O CEO da Berkshire Hathaway e terceiro homem mais rico dos EUA, Warren Buffett, ofereceu um acordo com Donald Trump, candidato à presidência dos Estados Unidos: eu mostro a declaração dos meus impostos se você me mostrar a sua.
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Buffett lançou esse desafio ao apresentar a candidata democrata Hillary Clinton em um comício na sua cidade natal, Omaha, Nebraska. O bilionário também revelou que Trump está, atualmente, sendo indiciado pelo Internal Revenue Service (IRS), serviço de receita do Governo Federal dos Estados Unidos. Trump já chegou a dizer que esse processo judicial é a razão pela qual ele não tornou público seu imposto antes da eleição. Buffett também disse que encontraria Trump para trocar documentos em Omaha, Mar-a-Lago (a praia comprada por Trump em 1985), ou qualquer lugar em que o bilionário quiser. De acordo com as estimativas de FORBES, Buffett tem um patrimônio líquido de US$ 64,7 bilhões, 14 vezes o valor estimado de Trump (US$ 4,5 bilhões).
“Seria um prazer encontrá-lo em qualquer lugar e a qualquer hora entre agora e as eleições. Levarei a minha declaração de imposto de renda e ele pode levar a dele. Ninguém vai nos prender, não há regras que impeçam duas pessoas de lerem os registros de imposto de renda uns dos outros e comentar o que está escrito”, disse Buffett. “Quantos de vocês teriam medo de ter seu IR tornado público?”, ele perguntou ao público. “Você só tem medo de algo se tem algo a temer. Trump não tem medo do serviço de receita, tem medo de vocês.”
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Há tempos Buffett apoia a campanha para que os impostos sejam proporcionais aos salários do trabalhador, alegando que “a secretária dele paga uma parte muito maior de seu salário do que ele”. Em outubro de 2011, em resposta ao desafio do jornal “Wall Street Journal”, ele tornou público que tinha um ganho total de US$ 62,855,038, receita tributária de US$ 39,814,784, e um pagamento total de impostos de US$ 6,923,494. Isso mostra que o percentual de seu salário destinado a impostos é de apenas 11%.
Em seu plano de impostos, Hillary abraçou a proposta de Obama, mais conhecida como Regra de Buffett – uma taxa de, no mínimo, 30% para aqueles que recebem mais de US$ 2 milhões por mês.
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Em sua apresentação, Buffett também execrou Trump por seus ataques verbais a Ghazala e Khizr Kahn, pais de um soldado falecido na Guerra do Iraque, em 2004. Humayun Khan, um muçulmano norte-americano morreu enquanto defendia suas tropas de um homem-bomba. Khizr Kahn, em um discurso na Convenção Nacional Democrata, na semana passada, denunciou a retórica islamofóbica de Trump e direcionou seus comentários ao candidato: “Você não sacrificou nada nem ninguém.”
Donald Trump discordou do pai do soldado. O bilionário afirmou, em entrevista a George Stephanopoulos, no último domingo (31), que se sacrificou pelos Estados Unidos. “Acho que fiz vários sacrifícios. Trabalhei muito, muito duro. Criei milhares e milhares de trabalhos, dezenas de milhares de trabalhos, construí grandes estruturas. Eu fiz – Eu tive um tremendo sucesso”, disse.
Trump ainda acrescentou que fez muito pelos veteranos. “Eu era responsável, juntamente com um grupo de pessoas para construir o Memorial do Vietnã em Manhattan. Angariei milhões e milhões de dólares para os veteranos. Ajudo muito os veteranos.”
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Buffett observou ontem (2) que nenhum membro da família Trump ou da família Buffett foi ao Iraque ou ao Afeganistão. “Ambos estávamos muito bem durante esse período e nossas famílias não tiveram de sacrificar nada. Como é possível que ele consiga ter consciência da situação pela qual aqueles pais estão passando e comparar esse tipo de sacrifício a construir prédios?”