O CEO da Starbucks, Howard Schultz, resolveu “protestar” contra a decisão de Donald Trump de restringir a entrada de imigrantes nos EUA. O executivo afirmou que pretende contratar 10.000 refugiados nos próximos cinco anos.
O decreto de Trump proíbe a entrada nos EUA de imigrantes e refugiados, em um prazo mínimo de 90 dias. A decisão mira nascidos no Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. Já os refugiados da Síria tiveram a proibição de entrada por prazo indefinido. O ato de Trump gerou uma onda de críticas, vindas até mesmo de grandes executivos e empreendedores norte-americanos.
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O fundador e CEO da Airbnb, Brian Chesky, afirmou que sua companhia vai oferecer abrigo gratuito aos refugiados e a outras pessoas que não estejam permitidas de entrar no país. O cofundador do Google, Sergy Brin, juntou-se ao protesto que ocorreu no Aeroporto Internacional de San Francisco, contra a decisão de Trump de expulsar imigrantes. Os CEOs da Tesla, Facebook, Apple e Microsoft também tuitaram, enviaram e-mails ou fizeram declarações públicas que desaprovam as atitudes do presidente dos EUA.
Mas a carta de Schultz enviada aos funcionários da Starbucks, na noite do último domingo (29), é uma das mais fortes reações até agora. “Eu escrevo para vocês hoje com grande preocupação, o coração pesado, mas com uma promessa de resolução”, começa o CEO em sua carta. “Não vamos ficar em silêncio diante das incertezas sobre as ações da nova administração, que crescem a cada dia.”
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Schultz citou também o longo histórico da empresa de contratar novas pessoas para dar mais oportunidades e falou sobre seus planos: “Há mais de 65 milhões de cidadãos no mundo reconhecidos como refugiados pela ONU, e nós estamos com planos de contratar 10.000 deles nos próximos 5 anos, nos 75 países ao redor do mundo onde a Starbucks tem negócios”. “E nós vamos começar pelos Estados Unidos, ao focar na contratação de pessoas que já serviram nas tropas norte-americanas, como intérpretes e apoio pessoal nos vários países onde os nossos militares atuaram.”
Schultz, que vai passar seu cargo de CEO para Kevin Johnson em abril deste ano, nunca foi tímido para expor sua opinião sobre a importância de balancear a renda da sua companhia com ações humanitárias. Sob seu controle, a Starbucks expandiu sua presença em bases militares, com o objetivo de contratar veteranos e seus cônjuges. Ele também criou um programa que dá aos funcionários da companhia uma chance de conseguir um diploma online da Universidade do Estado do Arizona, nos EUA. No meio do ano passado, a companhia afirmou que ia expandir a cobertura do seu plano de saúde para trabalhadores que atuam em período integral ou parcial.
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Schultz também direcionou o e-mail a outras entidades que poderiam ser afetadas pela nova administração de Trump. Para o México, um país onde a companhia tem 600 lojas e 7.000 funcionários, o CEO ressaltou a importância de construir pontes, e não muros. “O café é o que une nossa herança comum. Nós estamos prontos para ajudar e oferecer suporte aos clientes e parceiros mexicanos, tanto quanto para suas famílias, enquanto eles esperam o impacto das sanções comerciais propostas”, afirmou.