A fortuna do candidato à presidência dos Estados Unidos pelo partido Republicano, Donald Trump, sofreu uma queda de US$ 800 milhões em relação ao ano passado, segundo cálculos de FORBES. A desaceleração no mercado imobiliário de Nova York fez com que esse valor diminuísse.
O empresário, com fortuna estimada em US$ 3,7 bilhões, não pretende liberar sua declaração de renda. “Não se aprende muito vendo declarações de imposto de renda”, declarou no primeiro debate presidencial na última segunda feira (26), quando afirmou que a sua declaração é auditada há mais de 15 anos. “Você aprenderá mais sobre Donald Trump se for ao comitê eleitoral, onde há uma cópia de 104 páginas com minhas propostas sobre a economia do país”, sugere o candidato.
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Os críticos afirmam que Trump tem medo que a análise da declaração de renda dele mostre que ele não é um bilionário. No entanto, o argumento é duvidoso. Primeiro: a renda de Trump não está diretamente relacionada com o valor de seus ativos e suas dívidas. Segundo: FORBES vem acompanhando a fortuna de Trump há 34 anos. Nesse período, o candidato subiu e desceu na lista – na maior parte da década de 1990, ele ficou fora do ranking dos bilionários.
Além da desaceleração do setor imobiliário, outros fatores também foram decisivos para essa queda. Dos 28 ativos analisados por FORBES, 18 diminuíram de valor, incluindo a Trump Tower, na 5ª Avenida, em Manhattan, o 40 Wall Street e o Mar-a-Lago, seu clube privativo com vista para Palm Beach.
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Sete ativos aumentaram de valor, incluindo o segundo prédio mais alto de San Francisco, na 555 California Street. Um se manteve estável. Há dois novos ativos incluídos em sua contagem total – um é uma participação de 4% de um complexo residencial no Brooklyn, listado no dossiê da FEC (Federal Election Commission). Em seu único negócio imobiliário este ano, Trump comprou um armazém de quase 50 anos em Charleston, na Carolina do Sul. Antiga propriedade da companhia Titan Atlas, da qual o filho de Trump, Donald Jr., já havia sido um investidor.
Em relação a sua campanha, Trump doou US$ 7 milhões e emprestou mais US$ 48 milhões de sua própria fortuna, que a FORBES prevê que ele não receberá de volta.
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A esta altura da corrida eleitoral, há muito a se perder. Pela primeira vez desde H. Ross Perot Sr. em 1992 (e de novo em 1996), um bilionário tem uma chance real de se tornar o presidente dos Estados Unidos.
O candidato republicano à presidência disse, na última segunda feira (26), que seu dossiê da FEC mostrou renda de US$ 694 milhões no ano passado, o que é uma informação falsa. No documento, que cobre um período de 17 meses, ele misturou deliberadamente receita com renda.