Um advogado líder no mercado esportivo disse que a legitimidade da venda da Fórmula 1 para o grupo Liberty Media por US$ 8 bilhões poderia ser questionada devido a um conflito de interesses.
Isso confirma uma notícia dada por FORBES na semana passada, que informava que os arranjos contratuais no cerne da F1 precisariam ser reestruturados para que a venda pudesse ser completada.
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A Fórmula 1 foi comprada na semana passada, dia 7, pela Liberty, no maior acordo da década no mundo do esporte. O conglomerado agora compreende a Delta Topco, ativos no time de beisebol Atlanta Braves e uma parcela de 34% da promoter de eventos Live Nation, dona da Ticketmaster.
Enquanto as negociações ainda estavam em curso, esperava-se que a Liberty terminasse o acordo com uma parcela de 35,3% da F1. Seu maior acionista, o bilionário John Malone, acabaria com 3,1% e 1% nas mãos do CEO Greg Maffei. Também se esperava que a principal acionista da F1, a empresa de investimentos CVC, retivesse 24,7%, com o restante a ser propriedade de outros investidores, incluindo Bernie Ecclestone, que coordena as corridas.
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O combustível da compra foi a quantia de US$ 1,1 bilhão, junto a US$ 351 milhões em dívida. No total, US$ 4,4 bilhões de valor patrimonial da Delta Topco mais a compra das dívidas da empresa, que somam US$ 4,1 bilhões. Tudo isso menos os US$ 627 milhões que tem no banco, o que dá à companhia um valor de aproximadamente US$ 8 bilhões. Na semana passada, a Liberty começou a pagar US$ 726 milhões por 18,7% em ações da Delta Topco.
Porém, antes que o contrato fosse selado, a FIA (Federação Internacional do Automobilismo) precisava aprovar o acordo e se desvencilhar de uma situação nada confortável, mas, por também ser dona de uma parte da F1, a única coisa no caminho de um lucro milionário era ela mesma.
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Quando a Comissão Europeia, instituição que defende os interesses econômicos da União Europeia, investigou a relação entre a FIA e a F1 em 2001 procurando por explorações de direitos comerciais, a empresa francesa, para evitar continuar nessa situação e para prevenir conflitos de interesse, vendeu todos os seus direitos sobre a F1.
“Se a FIA aprovar a venda, haverá pessoas que vão questionar se a aprovação foi dada pelo desejo de ganhar dinheiro com a venda de suas ações. A FIA é o órgão regulador da F1, por isso é normal e sensato esperar que ela seja independente e aja de acordo com os interesses do esporte ao invés dos seus”, afirma o advogado.