Para entender o fascínio de um investimento na NBA, observe o centro de São Francisco. Foi nessa região que os Golden State Warriors abriram o Chase Center (de US$ 1 bilhão), após quase uma década de planejamento. A arena, que começou a funcionar cinco meses antes da pandemia, também chegou bem a tempo para a pior temporada do time desde o início dos anos 2000: após cinco idas consecutivas às finais da NBA, os Warriors entregaram o pior recorde da liga em 2020, com o MVP do time, Stephen Curry, afastado de quase todos os jogos devido a lesões.
O capitalista de risco Joe Lacob liderou um grupo de investimentos que pagou US$ 450 milhões pela equipe em 2010. Na temporada passada da NBA, o time registrou um recorde de US$ 474 milhões em receita –isso com apenas 34 jogos em casa. Em uma temporada normal, incluindo uma rodada de playoffs e uma arena com lotação esgotada, esse número chega facilmente a US$ 700 milhões.
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“Essas equipes têm um valor de marca tremendo, e isso vale muito”, diz Sal Galatioto, presidente da GSP Partners, que lidou com transações de equipes para times da NBA, incluindo Warriors e Philadelphia 76ers. O foco econômico também não é ruim, com multidões de fãs preparados para gastar e um valioso conteúdo de mídia sendo o principal apelo para multimilionários, que continuam promovendo valores.
Os Warriors são o primeiro time desde o Chicago Bulls –na fase de 1999– a quebrar o monopólio que os New York Knicks e os Los Angeles Lakers mantiveram no topo do ranking das equipes mais valiosas da NBA. Os Warriors saltaram para a segunda posição com um valor empresarial de US$ 4,7 bilhões, batendo os Lakers (US$ 4,6 bilhões), que caíram para o terceiro lugar. Os Knicks, com US$ 5 bilhões, assumem o primeiro lugar pelo sexto ano consecutivo.
O fascínio de uma franquia da NBA pode ser visto mesmo em um ano desafiador como a temporada de 2020, quando os times jogaram apenas 80% dos jogos programados da temporada regular e perderam receitas lucrativas de arena nos playoffs por causa da pandemia. O lucro médio da equipe, medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, caiu apenas 12%, para US$ 62 milhões, amortecido em parte por enormes contratos de TV que pagaram integralmente o valor combinado no pré-pandemia, bem como uma redução nos salários dos jogadores. Apesar do caos causado em suas finanças, todos os times da NBA apresentaram lucro operacional positivo, pelas contas da Forbes, com os Warriors alcançando um recorde de US$ 200 milhões.
O valor médio da equipe subiu de US$ 2,1 bilhões em 2019 para US$ 2,2 bilhões na última temporada, um aumento de 4%. Esse é o menor ganho desde 2010, período que ainda lutava com as consequências econômicas da crise imobiliária. Para efeito de comparação, ele corresponde ao aumento no valor das equipes da MLB e segue o ganho de 7% para a NFL. Os valores de NHL caíram 2%. A receita do Leaguewide caiu 10%, para US$ 7,9 bilhões.
Os donos da NBA estão em uma posição invejável. Uma dúzia das 30 franquias da NBA são avaliadas em US$ 2 bilhões ou mais, com as seis mais valiosas representando quase dois terços dos ganhos totais de valor da franquia nos últimos 12 meses. Esses proprietários podem esperar sair da pandemia em bases sólidas, com forte demanda por ingressos e patrocínios para a próxima temporada.
O melhor nisso tudo é que ganhar é opcional. Os Knicks perderam quase 70% de seus jogos nas últimas seis temporadas e venceram apenas uma série de playoffs desde 2000. Eles fazem parte do Madison Square Garden Sports, de capital aberto, controlado pela família bilionária Dolan. Os Knicks são apenas o terceiro clube esportivo do mundo a atingir uma avaliação de US$ 5 bilhões, depois dos Dallas Cowboys e dos New York Yankees, graças a uma renovação da MSG de US$ 1 bilhão e um acordo de sucesso com a TV. Na última temporada, os Knicks tiveram receita de US$ 421 milhões e lucro operacional de US$ 178 milhões, ambos os segundos maiores da NBA, apesar de perder 45 de seus 66 jogos e ficar de fora dos jogos em Orlando no verão norte-americano.
Esse tipo de número é um grande atrativo para investidores, mesmo em mercados menores. O cofundador da Qualtrics, Ryan Smith, liderou um grupo de investimentos que pagou US$ 1,66 bilhão pelo Jazz em outubro, com um prêmio de 7% em relação à avaliação da Forbes de fevereiro de 2020.
Os jogadores já compartilham do crescimento da liga recolhendo cerca de 50% de sua receita, mas a chefe do sindicato, Michele Roberts, diz que vai lutar para que os jogadores recebam stakes de participação quando chegar a hora de renovar o acordo atual, que termina em 2024. Wall Street também está de olho, explorando o uso de empresas de aquisição para compras de equipes esportivas. Embora isso não tenha sido testado, os insiders acreditam que cada uma das quatro principais ligas esportivas dos EUA, fora da NFL, avançaria com um acordo Spac.
O private equity também está rondando o ambiente depois que a NBA mudou suas diretrizes para permitir que as firmas possuam até 20% de uma única franquia –participações minoritárias que quase sempre vendem com desconto para participações de controle. A liga aprovou a Neuberger Berman’s Dyal Capital Partners como um investidor de franquia na primavera passada, enquanto a CVC Capital Partners pode ser a primeira a entrar na mudança, enquanto busca negociações para adquirir uma participação minoritária no San Antonio Spurs.
As equipes esportivas oferecem às empresas diversificação de ativos, como ações e títulos, mas o júri ainda não decidiu se sua entrada será uma virada de jogo.
Veja, na galeria de imagens a seguir, as 10 equipes mais valiosas da NBA em 2021:
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Reprodução/Forbes 1. New York Knicks
Valor: US$ 5 bilhões
Crescimento no ano: 9%
Proprietário: Madison Square Garden Sports
Receita operacional: US$ 178 milhões -
Ronald Cortes/Getty Images 2. Golden State Warriors
Valor: US$ 4,7 bilhões
Crescimento no ano: 9%
Proprietário: Joe Lacob, Peter Guber
Receita operacional: US$ 200 milhões -
Reprodução/Forbes 3. Los Angeles Lakers
Valor: US$ 4,6 bilhões
Crescimento no ano: 6%
Proprietário: Jerry Buss Family Trusts, Philip Anschutz
Receita operacional: US$ 155 milhões -
Alex Menendez/Getty Images 4. Chicago Bulls
Valor: US$ 3,3 bilhões
Crescimento no ano: 3%
Proprietário: Jerry Reinsdorf
Receita operacional: US$ 115 milhões -
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Meg Oliphant/Getty Images 5. Boston Celtics
Valor: US$ 3,2 bilhões
Crescimento no ano: 3%
Proprietário: Wycliffe & Irving Grousbeck, Robert Epstein, Stephen Pagliuca
Receita operacional: US$ 86 milhões -
Meg Oliphant/Getty Images 6. Los Angeles Clippers
Valor: US$ 2,75 bilhões
Crescimento no ano: 6%
Proprietário: Steve Ballmer
Receita operacional: US$ 57 milhões -
Tim Nwachukwu/Getty Images 7. Brooklyn Nets
Valor: US$ 2,65 bilhões
Crescimento no ano: 6%
Proprietário: Joseph Tsai
Receita operacional: US$ 44 milhões -
Jonathan Bachman/Getty Images 8. Houston Rockets
Valor: US$ 2,5 bilhões
Crescimento no ano: 1%
Proprietário: Tilman Fertitta
Receita operacional: US$ 94 milhões -
Reprodução/Forbes 9. Dallas Mavericks
Valor: US$ 2,45 bilhões
Crescimento no ano: 2%
Proprietário: Mark Cuban
Receita operacional: US$ 84 milhões -
Mike Ehrmann/Getty Images 10. Toronto Raptors
Valor: US$ 2,15 bilhões
Crescimento no ano: 2%
Proprietário: Bell Canada, Rogers Communications, Larry Tanenbaum
Receita operacional: US$ 79 milhões
1. New York Knicks
Valor: US$ 5 bilhões
Crescimento no ano: 9%
Proprietário: Madison Square Garden Sports
Receita operacional: US$ 178 milhões
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