Nenhuma princesa instigou tanto a curiosidade dos plebeus quanto Diana. Seu casamento foi um acontecimento que levou quase 1 bilhão de telespectadores para a frente da televisão, assim como sua morte causou comoção mundial. Até hoje, seu nome gera cifras que se convertem em doações para um fundo homônimo de filantropia que
arrecadou, até o momento, 140 milhões de libras.
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A realeza, de forma geral, chama a atenção dos outros mortais, ainda que em pleno século 21. Mesmo sem intenção ou propositadamente, as princesas continuam a gerar grandes receitas, tanto em vida quanto no pós-morte. Algo meio lúdico, irreal e distante, mas mesmo assim interessante e com grande capacidade para mexer com o imaginário de crianças e adultos. E os números comprovam isso. Em 2011, as princesas da Disney juntas já arrecadavam mais de US$ 1 bilhão e ocupavam o primeiro lugar da lista dos personagens mais licenciados do mundo, ultrapassando inclusive os de Star Wars e Homem-Aranha. Com o lançamento de Frozen e a criação da princesa Elsa, no final de 2013, a estimativa é que esse número tenha dobrado.
Há algumas semanas, outra princesa, dessa vez francesa, desembarcou pela terceira vez no Brasil. O motivo: celebrar seus 80 anos e os 20 anos de lançamento de sua primeira fragrância. Trata-se de Marina de Bourbon, viúva de André de Bourbon-Parma, descendente da dinastia dos Bourbon, uma das mais antigas e tradicionais famílias da França, que reinou de 1553 a 1848. Em entrevista à FORBES Brasil, a princesa revelou que, embora detenha um título de respeito, leva uma vida simples, como a maioria dos mortais, e enfatizou que trabalha desde os 18 anos. “Não sou uma princesa na Inglaterra, mas na França, que é uma república. Preciso trabalhar para me manter, porque o estado não me dá subsídios”, afirma.
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E mesmo octogenária, ela se mantém ativa, trabalhando. Para dar expediente diariamente na sua loja de presentes e objetos de decoração, situada no entorno do Arco do Triunfo, ela dirige 140 quilômetros por dia— entre ida e volta — de sua casa, nos arredores de Paris, à capital francesa. Lá também é possível adquirir uma fragrância com a sua assinatura. A perfumaria, uma de suas grandes paixões desde os 8 anos, acabou se transformando em um negócio sem querer. Há duas décadas, a princesa resolveu criar um perfume para uso próprio. A ideia era desenvolver um cheiro que todos gostassem. O aroma da primeira versão, um floral frutado, fez tanto sucesso que os pedidos para compra começaram a surgir.
Hoje, 12 linhas e 24 perfumes depois, a princesa já vendeu por volta de 10 milhões de frascos na Europa, no Oriente Médio, na Rússia, na Ásia e também no Brasil. Antoine de Pracomtal, CEO da Zylangia (maison parisiense que desenvolve suas fragrâncias), conta que, dada a qualidade dos perfumes e o sobrenome da princesa, ele é vendido apenas em perfumarias seletivas e endereços exclusivos. “Essa é a única fragrância que se pode comprar no Palácio de Versalhes e no Castelo de Fontainebleau, um privilégio dado à família Bourbon”, diz Pracomtal.
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Como todo francês, Marina é uma apaixonada por perfumes. Jamais sai de casa sem um, sempre borrifado atrás das orelhas. O melhor? “Sempre o último (neste caso, L’or de Marina, recém-lançado)”, explica a princesa, que aparenta ser bem mais jovem do que é. “Acordo muito cedo e durmo muito tarde”, revela. Bastante dinâmica, ensina que o segredo da longevidade está em não se queixar das coisas. “O importante é ser sincero, livre e feliz.”