Produzir flores já era o objetivo do horticultor holandês Franciscus van de Weijer, 61, quando trocou seu país pelo Brasil, em 1978. Com esse intuito, em 1980 arrendou uma granja em Holambra, no interior de São Paulo, que na época ainda nem existia como município. Desde o fim dos anos 1940, a região abrigava uma colônia neerlandesa que, muitos anos depois, fez brotar ali um polo de produção de plantas ornamentais.
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“Escolhi o Brasil porque o mercado tinha uma grande população e, naquele tempo, o investimento era relativamente baixo, sem competição”, recorda Weijer, que foi um dos pioneiros na produção em vaso em Holambra. Em 1983, comprou seu primeiro sítio próprio, e começou a revolucionar a produção local: desenvolveu uma técnica que permitia cultivar azaleias durante 12 meses por ano, e não mais apenas na primavera. O feito transformou sua empresa em referência nacional na produção dessas flores. Na década de 1990, vieram as bromélias, até hoje um destaque da marca.
Foi nos anos 2000 que a Ecoflora passou a focar no cultivo de orquídeas, seu produto de liderança no mercado brasileiro, e também a produzir bulbos de amarílis, exportados para Europa e Estados Unidos. “As orquídeas sempre estiveram presentes na nossa produção, mas há uns 20 anos percebi que na Europa elas realmente começaram a ter importância. Então, resolvi aumentar nossa produção significativamente”, conta o empresário, que tem seus três filhos como sócios
na empresa.
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Hoje, as orquídeas dominam na área cultivada, que soma 230 mil m2, divididos em quatro unidades. É uma área maior do que o estádio do Maracanã. “A cultura de orquídea é demorada, da saída do laboratório até a venda são quase dois anos”, ensina Weijer. “Neste período, a planta é tratada com muito cuidado, mantendo-se a temperatura, umidade e luz sob controle. Com o uso da tecnologia, é possível produzir o ano todo.”
Nos últimos anos, a Ecoflora passou a recrutar um time de novos jardineiros inusitado: robôs que auxiliam desde o plantio até a colocação em embalagens. “Em 2013, iniciamos um projeto de cultivo com um nível maior de mecanização, até então não visto no Brasil”, conta o empresário. Os equipamentos de última geração ajudam a classificar e espaçar plantas, padronizando a qualidade e aliviando os trabalhos manuais.
A tecnologia é destaque na unidade mais nova da empresa, instalada em Mogi Mirim (SP). Nesta planta, deverão ser produzidos 35 mil vasos por semana, até o fim do ano.
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A empresa cultiva orquídeas das famílias Phalaenopsis, Denphal e Oncidium — esta última, tipicamente brasileira. As mudas são originárias de laboratórios da Europa e da Ásia. Cada uma dessas famílias tem uma imensa quantidade de variações. “Com certeza, temos mais de 500 variedades.”