A Xiaomi tem o hábito de fazer um megaevento toda vez que lança um novo smartphone na Ásia. Milhares de fãs compram entradas para conseguir ver não só o produto, mas também o fundador da marca chinesa, Lei Jun.
O evento de lançamento da Xiaomi no Brasil, primeiro em um mercado não asiático, foi realizado na última terça-feira (30)com o intuito de ser um pouco menos chamativo. A marca chinesa reservou o teatro do shopping Vila Olympia, na zona sul de São Paulo, que tem capacidade para 900 lugares, para apresentar o celular Redmi 2, que custará R$ 499. “Nós achamos que esse valor seria muito alto”, disse Hugo Barra, responsável pela expansão global da companhia. Eles não imaginavam, no entanto, que mais de 8.000 pessoas mandassem inscrições.
A Xiaomi quase não era conhecida no Brasil. Havia apenas um escritório com 15 pessoas em funcionamento desde 2014, maspraticamente sem investimento em propaganda local, exceto pelas redes sociais Facebook e Instagram.
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O planejamento inicial da equipe de Barra era fechar o segundo andar do teatro e tirar os lugares do fundo, já que esperavam,no máximo, 100 fãs da marca. Para a surpresa da filial brasileira, no entanto, em apenas dois dias cerca de 8.000 pessoas se inscreveram para participar. “O número de pessoas foi muito além do que nós imaginávamos”, conta. A companhia envioupoucos convites mas, na hora do evento, muita gente que não tinha sido oficialmente chamada compareceu. No total, 1.500 pessoas participaram do lançamento.
“Alguns trouxeram filhos, esposa ou marido”, diz Barra. “Outros saíram de cidades distantes no norte do país e pegaram mais de 24 horas de ônibus para chegar.”
Barra decidiu fazer outro evento de lançamento no mesmo dia, três horas mais tarde. “Pagamos almoço para todos na praça de alimentação do shopping. Eles esperaram e fizemos uma segunda edição, com mais da metade dos lugares ocupados”, conta. Aproximadamente 130 jornalistas estavam presentes para a cobertura do lançamento.
Parte do sucesso da marca no Brasil deve-se a Barra, que é de Belo Horizonte e, por isso, tornou-se uma figura de negócios popular no país. O empresário compara o apoio dos fãs da Xiaomi aos torcedores do time inglês Manchester United. Depois do evento, ele passou duas horas tirando fotos e selfies com pessoas que estiveram lá.
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Uma das vantagens da marca é que ela só vende celulares desbloqueados, o que se adequa bem ao público brasileiro, que tem linhas pré-pagas e, por isso, não tem contrato com as operadoras. No entanto, um estudo indicou que apenas 15% dos consumidores compram aparelhos pela internet, modo como a Xiaomi venderá seus smartphones. Barra acredita que os brasileiros mudarão o modo de adquirir o produto e, parte disso, será por causa da marca chinesa.
O fundador da companhia, Lei Jun, afirma que o objetivo da Xiaomi é vender entre 80 e 100 milhões de smartphones em 2015. Mas, até agora, o número não passou de 34,7 milhões. Mesmo longe da meta, Barra não está preocupado. “A segunda metade do ano tipicamente vende mais do que a primeira”, afirma, levando em consideração o histórico da marca.