Tradicionalmente, a confiança dos consumidores cresce um pouco nos meses que antecedem eleições presidenciais dos Estados Unidos. Mas em 2016, pode ser que o clima político esteja fazendo com que as pessoas evitem sair para comer.
De acordo com o blog “Nation’s Restaurant News”, os executivos das redes de restaurantes estão culpando as incertezas em relação às eleições pelo declínio nas vendas.
Na semana passada, o CEO da empresa Yum Brands Greg Creed sugeriu que a eleição pode ser a razão pela diminuição dos gastos dos consumidores. “É desnecessário dizer que as pessoas estão tentando decidir sobre os rumos da economia, eu acho que talvez elas estejam apenas se protegendo”, afirmou o CEO durante teleconferência de resultados do terceiro trimestre da companhia na última quinta-feira (6).
LEIA MAIS: Como o Rei do Mate pretende se tornar uma Starbucks à brasileira
A Yum Brands teve um lucro líquido de US$ 1,09, pouco menos do que os analistas esperavam, mas a verdadeira perda foi na sua receita anual. A companhia, que inclui marcas como o KFC e a Taco Bell, reportou no seu terceiro trimestre uma receita de US$ 3,32 bilhões, muito abaixo dos US$ 3,49 bilhões estimados pelos analistas, de acordo com a “Bloomberg”.
Recentemente, o CEO da marca Wendy, Todd Penegor, também falou sobre a incerteza na mente dos consumidores. “Quando um consumidor está um pouco incerto sobre seu futuro e está tentando descobrir o que esse ciclo de eleição realmente significa para eles, eles não estão tão aptos a gastar tanto quanto alguns trimestres atrás”, disse durante a conferência do segundo trimestre.
Mas Howard Schultz, CEO da Starbucks, está entre aqueles que argumentam que a eleição é apenas um fator de incerteza para os consumidores. “Eu acho que temos uma situação em que você tem uma eleição muito incerta”, afirmou Schultz em julho. “Você tem uma agitação civil nacional com relação à raça. E eu acho que os problemas sobre esse terror criaram um nível de ansiedade… Há uma série de coisas que estamos enfrentando como cidadãos e sobre a direção do país.”
SAIBA MAIS: 16 marcas de comida e bebida mais valiosas do mundo
Alguns analistas do setor já estão preocupados que o ramo dos restaurantes pode ter uma recessão em 2017, ou pelo menos as companhia que vendem diretamente aos consumidores. As vendas caíram nos últimos dois trimestres, é a primeira vez que isso ocorre desde a recessão de 2008.
Os restaurantes estão preocupados com o atraso nos almoços de negócios, o que gerou para algumas pessoas o questionamento sobre o futuro das refeições em restaurantes ao meio-dia.
O editor financeiro sênior do blog “Nation’s Restaurant News” Jonathan Maze escreveu: “É difícil para conhecer as reais motivações dos consumidores e por que eles ficam em casa. Mas a eleição é desculpa tão boa como qualquer outra para a cadeia de restaurantes.”
VEJA TAMBÉM: Como os bilionários brasileiros, liderados por Lemann, salvaram o Burger King
Maze sugere duas estratégias para os restaurantes superarem o momento ruim: focar na entrega de refeições e oferecer muita comida que traga a sensação de bem-estar.