Há dois anos, o jornal “New York Post” já havia cantado a bola de que o grupo norte-americano Liberty Media planejava comprar o Grupo Formula One, que controla a Fórmula 1, da empresa de investimentos CVC. Ninguém esperava, no entanto, que o acordo, feito no início de setembro, sairia por um preço tão baixo: US$ 8 bilhões, US$ 1 bilhão a menos do que o calculado em junho pelos principais investidores.
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Apenas algumas horas depois da compra, a Liberty fez uma conferência com analistas e jornalistas para explicar como conseguiu fechar um acordo tão vantajoso.
A explicação começa em 2012, quando 28,3% das ações da Delta Topco, a empresa controlada pelos investidores da CVC e que administra o grupo Formula One, foram vendidas ao fundo de investimento norueguês Norges e a duas companhias de administração financeira, a Blackrock e a Waddell & Reed. A venda, que contabilizou US$ 9 bilhões aos cofres da CVC, foi vista como vantajosa na época.
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De 2012 para cá, no entanto, como o próprio chefe-executivo do grupo, Greg Maffei, explicou na conferência, a Delta Topco precisou pagar o equivalente a US$ 3,4 bilhões a seus acionistas por conta da revenda das ações, diminuindo seu valor de mercado.
Outra questão apresentada pelo executivo é que, com o sucesso da temporada de corridas da Fórmula 1, a Delta Topco precisou mover mais dinheiro aos times, como mostrou o jornal britânico “The Telegraph”. Em 2011, a empresa pagava US$ 698,5 milhões aos times. Ano passado, o valor chegou a US$ 903,8 milhões.
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Tendo que arcar com mais custos, a empresa conseguiu guardar uma porcentagem menor dos lucros do que em temporadas anteriores. Isso tudo, segundo Maffei, teria diminuído o poder de barganha dos investidores da CVC que controlam a Delta Topco na hora de vender 100% do Formula One ao Liberty Group.
FORBES já havia mostrado, também, que o fundo de investimento receberá somente US$ 354 milhões pela venda do grupo. A companhia é dona de 38,1% da Delta Topco, junto do grupo de investimentos Waddell & Reed, dono de 20,7%.