Gandhi, em preto e branco, aparece sobre um fundo colorido, e seus conhecidos óculos redondos ganham um tom rosa e verde. Do outro lado, um quadro com a planta do Yellow Submarine, dos Beatles. O que poderia ser facilmente uma galeria pop, com referências a Andy Warhol, é uma franquia que tem usado obras de arte para fugir da crise.
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Fundada em 2009 por André Diniz, sobrinho do bilionário Abilio Diniz, a Urban Arts faturou R$ 14 milhões no instável quadro econômico de 2015, com a venda de pôsteres, quadros e outros artigos de decoração com reproduções que vão de arte abstrata a fotografias.
Antes de se tornar uma franquia, a empresa começou como um site para cadastrar artistas interessados. “Era eu e mais três”, conta Diniz, que, na época, ainda reservava um tempo para criar suas próprias obras. A primeira loja física veio em junho de 2011, na rua Oscar Freire, em São Paulo, para, só em 2012, abrir para franqueados.
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Hoje, o acervo da Urban Arts tem mais de 35.000 artigos, entre pinturas, desenhos e fotografias. “Quem quiser, pode enviar a arte para nós, e fazemos uma curadoria”, explica o empreendedor. Se for aprovado, a empresa tem o direito de usar o trabalho no produto que preferir, seja em pôster, quadro, almofada ou até capa de iPhone, e o artista recebe os royalties das vendas.
Os preços variam. De R$ 39 por um imã de geladeira e pôsteres de R$ 99 a quadros de cerca de R$ 1.000. Todas as opções estão disponíveis on-line e sujeita à disponibilidade nas lojas físicas.
A meta para 2016 é aumentar o faturamento para R$ 20 milhões. Para isso, a companhia aposta no aumento dos franqueados. “Tem de ter a barriga do dono no balcão, porque é muita estética, cuidado com o produto”, afirma Diniz. “Não basta uma boa gestão e vender, é preciso ter um franqueado bem escolhido.”
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Das 13 lojas físicas da marca, apenas duas, ambas em São Paulo, são próprias. O resto está distribuído em dez Estados, como Rio Grande do Sul, Pernambuco, Pará, Minas Gerais e Mato Grosso.
O modelo de gestão de franquias permitiu o crescimento de 40% nas lojas já abertas no ano passado, mesmo em época de recessão. “Obviamente, não trabalhamos com itens de necessidade básica, como alimentação, mas são produtos bacanas e acessíveis”, conta Diniz. O desafio da gestão, agora, é crescer mais. “Há um humor que afeta o nosso país pela situação política e econômica. Tem coisa ruim para todo lado. Mas isso passa. O Brasil vai voltar a crescer.”