“Não trabalho em negócios que não contribuam com as pessoas ou com o mundo de alguma forma.” É dessa forma que o empresário Marcos Tartuci decide em que empresas trabalharia ou não.
A carreira de Tartuci começou cedo. Quanto tinha 16 anos seu pai avisou que não iria mais lhe dar mesada. Para ter dinheiro, teria de trabalhar. Marcos decidiu que seria com algo que realmente gostava: turismo. Em seu primeiro emprego vendia pacotes de um acampamento de férias para alunos de sua escola em São Paulo.
Quando entrou na faculdade, em 1992, seguiu sua paixão e começou cursou turismo na Universidade Anhembi Morumbi. Pós-graduado em hotelaria pela FAAP, o empresário atuou no setor por treze anos.
Com o turismo Marcos percebeu que seu propósito principal na profissão era ajudar pessoas. “Você se profissionaliza para ajudar outros a realizarem o sonho de viajar e conhecer lugares diferentes”, explica o empresário. A hotelaria o ajudou a perceber que são os detalhes que fazem a diferença. De acordo com Tartuci, o cliente não deve ser atendido, mas encantado.
Em 2003, surgiu a oportunidade de trocar de área. Ele tinha duas opções: assumir a gerência de um hotel cinco estrelas ou ir trabalhar na marca de surfe Billabong. Tartuci escolheu arriscar e foi trabalhar com moda. Apesar de não ter conhecimento sobre o assunto, os quase cinco anos na companhia foram de sucesso e aprendizado. “Fui responsável, como gerente de marketing pelos melhores projetos da Billabong, alguns considerados os melhores do mundo”, conta Tartuci. Ele lembra o projeto realizado em Camburi, um centro de treinamento para surfistas.
No fim de sua passagem pela marca, Marcos passou para o varejo e foi o responsável por trazer as lojas da Billabong para o Brasil.
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Ao ser convidado pelo amigo Edgard Corona, fundador da BioRitmo, em 2007, Tartuci decidiu enfrentar mais um desafio e assumiu o cargo de COO da rede. Na época eram 17 unidades. Quando saiu, em 2013, o número havia crescido para 97. “Foi muito legal porque tivemos muitas oportunidades juntos, foi uma parceria de sete anos.” Marcos conta que, juntos, ele e Edgard fizeram a empresa crescer, criaram o projeto da SmartFit e, também, venderam uma parte da marca.
Atualmente, a rede de academias SmartFit é a maior do Brasil. Tartuci conta que o modelo já existia, o que ele e o CEO da empresa fizeram foi adaptar a ideia para o cenário brasileiro. “A gente visitou academias de baixo custo na Europa e nos Estados Unidos para tentar entender o modelo e trazer para o Brasil.”
O surgimento e as primeiras unidades da rede foram sustentadas pela BioRitmo. Mas Marcos explica que a ingestão de capital da venda da empresa para a Pátria Investimentos foi essencial para o crescimento dela. “Esse foi o nosso grande trunfo, isso nos permitiu conquistar o Brasil de forma muito rápida e sem perder uma boa parte da empresa. Ficamos com 50%.”
“Eu estava em um momento de buscar algo novo pra mim. Eu era COO da companhia, não era presidente da empresa. Eu queria crescer.” O desejo de Tartuci era pilotar uma companhia. Em 2014, surgiu o convite da Pearson para que o paulista assumisse o comando da escola de inglês da Wall Street English. “Era um projeto muito legal: assumir uma empresa que eu tinha que pegar quatro lojinhas franqueadas que eles tinham no Brasil e, em um ano, tinha que por toda a companhia no trilho internacional e, ao mesmo tempo, abrir novas.”
No entanto, a empresa dona Wall Street English comprou outra escola de inglês e o presidente foi mantido. O projeto inicial mudou e não se encaixava mais com os planos de Marcos de assumir um negócio, ser o número 1. “Não era o que eu estava buscando quando saí da BioRitmo.”
Mais uma reviravolta e a escola de games, RedZero, apareceu na vida do empreendedor. “É uma cereja que brinda tudo aquilo que eu realmente busco”, explica o empresário. De acordo com ele, a escola é o projeto que procurava quando saiu da rede de academia. Tartuci acredita que o desafio o anima por ser parecido com a BioRitmo no começo.
São 15 unidades da escola, divididas entre Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. A rede dá cursos de criação de jogos virtuais para jovens de 12 a 28 anos, com o intuito de fazer os alunos acreditarem que os games podem ser a profissão deles.
“Eles acreditam e confiam muito em mim”, conta. “Eu falei que só ficaria se eles aprovassem o projeto de reestruturação.” Marcos entrou na empresa em dezembro e, desde então, tudo tem acontecido como ele gostaria. “O propósito dessa empresa é impecável. Ele dá gás e energia para mim todos os dias.”
Atualmente, a escola tem aproximadamente 6.000 alunos. Ao pensar no futuro, o empresário mostra que está focado na RedZero e quer expandir o negócio para o Brasil inteiro.
Apesar de o começo da carreira ter sido em uma área muito diferente da que está agora, o objetivo de Tartuci continua o mesmo: tornar as empresas mais prósperas e humanas.