre as 750 empresas melhores empregadoras do mundo em 2020:
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SOPA Images/Getty Images Seu lucro operacional do quarto trimestre deve apresentar crescimento de 26%
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Nathan Stirk/Getty Images 2. Amazon
Segmento: Varejo e atacado
Ano de fundação: 1994
País: Estados Unidos
CEO: Jeff Bezos
Sede: Seattle, Washington, Estados Unidos
Valor de mercado: US$ 1,68 trilhão -
Nur Photo/Getty Images 3. IBM
Segmento: TI, Internet, software e serviços
Ano de fundação: 1911
País: Estados Unidos
CEO: Arvind Krishna
Sede: Armonk, Nova York, Estados Unidos
Valor de mercado: US$ 112,16 bilhões -
Barcroft Media/Getty Images 4. Microsoft
Segmento: TI, Internet, software e serviços
Ano de fundação: 1975
País: Estados Unidos
CEO: Satya Nadella
Sede: Redmond, Washington, Estados Unidos
Valor de mercado: US$ 1,67 trilhão -
Anúncio publicitário -
Nur Photo/Getty Images 5. LG
Segmento: Semicondutores, eletrônicos, engenharia elétrica, tecnologia de hardware e equipamentos
Ano de fundação: 1947
País: Coreia do Sul
CEO: Koo Kwang-mo
Sede: Seul, Coreia do Sul
Valor de mercado: US$ 8,9 bilhões -
Barcroft Media/Getty Images 6. Apple
Segmento: Semicondutores, eletrônicos, engenharia elétrica, tecnologia de hardware e equipamentos
Ano de fundação: 1976
País: Estados Unidos
CEO: Tim Cook
Sede: Cupertino, Califórnia, Estados Unidos
Valor de mercado: US$ 2,07 trilhões -
Justin Sullivan/Getty Images 7. Adobe
Segmento: TI, Internet, software e serviços
Ano de fundação: 1982
País: Estados Unidos
CEO: Shantanu Narayen
Sede: San José, Califórnia, Estados Unidos
Valor de mercado: US$ 242,89 bilhões -
Ligh tRocket/GettyImages 7. Alphabet
Origem: Estados Unidos
Vendas: US$ 282,8 bilhões
Lucro: US$ 58,5 bilhões
Ativos sob gestão: US$ 369,4 bilhões
Valor de mercado: US$ 1,3 trilhão -
Florian Gaertner/Getty Images 9. Siemens
Segmento: Engenharia, manufatura
Ano de fundação: 1847
País: Alemanha
CEO: Joe Kaeser
Sede: Munique, Alemanha
Valor de mercado: US$ 75,4 bilhões -
Sebastian Gollnow/Getty Images 10. Bosch
Segmento: Engenharia, manufatura
Ano de fundação: 1886
País: Alemanha
CEO: Volkmar Denner
Sede: Gerlingen, Alemanha -
Getty Images 11. Adidas
Segmento: Roupas, sapatos, equipamentos esportivos
Ano de fundação: 1949
País: Alemanha
CEO: Kasper Rorsted
Sede: Herzogenaurach, Alemanha
Valor de mercado: US$ 44,9 bilhões -
Getty Images 12. Dell Technologies
Segmento: Semicondutores, eletrônicos, engenharia elétrica, tecnologia de hardware e equipamentos
Ano de fundação: 1984
País: Estados Unidos
CEO: Michael Dell
Sede: Round Rock, Texas, Estados Unidos
Valor de mercado: US$ 52,76 bilhões -
Getty Images 13. Nike
Segmento: Roupas, sapatos, equipamentos esportivos
Ano de fundação: 1964
País: Estados Unidos
CEO: John Donahoe, Mark Parker
Sede: Beaverton, Oregon, Estados Unidos
Valor de mercado: US$ 200,4 bilhões -
Reuters Custos financeiros de bilhões de dólares e a saída do presidente aliado Donald Trump da Casa Branca estão forçando o presidente Jair Bolsonaro a recuar em sua decisão.
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Getty Images 23. Accenture – consultoria de TI
Principais cidades de atuação: São Paulo, Recife e Belo Horizonte;
Cargos mais comuns: engenheiro de software, analista de programação, analista de sistema;
Seu lucro operacional do quarto trimestre deve apresentar crescimento de 26%
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