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Forbes 50+ 2023 traz histórias de reinvenção e sucesso após os 50 anos

Conheça os personagens da lista 50 Over 50 2023 em dez áreas diferentes

Cláudio Gradilone, Décio Galina, José Vicente Bernardo, Mariana Weber e Sofia Patsch

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A lista a seguir é uma celebração à vida, à vida longa e produtiva. Nela, distribuídos em 10 categorias, estão nomes de gente que brilha intensamente depois de meio século de existência. Nomes como o “Warren Buffett brasileiro”, Luiz Barsi Filho, que, do alto de seus 84 anos, dá dicas de ouro a jovens investidores nas mídias digitais. Como a sobre-humana Fernanda Keller, 59, que vai disputar pela 27ª vez o Ironman do Havaí. Como Milton Nascimento e muitos outros de semelhante quilate.

As categorias são: Arquitetura, design e moda; Artes; Cinema, teatro e televisão; Empresários, empreendedores e executivos; Esportes; Finanças; Gastronomia e turismo; Influenciadores; Impacto; Música.

Veja abaixo os homenageados da lista 50 Over 50 2023:

  • VICTOR AFFARO

    Relativamente novo na área, Nino di Primo começou a modelar aos 48 e, desde então, os trabalhos só aumentam. “O mercado deu uma grande oportunidade para vários perfis, como modelos com vitiligo, plus size e para sênior também, coisa que, antigamente, não era possível”, explica. Nino começou sua carreira aos 18 anos como dançarino na casa de shows Plataforma 1, na Avenida Paulista. “Meus três anos na casa foram como uma escola, aprendi muita coisa. De lá, comecei minha carreira internacional como bailarino. O primeiro país em que morei foi o Japão, onde permaneci por seis meses”, conta o modelo, que já morou em mais de nove países. A dança já não fazia parte de sua vida há mais de uma década, quando, um belo dia, recebeu uma mensagem pelo Instagram que mudou sua vida. “Fui procurado pelo designer de joias Marco Apollonio para fazer um shooting para o Baile da Vogue. Aceitei, mas não coloquei muita fé que viraria alguma coisa, pela minha idade. Mas não é que virou?!” Hoje, agenciado pela Mega Models, Di Primo está cheio de trabalhos. “Em cinco anos, fiz diversas campanhas publicitárias, propagandas e desfiles no SPFW e Casa de Criadores”, comemora.

  • DANILO FRIEDL

    Sílvia começou sua carreira como modelo em 1979, aos 21 anos. Em 1981, foi para a Europa pela primeira vez a trabalho. Durante os anos seguintes, morou e trabalhou em Milão e Paris desfilando para diversas grifes, como Giorgio Armani, Christian Dior e Chanel. Em 1990, aos 32 anos, estreou como atriz na minissérie Boca de Lixo. Hoje, aos 65 anos, Sílvia segue nas duas profissões, e recentemente chamou a atenção do mundo da moda ao desfilar para seu amigo Lino Villaventura no SPFW mais recente. “Os 60 de hoje são os 40 de outrora e fazemos parte ativa desta roda atuante”, disse Sílvia, que pretende seguir no mundo da moda, se seu ofício como atriz permitir. “Tenho uma amiga da época em que morei em Paris que tem trabalhado bastante como modelo na Itália de dois anos para cá”, conta. Atualmente, ela mantém um programa em uma rádio digital chamado Sons&Poesia, no qual toca músicas de sua playlist e, em breves intervalos, recita poesias. Ela também estuda a formatação de um espetáculo teatral.

  • DANIEL KATZ

    Jayme se tornou um dos nomes mais incensados entre os compassos brasileiros. Formado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal do Paraná, também estudou engenharia para não encontrar obstáculos na hora de colocar sua arte em pé. Na década de 1990, abriu seu próprio escritório e, hoje, possui sedes em Curitiba, Balneário Camboriú e São Paulo, com uma equipe de mais de 45 profissionais. De lá para cá, converteu seu nome em sinônimo não apenas de arquitetura residencial e comercial de alto padrão, como também se especializou no ramo da hotelaria. Com seu selo Dieedro, exercita sua verve na escala do desenho autoral, de grandes móveis a pequenos acessórios, sempre com um acento mais lúdico e moderno. Atualmente, tem se dedicado a projetos de grande porte por diversas cidades brasileiras, entre elas Sinop, Cascavel, São Paulo e Balneário Camboriú. Além dos projetos, Jayme se orgulha em ver sua linha de móveis exclusivos em grandes lojas do Brasil, além de estar exposta em uma galeria de arte em Miami.

  • CAMILA ROCHA

    Criado em agosto de 2005, o estúdio Nada se Leva surgiu da empatia de estilo entre seus designers, André Bastos e Guilherme Leite Ribeiro. André, nascido em Porto Alegre e radicado em São Paulo, teve uma trajetória eclética em sua carreira. Estudou por quatro anos medicina, foi comissário de bordo internacional da Varig por nove anos e atuou por uma década no mundo da moda, com sua loja de roupas femininas, Villa Due, até encontrar no design de móveis e objetos a forma ideal de expressar sua criatividade. Guilherme, que mora atualmente no Rio de Janeiro, é formado em belas artes e comunicação em NY, atuou como designer e diretor de arte em Nova York e Milão, além de ter trabalhado por cinco anos na sua própria empresa de comunicação no Brasil. Nos últimos nove anos, os dois são diretores criativos da marca Lider Interiores. Antes, fizeram a direção criativa das marcas Larco, La Lampe, Amazônia e para uma ação do Sebrae com seis associações de artesanato. Desde o princípio, têm uma parceria próxima com a loja FirmaCasa de São Paulo.

  • DIVULGAÇÃO

    Criado em agosto de 2005, o estúdio Nada se Leva surgiu da empatia de estilo entre seus designers, André Bastos e Guilherme Leite Ribeiro. André, nascido em Porto Alegre e radicado em São Paulo, teve uma trajetória eclética em sua carreira. Estudou por quatro anos medicina, foi comissário de bordo internacional da Varig por nove anos e atuou por uma década no mundo da moda, com sua loja de roupas femininas, Villa Due, até encontrar no design de móveis e objetos a forma ideal de expressar sua criatividade. Guilherme, que mora atualmente no Rio de Janeiro, é formado em belas artes e comunicação em NY, atuou como designer e diretor de arte em Nova York e Milão, além de ter trabalhado por cinco anos na sua própria empresa de comunicação no Brasil. Nos últimos nove anos, os dois são diretores criativos da marca Lider Interiores. Antes, fizeram a direção criativa das marcas Larco, La Lampe, Amazônia e para uma ação do Sebrae com seis associações de artesanato. Desde o princípio, têm uma parceria próxima com a loja FirmaCasa de São Paulo. Baiano de Campo Formoso, Aristeu Pires deixou o estado com apenas 8 anos. De lá até se firmar em Canela, no Rio Grande do Sul, há 21 anos, ele não parou. O artista passou por Salvador, mas logo depois foi para Goiás, e ainda morou em Brasília e Rio de Janeiro. Pires é formado em ciência da computação, área em que atuou até 2001, quando, por uma necessidade de mudança de estilo de vida, acabou seguindo o caminho do design de móveis de madeira, e assim ficou conhecido como o “mago das cadeiras”. Uma das suas primeiras criações, a poltrona Gisele, que ganhou o Prêmio do Museu da Casa Brasileira, segue sendo vendida, mesmo 21 anos depois, e vai ganhar uma edição especial de maioridade em dezembro. “O móvel não fica velho, fica vintage”, brincou o designer, que não quer saber de tendências. Atualmente, Aristeu vive em Itajaí (SC), mas está de passagem por SP, onde inaugurou, em junho, uma loja homônima em Moema, com sua linha completa de mobiliários, que também podem ser encontrados em NY e Los Angeles. (SP)

  • MARCIA CHARNIZON

    Escritora brasileira mais lida nos últimos dois anos com seu Tudo é Rio – lançado originalmente em 2014 em publicação própria, vendido no “boca a boca”, editado pela Record em 2021 e hoje com aproximadamente 150 mil exemplares vendidos e uma adaptação cinematográfica a caminho –, Carla conta que seu maior desafio é proteger o espaço criativo. “É escrever o livro que quero escrever sem negociar com nenhum tipo de exigência que não sejam as minhas. Experimentar, mergulhar na linguagem, encaminhar os acontecimentos, lidar com as dificuldades criativas sem me preocupar com aspectos externos”, diz. “Escrever, para mim, não é mandar recado, não é território didático, não é acerto de contas. Quero olhar para as personagens e suas circunstâncias com curiosidade e imaginação.” A mineira, que além de escrever atua como diretora de criação da agência de publicidade Lápis Raro, é autora também de A Natureza da Mordida (2018) e Véspera
    (2021). “Acho que as pessoas têm adesão aos meus livros porque eles amarram o que está espalhado dentro delas. Dizem tudo sem poupar o leitor de nada – nem das palavras cruas nem das poéticas”, conclui.

  • DING MUSA

    Com participações na Bienal de Havana, em três edições da Bienal de São Paulo e em mostras em museus como o MoMa, em Nova York, o Centre Georges Pompidou, em Paris, e o Stedelijk Museum, em Amsterdã, Leda Catunda é uma das mais expressivas artistas da chamada Geração 80. Aluna de artistas de renome como Regina Silveira, Nelson Leirner e Walter Zanini, desenvolveu uma produção pictórica focada na exploração dos limites entre a pintura e o objeto, transitando entre a cultura de massa e o artesanato e valendo-se da pintura abstrata, da escultura e da colagem. Em 1990, recebeu o prêmio Brasília de Artes Plásticas/Distrito Federal, na categoria Aquisição; em 1998, foi tema do livro Leda Catunda, de Tadeu Chiarelli, lançado pela Cosac Naify; e em 2003 tornou-se doutora pela Universidade de São Paulo. No ano passado, teve exposições individuais na galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, em São Paulo, e na Bortolami Gallery, em Nova York.

  • HELEN SALOMÃO

    Fotógrafa e ativista suíça naturalizada brasileira, Andujar é conhecida internacionalmente por seu trabalho com o povo yanomami, realizado sobretudo nos anos 1970 e 1980. Cerca de 200 dessas imagens compõem a mostra A Luta Yanomami, em cartaz atualmente no Museo Universitario Arte Contemporáneo, na Cidade do México, depois de ter passado por instituições como The Shed (EUA), Fotomuseum (Suíça), Barbican Centre (Inglaterra), Fundação Mapfre (Espanha) e Fundação Cartier pela Arte Contemporânea (França), além da Trienal de Milão, na Itália. A exposição estreou em 2018 no Instituto Moreira Salles, que adquiriu recentemente o acervo com mais de 45 mil fotogramas de Andujar, além de documentos e trabalhos fotojornalísticos, como os feitos para a extinta revista Realidade. Em texto publicado no catálogo da mostra, a fotógrafa afirma: “Estou ligada aos povos indígenas, à terra, à luta primária. Tudo isso me comove profundamente. Tudo parece essencial. Sempre procurei a resposta à razão da vida nessa essencialidade. E fui levada para lá, na mata amazônica, por isso. Foi instintivo. À procura de me encontrar”.

  • FRANCISCO PRONER

    Um dos pioneiros na instalação artística no Brasil, Cildo produz, desde a década de 1960, obras que exploram experiências multissensoriais e questionam o que é arte. Entre suas criações mais conhecidas, está Desvio para o Vermelho (1967-84), no Instituto Inhotim – um espaço com carpete, mobiliário e objetos em tons exclusivamente avermelhados. Depois de Hélio Oiticica, foi o segundo brasileiro a ganhar uma exposição retrospectiva no Tate Modern, de Londres, em 2008, ano em que também recebeu o Premio Velázquez de las Artes Plásticas, concedido pelo Ministério de Cultura da Espanha. Em 2019, o Sesc Pompeia reuniu 150 trabalhos seus em uma mostra individual. Neste ano, o artista carioca está em cartaz na galeria paulista Luisa Strina com a mostra No Reino da Foda, sobre sexualidade e violência, e tem trabalhos expostos no MoMa, de Nova York, na exposição Chosen Memories (Histórias Escolhidas), que reúne obras latino-americanas. “O maior desafio da minha carreira é trabalhar com cultura no Brasil. Considero uma conquista, apesar de tudo, ter chegado até aqui”, diz ele. (MK)

  • LEO BENACI

    Além de inspirar seu pai a criar a icônica personagem dos quadrinhos que completa 60 anos em 2023, Mônica é diretoraexecutiva da Mauricio de Sousa Produções. Lá, é responsável pelas áreas comercial, audiovisual, institucional, digital e de marketing. “Só o canal no YouTube da Turma da Mônica já chegou a 19 bilhões de visualizações. Isso comprova a perenidade da marca. E manter isso, continuar atraindo crianças e adultos, é nosso maior desafio”, diz. Ela conta que, antes de fechar qualquer projeto, tem como filosofia questionar se daria o produto aos seus filhos. “Só seguimos em frente se a resposta for sim – das maçãs da Mônica, passando pelo molho de tomate com o Jotalhão aos xampus para cabelos crespos e ondulados da Milena.” Mônica também atua como porta-voz de causas sociais e feministas, como o projeto Donas da Rua, que defende a igualdade de gênero e homenageia mulheres proeminentes em diferentes áreas profissionais. “A Mônica foi a primeira menina do Bairro do Limoeiro e já nasceu empoderada. Quando estreou, em 1963, o contexto já mostrava a força das mulheres. E essa sua força – não a física, é claro – foi inspirando mais e mais meninas a buscar seu espaço e a trilhar seu caminho”, diz. Entre as comemorações ao sexagenário da personagem, está o lançamento do podcast Monicast, em que fala sobre os bastidores da empresa ao lado do pai.

  • SÉRGIO ZALLIS

    A dramaturgia brasileira quase perdeu um de seus maiores talentos para o balé. A dança era o sonho de infância de Adriana. Por sorte, a rotina sofrida da prática a levou para outros caminhos. Cursou comunicação e, bem jovem, já apresentava um programa na TV Bandeirantes. Descoberta por um produtor da TV Globo, foi convidada para apresentar uma atração no Domingão do Faustão. O quadro não deu certo, mas foi chamada para um teste na novela Top Model e passou. “Nunca imaginei que seria atriz. Só topei porque achei aquele trabalho divertido. Ao longo do processo, me apaixonei pelo ofício.” Depois da novela, os convites não pararam. Participou de produções como Meu Bem, Meu Mal (1990), Renascer (1993), A Indomada (1997) e O Cravo e a Rosa (2000). Os prêmios não demoraram a chegar. Em 2010, recebeu a primeira nomeação ao Emmy pelo trabalho na série Dalva e Herivelto e a indicação geral de sua novela de maior sucesso, Avenida Brasil, na qual interpretou a vilã Carminha. Entre os planos para o futuro, ela tenta um lugar na agenda para voltar ao teatro, área na qual menos atuou. “Já estou flertando com um texto para voltar aos palcos, mas agora estou trabalhando muito no cinema e nas séries”, revela. “Não sonho com carreira internacional, mas sinto vontade de fazer um filme do Karim Aïnouz. Conta para ele!”, diverte-se. Quando reflete sobre o tempo, ela é otimista. “Sinto que, para a minha profissão, o tempo é um acalento. Se quero trabalhar até os 100, os 50 são apenas a metade do caminho”, diz.

  • HENRIQUE HANSMANN - TZ

    Durante a infância no interior de São Paulo, Gianecchini fazia aulas de teatro para dar vazão a uma imaginação fértil. “Era só uma brincadeira, nunca imaginei que viraria uma carreira.” Aos 18 anos, mudou-se de Birigui para a capital para cursar direito na PUC e tornar-se diplomata. Enquanto concluía o curso, mesmo sem gostar, foi descoberto como modelo e passou a trabalhar na área. Chegou a morar no exterior, mas aos 28 anos achou que o universo da moda era insuficiente e percebeu que a brincadeira de criança era a verdadeira paixão. Voltou a estudar teatro e, no primeiro teste, estreou nos palcos do Teatro Oficina. Durante sua segunda peça, Boca de Ouro, dirigida por José Celso Martinez Corrêa, foi visto por um produtor de elenco da Globo, que o levou para a TV em Laços de Família. Nos 20 anos seguintes, fez dezenas de novelas e peças, virou um dos maiores galãs da nossa dramaturgia e agora quer tomar as rédeas da carreira. Encerrou o contrato com a Rede Globo. Em 2022 e 2023, alternou as peças Brilho Eterno e A Herança com a série Bom Dia, Verônica, da Netflix. “Quero ousar, desconstruir o galã e encarar novas narrativas, não só como ator, mas como produtor e roteirista.”

  • JOÃO PEDRO JANUÁRIO

    Regina começou a estudar teatro no início dos anos 1970. Antes de ser um dos maiores nomes da televisão brasileira, fez história nos palcos. Ela é uma das fundadoras do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, um marco cultural da época, ao lado de colegas como Luís Fernando Guimarães e Evandro Mesquita. Seu primeiro sucesso popular na TV foi na novela Cambalacho (1986), quando interpretou Tina Pepper, que lançou seu nome na comédia. Depois disso, ganhou o público de vez ao integrar o elenco da TV Pirata. De lá para cá, Regina virou uma das mais importantes apresentadoras da TV brasileira. Esquenta, Programa Legal, Brasil Legal e Muvuca foram alguns dos projetos concebidos por ela. No cinema, atuou em 21 filmes, como Que Horas Ela Volta? (2015), de Anna Muylaert, pelo qual ganhou dois prêmios internacionais. Depois de 18 anos longe das novelas, ela não para de surpreender. Regina voltou em 2019 como a Dona Lourdes, em Amor de Mãe, trama interrompida pela pandemia. Em 2022, atuou pela primeira vez como uma vilã, Zoé, em Todas as Flores, produção da Globoplay. O sucesso foi tanto que a trama vai agora para a TV aberta.

  • DENNY SACHTLEBEN

    Um dos maiores diretores do cinema brasileiro, Karim é ainda roteirista e artista visual. Sua estreia foi o longa Madame Satã (2002), um de seus maiores sucessos. Ele já dirigiu cerca de 15 longas-metragens, entre eles A Vida Invisível (seu último longa-metragem, que ganhou o prêmio Un Certain Regard, no Festival de Cannes, em 2019), Praia do Futuro (com Wagner Moura), O Abismo Prateado e O Céu de Suely. Firebrand, sua primeira produção em língua inglesa, que tem como protagonistas os atores Jude Law e Alicia Vikander, foi aplaudida por oito minutos após sua exibição. Nascido em Fortaleza, ele vive em Berlim há uma década. No segundo semestre de 2023, lança no Brasil o documentário O Marinheiro das Montanhas, uma investigação sobre sua história, uma espécie de diário da primeira viagem que fez à Argélia, país de origem de seu pai. Karim só o conheceu aos 18 anos, pois ele abandonou sua mãe, uma cientista cearense, grávida, quando a Argélia conquistou a independência. Aïnouz é tutor e membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

  • BOB SOUSA

    Diretor, ator e dramaturgo, Zé Celso é um dos maiores nomes do teatro brasileiro e o cérebro por trás do Teatro Oficina, grupo criado ainda nos anos 1950 quando ele cursava a faculdade de direito. Paulista nascido em Araraquara, recebeu dezenas de prêmios no teatro nacional, como APCA e Shell, além de ter dirigido e atuado em peças emblemáticas da dramaturgia nacional, como Os Sertões e As Bacantes. Entre outros grandes sucessos, estão Pequenos Burgueses, O Rei da Vela, Na Selva das Cidades e Roda Viva. Zé Celso é um dos ícones da Tropicália, junto a Hélio Oiticica, Glauber Rocha e Caetano Veloso. Depois de sofrer censura durante a ditadura, ele partiu para o exílio em Portugal, onde recompôs o Oficina-Samba e apresentou espetáculos. Em seguida, foi para Moçambique, onde realizou o filme 25, sobre a independência daquele país, e, em 1978, voltou a São Paulo. Em 1991, Zé Celso retornou à cena em As Boas, de Jean Genet. Figura que nunca se cansa de surpreender, casou-se este mês com seu companheiro de 37 anos e atualmente planeja a adaptação do livro A Queda do Céu, “soprado” pelo xamã ianomâmi Davi Kopenawa ao etnólogo francês Bruce Albert. (KL)

  • LUCAS SEIXAS

    Fundador das cadeias de alimentação Habib’s e Ragazzo e das empresas de alimentos Arabian Bread (pão), Ice Lips (sorvetes) e Promilat (laticínios), além da Vox Line, empresa de call center, Saraiva tem uma comemoração tríplice neste ano. Além dos 70 anos de vida e dos 35 de casamento, são 35 anos de fundação da rede Habib’s. E ele quer comemorar a data como gosta: fazendo negócios. “Nos próximos quatro anos, vamos inaugurar unidades em 400 shoppings”, diz. “Atualmente, 80% da nossa rede é composta por lojas de rua, mas queremos mudar isso.” A explicação, esclarece o empresário, é uma mudança nos hábitos de consumo, especialmente dos clientes do Habib’s, que procuram alimentação de qualidade a preços competitivos. “Mais pessoas procuram os shoppings em busca de comodidade e segurança”, afirma. A expansão exigiu uma renovação dos projetos, com o lançamento de uma loja de apenas 50 metros quadrados. A nova unidade não terá salão com mesas, apenas os equipamentos. “Será possível vender todos os produtos do Habib’s. E usando áreas menores dos shoppings, o investimento é menor e o retorno é mais rápido.”

  • DIVULGAÇÃO

    Em uma estimativa conservadora, a Rede D’Or, fundada pelo médico neurologista Jorge Moll Filho, é a “quinta maior cidade brasileira” segundo os dados do Censo de 2022. A comparação não é inadequada. Todos os dias, passam 2,4 milhões de brasileiros por seus 72 hospitais (69 próprios) e 54 clínicas oncológicas. A rede oferece 11 mil leitos e emprega 87 mil médicos. Jorge é presidente do conselho de administração. Combinada, a fortuna da família controladora é de US$ 10 bilhões. A D’Or começou a partir de uma unidade cardiológica no bairro carioca de Botafogo, em 1977. Veio integrando hospitais desde a fundação e fez sua maior aquisição no início de 2022. Comprou, por R$ 7 bilhões, a seguradora e operadora de planos de saúde SulAmérica, aquisição que só foi aprova-da pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no fim de 2022. Isso tornou a rede a maior do país. Tinha um valor de mercado de R$ 73 bilhões no fim do primeiro semestre de 2023, e faturou R$ 23 bilhões em 2022.

  • DIVULGAÇÃO

    Há pouco menos de dez 10 anos, Alfredo, um dos sete filhos do banqueiro Olavo Egydio Setubal, deixou uma das vice-presidências do Itaú Unibanco e assumiu o comando da Itaúsa, holding que controlava o banco e as demais indústrias da família, como a Dexco (antiga Duratex). Nesse período, o engenheiro mecânico formado pela Mauá com especialização pela Fundação Getulio Vargas transformou uma empresa de participações que, na fundação, tinha apenas uma funcionária (a secretária de Olavo) na versão brasileira da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett. A Itaúsa é o maior investidor do Brasil. Atualmente, a holding participa ou controla as empresas líderes de diversas atividades – de saneamento básico (Aegea) a gasodutos (NTS); da distribuição de gás de cozinha (Copa, antiga Copagás/Liquigás) até vestuário. A Itaúsa participa do controle da tradicional Alpargatas, que produz as sandálias Havaianas, uma das poucas marcas brasileiras realmente globais. Nas horas vagas, Alfredo é um dos maiores colecionadores de arte brasileira.

  • DIVULGAÇÃO

    Em abril de 1993, pouco antes de completar 40 anos, Benjamin Steinbruch, à frente do grupo Vicunha, comprou 10% do capital da recém-privatizada Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Quatro anos depois, assumiria o controle da Vale, privatiza-da em 1997, cuja participação venderia após alguns anos. Três décadas depois, o conhecimento dos negócios (herdado do pai, Mendel) e a inteligência empresarial transformaram a CSN em uma potência, que faturou R$ 44 bilhões em 2022. O grupo possui também uma forte atividade mineradora. A CSN Mineração abriu seu capital em 2021, além de investir em cimentos, energia e logística – neste setor, o maior ativo é a operadora ferroviária MRS, antiga Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal, que conecta Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. No fim de junho, a CSN anunciou a captação de R$ 700 milhões para expandir a ferrovia Transnordestina, que interliga os portos de Suape (PE) e Pecém (CE).

  • DIVULGAÇÃO

    Formada em enfermagem com especialização em administração, Rosane Ghedin comanda um orçamento de R$ 1,2 bilhão por ano e cerca de 19 mil funcionários. A jornada é pesada, pelo menos 12 horas por dia. Porém, antes do expediente, ela tem tempo de ir à missa e fazer suas orações. Nascida em Vitorino (PR) em uma família de agricultores, Ghedin é freira da ordem de Santa Marcelina desde 1990 e hoje administra a rede hospitalar mantida pela congregação. É uma das maiores do setor, quase totalmente voltada ao atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Emprega cerca de 19 mil profissionais (dos quais 14 mil são mulheres). Possui sete hospitais, incluindo unidades em Rondônia e no Mato Grosso e tem mais de 130 unidades de Atenção Primária à Saúde (APS). A irmã Rosane, como é conhecida, começou a trabalhar no Santa Marcelina há cerca de duas décadas, como enfermeira e socorrista. Gradualmente, foi se envolvendo com as atividades administrativas até ser designada para gerir o hospital. (CG)

  • ANDRÉ VALENTIM

    2023 é um ano emblemático para a triatleta Fernanda Keller. Ela irá comemorar seus 60 anos de vida, 40 de triatlo e 25 do Instituto Fernanda Keller, em outubro, na prova mais significativa da sua carreira: o Campeonato Mundial de Ironman, no Havaí. Essa será sua 27ª participação na competição, que conta com as distâncias de 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida. Já na sua primeira participação no mundial, em 1987, Fernanda terminou a prova abaixo de 11h (10h58s) e ganhou a faixa “casca grossa”. “Fui sozinha, com a cara e a coragem”, relembra. De lá para cá, ela foi seis vezes bronze na competição e 14 vezes esteve entre os top 10 do mundial. Fernanda teve uma carreira profissional longa. Aos 44 anos, foi campeã do Ironman Brasil em Florianópolis (tem outros quatro títulos na prova) e, só aos 50 anos, começou a perceber que era hora de aprender a usufruir do esporte de uma outra forma. “O momento mais marcante dessa passagem foi quando fui comemorar os meus 50 anos no Havaí, meu primeiro ano fora da categoria profissional. No meio da prova, um gringo passou por mim e falou: ‘You are a legend!’. Comecei a chorar e foi aí que a ficha caiu.” Movida a desafios, ela está longe de parar: “Eu não esperava que aos 60 anos estaria competindo ainda. Comemoro os anos e vivo intensamente da melhor forma possível”. Aloha!

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    Considerado um dos melhores jogadores do basquete brasileiro de todos os tempos, Wlamir terá enfim seu nome eternizado no Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (Fiba). A cerimônia será no dia 23 de agosto, nas Filipinas, antes do início da Copa do Mundo da modalidade. Um reconhecimento tardio ao bicampeão mundial (1959 e 1963). “É quase uma homenagem póstuma (risos). Espero essa indicação há mais de 20 anos”, confessa. “Não concordo com prêmios individuais em esportes coletivos, por isso, dedico esse Hall da Fama da Fiba a todos os jogadores que estiveram ao meu lado.” Wlamir já tinha entrado para o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB), em 2021. O “Diabo Loiro” também foi vice-campeão mundial duas vezes (1954 e 1970) e conquistou dois bronzes olímpicos (Roma-1960 e Tóquio-1964), além de inúmeros títulos nacionais. “A grande homenagem que recebi, que supera tudo, foi ter batizado o ginásio do Corinthians com o meu nome”, diz ele, que defendeu o clube por mais de 10 anos. Jogou profissionalmente até 1973, e depois foi técnico, comentarista de televisão e professor universitário por 40 anos. (DGI)

  • AGÊNCIA BRASIL

    Um dos únicos brasileiros a conquistar cinco medalhas olímpicas (ouro em Atlanta-1996 e Atenas-2004; prata em Los Angeles-1984 e bronze em Seul-1998 e Sydney-2000), Torben Grael segue competindo profissionalmente, agora em regatas longas e barcos clássicos. Dentre tantos títulos, o multicampeão destaca um: “Minha primeira medalha olímpica foi muito importante, porque me deu o impulso para outras campanhas olímpicas. Com o tempo, vieram outras medalhas e minhas participações na America’s Cup e nas regatas de volta ao mundo.” Impossível dissociar o sobrenome Torben à vela. A paixão e a cumplicidade da família pelo esporte foram apresentadas pelo avô, um dinamarquês que imigrou para o Brasil nos anos 1920 e se apaixonou pela vela na Baía de Guanabara. “Ele iniciou a tradição, transmitiu aos filhos e depois para nós [os netos: ele e o irmão Lars]. Foi ele quem nos deu o primeiro barco”, diz Torben, que passou o legado à frente. Seus dois filhos também são velejadores e Martine é bicampeã olímpica. Além de velejador, Torben é coordenador da equipe olímpica de vela desde 2013.

  • CAROL COELHO

    “Nunca deixei o brilho das conquistas ser maior que a necessidade de querer vencer.” Essa afirmação é de Joaquim Cruz, campeão olímpico em Los Angeles-1984 e vice-campeão em Seul-1988, nos 800 metros; bronze no Mundial de Helsinque-1983 na mesma prova; e bicampeão pan-americano nos 1.500 metros em Indianápolis-1987 e Mar del Plata-1995. O ex-atleta relata uma experiência transcendental que teve um pouco antes do ouro em Los Angeles. Foi em uma prova universitária em Oregon (EUA). “Canalizei mente, corpo e espírito. Sentado no banquinho, aguardando a minha apresentação, quando me levantei, não sentia as minhas pernas, parecia estar flutuando. Não me lembro muito da corrida, mas, com certeza, foi a mais fácil para eu desenvolver. Essa sensação levei para a final dos 800 metros na Olimpíada e fui campeão. Foi uma coisa suprema, de Deus.” O brasiliense, radicado nos Estados Unidos desde 1981, é treinador do Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos há 18 anos e trabalha com os atletas.

  • MARCELO REGUA

    A nadadora paralímpica Susana Schnarndorf está de malas prontas para o Campeonato Mundial da modalidade, que acontece de 31 de julho a 6 de agosto, em Manchester (Inglaterra). Será sua quarta participação em mundiais. Ela já tem um ouro nos 100 metros peito e um bronze nos 400 metros livre, na edição de Montreal (Canadá), em 2013. Em Londres-2010, Susana defendeu pela primeira vez o Brasil nos Jogos Paralímpicos. Mas foi na Rio-2016 que ela saiu com a medalha de prata no revezamento 4×50 metros livre. E ela quer mais. “Minha meta é estar em Paris no ano que vem.” O esporte sempre esteve presente na vida de Susana. Atleta profissional de triatlo, ela descobriu em 2005 que tinha a doença MSA (múltipla atrofia dos sistemas), que afeta a mobilidade. E foi a natação que lhe trouxe sobrevida. “Me deram dois anos de vida. Essa doença é bem grave e lá se vão 18 anos. O paradesporto devolveu a minha vida, prolongou a minha expectativa de vida.” (CG)

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    O bilionário Luiz Barsi acumulou sua fortuna de R$ 4 bilhões comprando ações que pagam dividendos e reinvestindo esses dividendos cuidadosamente. O “jeito Barsi” de investir foi sistematizado em um método, o Ações Garantem Futuro (AGF). Agora, a meta do bilionário e de Louise Barsi, sua filha caçula (Forbes Under 30 na edição 2020) é democratizar o acesso a essa estratégia por indivíduos comuns. “Muitas pessoas me perguntam se ainda é possível aplicar o meu método”, diz Barsi. “Eu costumo responder que, se fosse publicar hoje o meu estudo da década de 1970, eu acrescentaria um ‘ótimo’, e ele se chamaria “Ações Garantem um Ótimo Futuro’.” O veículo para popularizar suas ideias é uma edtech com uma plataforma interativa de investimentos, também chamada AGF. Fundada em 2019, a startup formou cerca de 20 mil alunos e tem como meta cadastrar 200 mil usuários ainda em 2023. Segundo Louise, no segundo semestre deste ano, a empresa vai se tornar uma fintech, na qual os usuários poderão comprar e vender ações. “O modelo utilizado será como um banking as a service (BaaS), onde os assinantes poderão fazer abertura de negociação de ativos com a marca AGF”, diz ela. “Será possível colocar as ideias do Barsi em prática sem precisar se desconectar para acessar uma corretora.

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    O perfil discreto e técnico tornou José Luiz Acar Pedro um nome não muito conhecido para além das fronteiras do mercado financeiro. Entre os bancos, porém, ele é um dos executivos mais respeitados. Foi vice-presidente do BCN, do Bradesco e também da Febraban. Presidiu o banco Pan após o BTG Pactual ter comprado o antigo PanAmericano, pertencente ao apresentador Silvio Santos. No fim da década passada, Acar, como é conhecido no mercado, deixou a maioria de suas funções executivas no setor bancário. No entanto, ele está longe de se aposentar. Ao contrário, aproveitou o conhecimento, a experiência e os contatos para empreender. Entre seus empreendimentos estão a gestora de venture capital e multifamily office Devas Investimentos e a aceleradora de empresas e startups Celerit Invest, com mais de 25 empresas investidas. Também se tornou um conselheiro requisitado. É presidente do Conselho de Administração da gestora de recursos e multifamily office Nau Capital.

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    O número de brasileiros que aplica em Fundos de Investimento Imobiliário (FII) superou 2 milhões. Nada mal para um segmento praticamente desconhecido há pouco mais de uma década. Boa parte dessa história se confunde com a trajetória de Vitor Bidetti, fundador e CEO da gestora Integral Brei. Bidetti começou nesse mercado nos anos 1990, quando trabalhava no BankBoston. Foi um dos fundadores da Brazilian Finance & Real Estate, vendida ao BTG Pactual em 2012. Ao longo de sua trajetória, ele foi responsável pela estruturação e administração de mais de R$ 10 bilhões em fundos de investimento imobiliário. Recentemente, um dos maiores projetos estruturados por Bidetti é o fundo Biotic, em parceria com o Banco de Brasília (BRB). O FII pode captar até R$ 1,1 bilhão, recursos destinados a financiar a construção de uma cidade inteligente em um terreno de 1 milhão de metros quadrados na capital federal. “A ideia é criar um hub de inovação, com algumas empresas-âncora de tecnologia”, diz Bidetti.

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    Engenheiro civil pela Escola Politécnica com especialização em administração pela FGV, Luis Stuhlberger é um dos gestores de recursos mais respeitados do país. Seu Fundo Verde, fundado em 1997, acumula uma rentabilidade de 22.000% desde a fundação, cerca de oito vezes mais que a variação do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI). O gestor iniciou o fundo na corretora Griffo, que depois se associou à Hedging, criando a Hedging-Griffo, posteriormente adquirida pelo Credit Suisse. Em 2015, a empresa tornou-se independente do banco, denominada Verde Asset, relembrando o primeiro produto lançado. O nome Verde deve-se à participação das commodities agrícolas na carteira do fundo, uma novidade no fim dos anos 1990. As cartas da gestora, assinadas pelos vários gestores associados a Stuhlberger, são lidas com reverência pelo mercado financeiro. E, apesar de a Verde ter, como outras empresas, sofrido resgates no primeiro semestre, nunca há falta de interessados em investir.

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    Sétimo brasileiro mais rico na Lista Forbes 2022, com um patrimônio estimado em R$ 29,7 bilhões, André Santos Esteves começou no mercado financeiro aos 21 anos, em 1989, participando do primeiro programa de trainees de um então recém-fundado Banco Pactual. Cerca de 10 anos depois, o carioca formado em matemática pela UFRJ era um dos controladores da instituição. Os donos venderam o Pactual para o UBS em 2006. Menos de três anos depois, afetado pela crise do subprime, o banco suíço revendeu o Pactual para a BTG, uma empresa de investimentos de Esteves (dizia-se que a sigla significava “Back to Game”, ou “de volta ao jogo”). Nos últimos 15 anos, o BTG Pactual se concentrou nas atividades que fizeram a fortuna de Esteves nos primeiros tempos: gestão de recursos e banco de investimentos. Atualmente, a instituição é o maior banco de investimentos independente do país. Emprega cerca de 6 mil pessoas e tem US$ 250 bilhões sob administração, no Brasil e em outros territórios da América Latina. (DGI)

  • VICTOR AFFARO

    Gero Fasano brinca que está há 40 anos fazendo a mesma coisa. E não pensa em mudar. “Não gosto do verbo reinventar”, diz. “Quero continuar fazendo o que faço e me aprimorar, crescer, me aprofundar. Isso talvez seja o grande fator da minha longevidade.” Com 3 mil funcionários, o grupo que leva seu sobrenome – e tem sociedade com a JHSF – acaba de inaugurar seu 10º hotel. O novo Fasano Itaim, em São Paulo, se soma a outras operações hoteleiras no Brasil, em Nova York e em Punta del Este. A próxima abertura está prevista para Miami em 2024. Depois vem Londres – “É minha cidade favorita no universo”, comenta Gero, que se anima com a ideia de se dividir entre Londres-Nova York e escapar para o Brasil no verão do Hemisfério Norte. “Sempre fugi do calor.” Considerando-se mais restaurateur do que hoteleiro, ele vê na gastronomia o principal diferencial de seus hotéis. “Costumo brincar que aqui é nada mais que um bar e restaurante com quartos em cima”, diz, no escritório do Fasano Jardins. A localização e outros fatores podem variar, mas seus negócios têm um estilo bem definido. “É muito como eu sou, para o bem ou para o mal”, afirma. “Gosto de serviço na medida certa, sem excesso.” Esse approach, somado a uma obsessão por gastronomia italiana e à opção por uma arquitetura contemporânea e atemporal, compõe uma sofisticação que não tem a ver com cobrir tudo de ouro. Luxo, para Gero, é outra história. “Luxo é um momento da vida em que você pode dizer não sem se preocupar com a consequência.”

  • BERG SILVA

    Katia despontou na cena gastronômica com seu trabalho no Aconchego Carioca, onde, em 2009, criou o bolinho de feijoada, receita hoje presente no cardápio de estabelecimentos Brasil afora (e na Europa também). Depois, ficou conhecida do grande público como jurada do programa Mestre do Sabor, apresentado por Claude Troisgros na TV Globo. A chef conta que, na primeira vez em que viu alguém copiar seu bolinho, ficou irritada, mas depois sentiu que era bobagem guardar conhecimento. Em 2021, o petisco foi declarado “patrimônio cultural de natureza imaterial” do Rio. “O fato de ter sido tão copiado é que o transformou em patrimônio”, diz Katia. “Na verdade, é um prêmio da comida brasileira, porque a feijoada já existia, eu só arranjei um jeitinho de servir.” Além do Aconchego, na Praça da Bandeira, ela é sócia do Kalango, em Botafogo, e do Vendinha, na Tijuca (estes em sociedade com a filha Bianca), e do Katita, com duas unidades. Também mantém uma cozinha de produção em Lisboa, para vender produtos para restaurantes além-mar, e está inaugurando o Sofia, homenagem à cozinha afetiva de sua mãe.

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    Investir em hotelaria não estava nos planos de Tomas Perez, CEO do TP Group – formado por Teresa Perez, TP Air, TP Corporate, EMBARK Beyond e New Age. No entanto, ele se apaixonou pelos Lençóis Maranhenses e assim o grupo de turismo de alto padrão ganhou um braço de hospitalidade, a OIÁ, que inaugurou em junho a OIÁ Casa Lençóis. A iniciativa leva o TP a experimentar outro lado do balcão, passando de distribuição para entrega de serviços, mas, segundo Tomas, está em sintonia com o restante do negócio. “Todos os investimentos que o grupo está fazendo têm que fazer sentido para todas as empresas.” Foi em 2020 que a Teresa Perez, agência fundada pela mãe de Tomas, tornou-se um grupo. Começou com a criação, junto com a LTN Brasil, da TP Corporate, voltada para o público C-Level. Depois veio a joint venture EMBARK Beyond Brasil, que afilia agentes de viagem, e a compra da New Age, agência voltada ao middle market. Outro lançamento foi a consolidadora TP Air, que conecta companhias aéreas e agências de turismo, com foco em primeira classe e executiva. “Hoje a gente é líder nesse marketing share.”

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    Nunca falta “tômpero” nos comentários de Erick Jacquin sobre as receitas preparadas pelos participantes do MasterChef. Na sua 10ª temporada do reality culinário da Band, ele continua dando o que falar com suas críticas, que fazem tremer na base os concorrentes ao título do programa. Ao mesmo tempo, mostra o “tômpero” de sua cozinha nos restaurantes de que é sócio: do autoral Président ao italiano Lvtetia, passando pelo Ça-Va Café, pelo Cinq, pelo Steak Bife e pelo delivery Jojo Gastrô. Nascido na França, perto do Vale do Loire, Jacquin já tinha construído uma carreira em seu país quando foi convidado para comandar o restaurante Le Coq Hardy, em São Paulo, em 1995. Logo conquistou prestígio por aqui, mas passava por apuros financeiros com seu premiado La Brasserie (fechado em 2013), quando recebeu o convite para fazer o programa de TV. Agarrou a oportunidade e transformou sua carreira – além do MasterChef, apresentou os programas Minha Receita e Pesadelo na Cozinha. Hoje, usa a visibilidade a favor dos negócios também fora das telas.

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    “Há 10 anos, eu estava em um lugar completamente diferente de onde estou agora, e me sinto orgulhosa quando reconheço o que construí com trabalho, seriedade e coerência”, diz a chef – e empresária, apresentadora e youtuber – Paola Carosella. À frente do programa Alma de Cozinheira, do GNT, ela exercita o lado entrevistadora depois de quase sete anos no papel de jurada do MasterChef, da Band (e, mais recentemente, do reality Minha Mãe Cozinha Melhor que a Sua, na Globo). Como produtora de conteúdo, comemora 2 milhões de seguidores no YouTube. Também segue desenvolvendo a rede La Guapa, especializada em empanadas, com 35 unidades, e planeja mudanças em seu restaurante Arturito, em São Paulo. “Não sou a mesma pessoa que era há 15 anos, e o meu restaurante precisa me acompanhar.” No futuro, como se imagina? “Trabalhando muito nos próximos 10 anos e, aos 60, viajando pelo mundo, com tempo para almoços longos e passeios calmos. Tendo boas conversas com a minha filha, que será uma jovem de 21 anos. E mudando de casa, inventando novos negócios, talvez fazendo coisas que nunca imaginei.” (MW)

  • VICTOR AFFARO

    A escritora e roteirista Rosana Hermann sabe como ninguém o que é ser influenciadora. Se hoje todo mundo usa a internet para dar voz ao que pensa, acredita ou vende, ela canta essa bola há 23 anos, desde que começou a publicar seu blog. Aos 65 anos, ela é uma das maiores vozes nas redes sociais brasileiras para falar de assuntos importantes, como etarismo, manutenção da democracia, fake news, educação na terceira idade e até inteligência artificial. “Quando a internet abriu, eu estava lá para levantar a porta. Estou há quase 30 anos publicando online, compartilhando informação, ensinando. Sou uma influenciadora desde 95, realmente sendo um farol para muita gente”, afirma. Seu perfil no Instagram reúne quase 54 mil seguidores, e o canal no YouTube, 11,5 mil inscritos. Quem acompanha sua carreira, que está na TV profissionalmente desde 1983, sabe bem o estilo dela e reconhece seu jeitão de se comunicar também nas redes sociais: divertida, direta, dona de um humor ácido e uma inteligência fora da curva. Para ela, há uma beleza no conceito de envelhecer. “Não tenho medo da maturidade. Tenho a visão biológica de que a continuidade passa por esses ciclos. Não é bom ou ruim, é natural. Quando amadurecemos, ficamos mais doces, mais palatáveis.”

  • DIVULGAÇÃO

    Há cinco anos, Gilda, de 81 anos, e Sonia, de 85, fazem sucesso nas redes sociais como as Avós da Razão. Elas têm mais de 330 mil seguidores em seus canais, onde compartilham opiniões e conselhos sinceros e bem-humorados sobre temas como amor, sexo, envelhecimento, preconceito, tabus da idade e juventude. “O que mais me agrada é saber que estamos ajudando pessoas a ver a velhice com outros olhos”, revela Gilda. Sua parceira de profissão completa: “O assunto velhice precisa ser abordado sob vários aspectos. Etarismo, inclusão, sexualidade etc. O velho é um desconhecido até dele mesmo. Estamos durando muito e precisamos ressignificar essa fase da vida, que é a mais longa”, afirma Sonia. A história começou em 2018: uma amiga teve a ideia de criar um canal no YouTube para reproduzir as conversas delas nas mesas de botecos. Nos vídeos, as duas amigas respondem a perguntas dos internautas, compartilhando conhecimentos e vivências. Elas ganharam o primeiro lugar no Creators Pitch, evento criado pelo YOUPIX Summit (2019) para valorizar novos talentos na internet, e o Prêmio iBest (2021 e 2022), na categoria Diversidade e Inclusão.

  • MARIA RIBEIRO

    A dona do perfil @blogdacora é um fenômeno nas redes sociais. Aos 80 anos, ela acumula 5,3 milhões de seguidores no TikTok, 185 mil no Instagram e faz sucesso no YouTube, com 1,4 milhão de inscritos. Ela nem pensava que poderia estar vivendo um momento assim. “É muito especial e lindo, jamais me imaginava onde estou agora. Me divirto muito fazendo conteúdo e conversando com meus amores todos os dias”, conta a influencer. Sua carreira nas redes sociais começou em 2019, quando, ao enfrentar um quadro de depressão, aceitou a sugestão de seu neto Gabriel para abrir uma conta no TikTok. Hoje, ele é seu grande parceiro na produção de conteúdo e até no cuidado da agenda da avó famosa. No seu repertório online, Cora incentiva suas seguidoras a se sentirem bonitas e amadas da maneira como são, dá indicações de produtos de beleza, maquiagem e exercícios. “Adoro fazer lives, me maquiar e conversar com meus amores. Gosto até das dancinhas, mas, às vezes, estou mais desanimada para gravar. Coisa que logo passa e já quero fazer vídeos novamente.

  • DIVULGAÇÃO

    Ela conta com mais de 200 mil seguidores que acompanham sua jornada de viagens, passeios, roupas e sua principal paixão: os chapéus. São mais de 700 em sua coleção, fato que transformou o acessório em sua marca registrada. Aos 82 anos, ela se considera uma fashionista. Seu estilo e autenticidade já renderam contratos com mais de 80 marcas, entre elas, 2Rios, Comfortflex e Reinaldo Lourenço. Até mesmo nas passarelas ela é reconhecida: este ano desfilou no SPFW para a marca Thear, de Goiânia (GO). Natural de Londrina (PR), hoje ela vive em Florianópolis (SC) e divide seu tempo entre a produção de conteúdo, seus filhos, cinco netos e três bisnetos. “Tudo isso foi inesperado, nada foi planejado. Aos poucos, fui vendo o reconhecimento da minha forma de me vestir nos lugares onde passava. Daí, foi um pulo para o estrelato.” Entre suas maiores diversões da vida online e vigiada, vovó Izaura não esconde a alegria dos recebidos. Ela conta que já recebeu looks de mais de 20 países e que ama ganhar roupas e sapatos.

  • KARINE BRITTO

    Após participar do Masterchef, Margarida Arcebispo, conhecida nas redes sociais como Dona Margarida, viu sua vida mudar completamente. Aos 73 anos, mãe de três filhos e avó de sete netos, a simpática senhora da periferia paulistana ficou famosa. A vida de influenciadora começou quando ela estava em uma fase muito carente, no início da pandemia. “Foi muito difícil, principalmente para os mais velhos ativos, como eu”, relembra. Ela aproveita a fama online para falar de seu dia a dia, cidadania e, claro, suas famosas dicas culinárias. Seu Instagram conta com 125 mil seguidores e já é maior que o da sua filha, que também é influenciadora e dona do canal Família Quilombo. Lançar um livro de receitas e conhecer o Lázaro Ramos de perto são alguns dos episódios mais marcantes de sua vida de influencer até agora. “Apesar do sucesso, demorei para acreditar em mim mesma. Me achava muito simples para ter todo esse carinho”, revela. E foi graças a um empurrão da filha que ela aceitou seu novo momento. “Você é importante, sim! – Ela sempre disse isso para me apoiar e incentivar.” (ACG)

  • VICTOR AFFARO

    “A única coisa que ninguém pode roubar de vocês é o que vocês têm dentro da cabeça.” Refugiados de guerra – ele romeno, ela húngara –, os pais de Claudia repetiam essa frase com frequência. “Eles tinham uma relação muito forte com a educação. Fiquei obcecada com o tema”, recorda. Desde então, nunca mais parou de se dedicar ao ensino – tanto do ponto de vista da sala de aula como da gestão pública. Paulistana, ela cursou magistério e foi professora de educação de jovens e adultos (EJA). Fez graduação em administração pública na Fundação Getulio Vargas (FGV) – muitos anos depois, criaria e seria diretora do Centro de Políticas Educacionais da mesma instituição. Atuou em um projeto de reforma do ensino em Angola, enquanto o país ainda vivia uma guerra civil (“foi uma experiência tensa”). Foi diretora global de Educação do Banco Mundial. Na gestão pública, atuou como secretária estadual de Cultura em São Paulo, onde implementou um programa comprometido a criar uma biblioteca em cada município. Também foi secretária municipal de Educação no Rio de Janeiro, onde elevou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos anos finais em 22%. “Foi uma paixão mostrar que dá para transformar a realidade da educação pública”, lembra ela, que recentemente assumiu a presidência do Instituto Singularidades, referência em formação de professores e especialistas em educação.

  • DIVULGAÇÃO

    Ex-presidente da Credicard, do Banco do Brasil, da Coimbra e do Grupo Pão de Açúcar. Ex-conselheiro de Mastercard, Visa, Vicunha, Brasil Telecom, Brasilprev, Localiza, Coca-Cola, Sadia, Grupo Jereissati e Lojas Marisa. Atual senior advisor do banco Morgan Stanley e da Lexington Partners. A trajetória do paulistano Cássio se confunde com o passado recente de muitas das mais importantes organizações do Brasil. Mas uma das missões das quais ele mais se orgulha é ter fundado, em 1995, uma organização dedicada a implementar uma cultura em prol da reciclagem no país. “A ideia era criar um programa economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto”, relembra. Quase 20 anos depois, o Instituto Reciclar se mantém como uma das entidades mais influentes a respeito de uma pauta cuja importância só aumenta. “A possibilidade de proporcionar a inclusão produtiva de jovens em situação de vulnerabilidade social nos aproximou também de pautas relacionadas à educação”, aponta Casseb. “O efeito multiplicador das ações do instituto deixa um legado de impacto positivo para a sociedade.”

  • DIVULGAÇÃO

    Desenvolver uma técnica de sequenciamento genético para identificar, com agilidade, variantes de uma epidemia. Em 2020, a equipe de pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP) ficou famosa por alcançar este feito: em apenas 48 horas, usando uma metodologia de custo acessível, realizou o sequenciamento genético do novo coronavírus. Faria o mesmo novamente, em Manaus, quando descobriu uma variante do vírus da covid até então não identificada. A coordenadora da equipe, a médica Ester Sabino, ainda hoje se surpreende com a repercussão dos feitos. “Não é comum uma cientista estar nas manchetes.” Na verdade, do ponto de vista dela, o que aconteceu durante a pandemia foi consequência de um trabalho que começou em 1987. “Eu terminei a residência em pediatria, queria atuar em pesquisa e comecei a trabalhar no Instituto Adolfo Lutz com sequenciamento genético de variantes do vírus HIV em circulação no Brasil.” Décadas de trabalhos a levaram a desenvolver métodos de detecção rápida de novas epidemias. Na década passada, eles foram aplicados para mapear e atacar incidências da doença de Chagas e zika vírus.

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    Há 50 anos, Carlos tem uma missão. “Sou médico, professor e pesquisador. Mas, basicamente, sou epidemiologista. Estudamos doenças com causas ambientais. Identificamos padrões para doenças crônicas e atuamos junto às instituições de saúde pública”, explica. Formado em medicina pela USP, estudou os motivos para a desnutrição infantil até os anos 1990. Depois, focou em um novo drama em ascensão: obesidade. Com base em análises pioneiras utilizando os dados do IBGE a respeito das mudanças nos padrões de compras de supermercado no Brasil, identificou uma correlação entre o consumo de alimentos processados e ultraprocessados com o aumento da incidência da obesidade. A partir de 2009, quando um estudo do grupo que Carlos lidera na USP repercutiu na Europa, o tema alcançou a academia nos países desenvolvidos. “Primeiro, desconfiaram de um estudo brasileiro que identificava padrões desconhecidos. Depois, confirmaram nossas constatações.” Ele segue à frente de uma cruzada para que a indústria alimentícia reduza a aposta nos alimentos processados. “Acredito que a reação terá que vir dos consumidores, como aconteceu com o cigarro.”

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    Nascido no bairro paulistano da Penha, Marcos atua com filantropia há quase 40 anos, quando concluiu sua tese de doutorado sobre o tema. “A sociedade precisa compartilhar recursos e oferecer oportunidades iguais para todos. Essa foi a vocação que eu abracei”, comenta. “A filantropia nos coloca na posição de ouvir aquelas pessoas que mais precisam.” Médico de formação, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo há 41 anos, ele foi diretor regional para América Latina e Caribe na Fundação W.K. Kellogg. Foi consultor da Organização Pan-Americana de Saúde. Fundou em 1999 o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), cuja missão é inspirar, apoiar e ampliar o investimento social privado e seu impacto. Aos 74 anos, ele não para. “Acabo de escrever um livro chamado Filantropia de Risco e trabalho ativamente na intercessão entre filantropia e ciência, buscando entender como os financiadores privados se relacionam com as ações sociais. E estou atuando na formação de uma rede de entidades para acelerar novas pesquisas em saúde.” (TC)

  • JOÃO COUTO

    O apelido “bituca” vem da infância, época em que o menino Miltinho fazia bico quando era contrariado. A música entrou na vida do artista através da sua mãe adotiva, Lília, uma estudante de piano que chegou a ter aulas com Villa-Lobos. Do pai, proprietário de uma rádio no município mineiro de Três Pontas, Milton ganhou uma sanfona e o incentivo para explorar sua voz. Aos 13 anos, ele já se destacava cantando nos bailes da sua cidade. A aclamação nacional veio em 1967 com a música Travessia, escrita por Milton e Fernando Brant e regravada por Elis Regina. Com o Clube da Esquina, Milton compôs as aclamadas canções Trem Azul, Nada Será Como Antes e Cais. Ao longo da carreira, o artista lançou 34 álbuns e foi premiado com cinco Grammys. Bituca também foi homenageado com o título de doutor honoris causa em música pela Universidade de Berklee, de Boston. Após 60 anos de uma carreira brilhante, Milton deu adeus aos palcos em novembro. Voltando às origens, ele emocionou mais de 60 mil fãs no seu último show no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Mas enganase quem pensa que Milton se aposentou da música. Ele acaba de nos presentear regravando Morro Dois Irmãos, de Chico Buarque. (MD)

  • PEDRO LORETO

    Comemorando 40 anos de carreira, a artista carioca popularizou sua voz à frente da banda Kid Abelha, eternizando hits como o sucesso Como Eu Quero. Para a nossa sorte, Paula Toller abandonou a faculdade de comunicação visual às vésperas de se formar e foi estudar música lírica com uma professora particular. Dois anos depois, em 1984, nascia o álbum Seu Espião, primeira grande conquista do Kid Abelha. Durante todos esses anos, a vocalista da banda que durou até 2016 também compôs e cantou grandes fenômenos em sua carreira solo. Atualmente, a cantora está celebrando sua trajetória com a turnê Amorosa e preparando um show audiovisual que será lançado nas plataformas digitais em janeiro do próximo ano.

  • FERNANDO LASZLO

    O artista nasceu em 1936 na cidade Irará, interior da Bahia. Ele cresceu tendo como referência musical nomes como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Ainda jovem, Tom Zé se apaixonou pelo violão e decidiu fazer faculdade de música. Em Salvador, aproximou-se de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e outros gigantes. Em 1968, Tom Zé conquistou o primeiro lugar no festival de MPB da TV Record com a música São Paulo, Meu Amor. No mesmo ano, ele e a turma da Tropicália revolucionaram a indústria com o álbum Tropicália ou Panis et Circencis. Desde meados dos anos 1980, o artista lançou inúmeros álbuns experimentais aclamados. No ano passado, Tom Zé estreou o disco Língua Brasileira, com 10 faixas inéditas que celebram o nosso idioma.

  • FERNANDO LASZLO

    Músico, compositor, poeta e artista visual. A lista de atributos de Arnaldo Antunes é grande. A música está presente na vida do cantor há mais de 40 anos. Na adolescência, Arnaldo chegou a estudar letras na Universidade de São Paulo, mas o sucesso estrondoso da banda Titãs o fez largar o curso e se jogar de vez na carreira de artista. Ao lado de Branco Mello, Charles Gavin, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto, Arnaldo e os Titãs marcaram gerações com músicas como Sonífera Ilha e Marvin. Já na companhia de Carlinhos Brown e Marisa Monte, Arnaldo fez “o riso feliz” do Brasil com sucessos como Velha Infância. Desde abril, o artista viaja o país em uma maratona de 21 shows da turnê Titãs Encontro, que passará por 17 cidades lotadas de fãs.

  • NIL CANINÉ

    Criada nas rodas de samba da Vila Isabel, Mart’nália cresceu rodeada de bambas. Seu nome artístico é a mistura do nome dos seus pais, o sambista Martinho da Vila e a cantora Anália Mendonça. Na adolescência, Mart’nália aprendeu a sambar, cantar, tocar violão e pandeiro. Nos anos 1990, ela começou sua carreira profissional como vocalista de seu pai e nunca mais desceu dos palcos. Com 12 álbuns lançados, a artista teve o privilégio de ser apadrinhada por nomes como Caetano Veloso, que produziu Pé do Meu Samba, e Maria Bethânia, por trás de Menino do Rio. Mart’nália é dona de dois Grammys Latinos de melhor disco de samba pelos álbuns Mart’nália Canta Vinicius de Moraes (2019) e +Misturado (2017). Em junho, a cantora lotou casas de show na França, Alemanha, Portugal, Espanha, Itália, Suíça e Irlanda com sua turnê pela Europa. Agora, ela se prepara para gravar um álbum de samba homenageando os maiores bambas nacionais. (MO)

VICTOR AFFARO

Relativamente novo na área, Nino di Primo começou a modelar aos 48 e, desde então, os trabalhos só aumentam. “O mercado deu uma grande oportunidade para vários perfis, como modelos com vitiligo, plus size e para sênior também, coisa que, antigamente, não era possível”, explica. Nino começou sua carreira aos 18 anos como dançarino na casa de shows Plataforma 1, na Avenida Paulista. “Meus três anos na casa foram como uma escola, aprendi muita coisa. De lá, comecei minha carreira internacional como bailarino. O primeiro país em que morei foi o Japão, onde permaneci por seis meses”, conta o modelo, que já morou em mais de nove países. A dança já não fazia parte de sua vida há mais de uma década, quando, um belo dia, recebeu uma mensagem pelo Instagram que mudou sua vida. “Fui procurado pelo designer de joias Marco Apollonio para fazer um shooting para o Baile da Vogue. Aceitei, mas não coloquei muita fé que viraria alguma coisa, pela minha idade. Mas não é que virou?!” Hoje, agenciado pela Mega Models, Di Primo está cheio de trabalhos. “Em cinco anos, fiz diversas campanhas publicitárias, propagandas e desfiles no SPFW e Casa de Criadores”, comemora.

Edição Décio Galina e José Vicente Bernardo

Por Cláudio Gradilone, Mariana Weber e Sofia Patsch; colaboraram Adriana Cardillo Gaz, Daniela Giuntini, Kátia Lessa, MarÍlia Kodic, Matheus Oliveira e Tiago Cordeiro