O Netflix fechou o segundo trimestre com mais de 65 milhões de assinantes, com 3,3 milhões de novos pagantes. Poucas horas depois do anúncio, as ações da empresa subiram 10%. No período, os ativos tiveram ganho de 6%, acima dos 4% esperados.
A empresa superou as expectativas do mercado em 800.000 assinantes. Esperava-se que o serviço ganhasse 2,5 milhões neste semestre, o que ainda seria um ganho se comparado aos 1,7 milhão conquistados no primeiro trimestre. Do total de 3,3 milhões de novos assinantes, 2,4 milhões são de fora dos Estados Unidos, o que aponta para a internacionalização da rede.
A empresa acredita que o crescimento está diretamente relacionado às séries originais, como “Daredevil” e a terceira temporada de “Orange is the New Black”. Esta área é um foco da companhia, que tem investido muito para produzir conteúdo próprio. Em uma nota aos investidores, o CEO Reed Hastings afirmou que 90% dos assinantes do Netflix assistemaos seriados criados pelo serviço de streaming. O primeiro filme produzido pela empresa deve ser lançado em outubro.
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O crescimento do serviço entre norte-americanos caiu se comparado ao mesmo período de 2014. A explicação para o resultado é a saturação do mercado nos Estados Unidos. Por outro lado, internacionalmente o Netflix deve continuar crescendo, especialmente porque o serviço está em expansão para novos lugares e, até 2016, pretende estar em 200 países. Este investimento é alto e não trará retorno no curto prazo, mas até 2017 a empresa deve receber uma boa contribuição financeira como resultado dele.
A renda total no segundo semestre de 2015 cresceu 23% e alcançou US$ 1,65 bilhão – o que já era esperado pelos analistas. No entanto, o caixa da empresa ainda está negativo em US$ 229 milhões. A situação piorou nos primeiros meses de 2015, quando as dívidas eram de US$ 163 bilhões. O lucro da companhia foi de US$ 26 milhões, ou seja, caiu 63% desde o ano passado.
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A companhia deve enfrentar algumas surpresas, como novos tipos de concorrentes. Outras empresas começaram a entrar no negócio de streaming, como a Sony, a HBO e a Apple. Elas têm a vantagem de transmitir conteúdo ao vivo, enquanto o Netflix não tem este recurso. O serviço, no entanto, é o preferido de muita gente por permitir acesso a conteúdos mais antigos.
Além disso, desde que o Netflix começou com produção própria, os usuários mudaram a percepção sobre o serviço. É comum que ele seja considerado complementar a outras assinaturas, como canais pagos.