O Youtube já é o segundo maior site de busca on-line com milhões de canais. Logo, é natural que tenha virado fonte de renda para muitas pessoas. Os chamados vlogers conseguiram fazer dos seus vídeos seu trabalho e principal meio de vida, mas não são muitos os que conseguem se destacar no meio de tantas opções.
Pablo Peixoto, do canal “Quatro Coisas”, é uma exceção. Ele conseguiu se sobressair e, atualmente, ganha sua vida com os vídeos que faz e publica. No entanto, o sucesso do mineiro não veio do nada, foi fruto do tempo e do esforço que investiu em seus vídeos.
A ideia do “Quatro Coisas” surgiu em 2011, depois de Peixoto ter feito alguns vídeos de humor com dublagem. Um dele viralizou e teve mais de quatro milhões de visualizações. “Depois disso, senti que era a hora de colocar não só minha voz, mas o rosto na tela. Comecei a pensar em um formato que fosse criativo, dinâmico e, principalmente, que se sustentasse”, conta. Como já trabalhava no ramo publicitário, não teve dificuldade em desenvolver um projeto em que pudesse vender certos produtos.
“Foi quando me veio à mente um programa sobre produtos, mostrando merchandising relacionada à cultura pop”, explica o publicitário. “Pensei na tradição americana do casamento, onde a noiva veste uma coisa nova, uma velha, uma azul e uma emprestada. Eu substituí as duas últimas por boa e ruim, que me dariam a versatilidade de elogiar, criticar, lembrar e anunciar.” Parte do sucesso e da rentabilidade do canal veio do formato pensado para vender.
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Antes era normal ouvir críticas a quem fizesse anúncios nos vídeos, pois há uma mentalidade de que ela deve ser grátis para ser livre. No entanto, o publicitário acredita que o cenário mudou: “o público já aceita melhor que para ter melhor conteúdo alguém tem de pagar a conta”.
O canal de Peixoto tem mais de 126.000 inscritos. Além de um ser transmitido na internet, os episódios do “Quatro Coisas” passam no canal de televisão Play TV. “A agência de talentos que me representava estava vendendo outro projeto para to canal, mas não vingou e ‘sobrou para mim’. Foi meio sorte, eu estava no lugar certo, na hora certa”, conta. O Quatro Coisas foi um sucesso na Play TV e já tem a terceira temporada garantida.
Peixoto conta que quando o canal foi para a televisão foi insustentável continuar a trabalhar normalmente, e ele teve de largar tudo para se dedicar a sua principal fonte de renda: seus vídeos. No começo era ele quem fazia tudo, desde o roteiro até a edição, mas com a profissionalização dos vídeos, tudo foi ficando terceirizado, exceto a criação, que ainda é dele.
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Recentemente, o publicitário voltou à sua área e trabalha com publicidade digital, mas não porque precisa do dinheiro. “Gosto do trabalho formal, da rotina, de ficar em contato com o mercado e com as novidades da área”, conta. Além disso, Pablo acredita que conviver com a publicidade o ajuda a estar sempre um passo a frente em relação as novidades do mercado, o que ajuda ainda mais com o canal.
Ao pensar no que seria de seu canal sem estar na televisão, Pablo acredita que o desafio seria maior. “O mercado prefere apostar no que é mainstream, no resultado quantitativo em detrimento ao qualitativo.”
Pablo critica a postura de quem acha que ser famoso é o objetivo, em vez de conseqüência do trabalho com a internet. “Ser reconhecido por poucos como alguém que faz um bom trabalho é melhor que ser amado por fãs escandalosos. Prefiro o prestígio à fama.”