Maior exportadora brasileira entre os anos de 1999 e 2001 e segunda maior de 2002 a 2005, a Embraer fez seus negócios voarem em outra altitude quando acelerou seu processo de expansão fora do país. Atualmente, mais da metade das plantas da terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo estão em território estrangeiro: as unidades no exterior são 17, ante 12 no Brasil. Os negócios internacionais respondem por 90% do faturamento da companhia. Até na direção a empresa caminha para a internacionalização: o presidente de aviação comercial da companhia é o irlandês John Slattery desde junho deste ano.
“A aviação é, por sua natureza, um negócio global. Nesse setor, estar próximo de clientes e mercados sempre foi uma necessidade”, justifica Nelson Salgado, vice-presidente de Estratégia e Relações Institucionais da Embraer. “Em um mundo cada vez mais integrado e conectado, essa necessidade só aumenta: além dos mercados consumidores, passam a ser chave proximidade e sinergia com fornecedores, acesso à diversidade de talentos, participação em diferentes redes de conhecimento e pesquisa etc. Não por acaso, hoje todos os principais fabricantes possuem atuação internacional”, lembra.
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Foi embalada por esses ventos que a Embraer fez pousar instalações nos Estados Unidos já em 1979. O país ganhou ainda mais relevância no mapa da companhia depois de sua aposta na aviação corporativa, ao lançar em 2011 o Legacy, seu primeiro jato executivo. Os Estados Unidos respondem, historicamente, por mais da metade do mercado mundial deste segmento. “Na aviação executiva, a proximidade do cliente é ainda mais crítica.Todos os nossos concorrentes têm presença industrial na região. Diante de tantas opções, estar fisicamente presente tornou-se fundamental para disputar essa clientela”, diz Salgado.
Tal constatação levou a Embraer a instalar linhas de montagem final na Flórida. A operação mais recente, de jatos executivos de médio porte Legacy 450 e Legacy 500, foi inaugurada em junho,no complexo em Melbourne, onde a companhia aterrissou em 2008. “Sempre lembrando que a engenharia de desenvolvimento dos produtos e de produção continua a ser feita no Brasil, bem como a fabricação de peças e sua integração em subconjuntos [asa,fuselagens, empenagens]”, frisa o executivo.
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Com plantas em 10 países, a Embraer continua com o radar atento a novas oportunidades. “O mercado aerosespacial atravessa um momento em que a conjuntura é muito desafiadora. A despeito disso, há oportunidades latentes em todos os segmentos, nas diversas regiões do mundo. No longo prazo, a China se tornará um mercado ainda mais importante”.