Se motocicletas são o principal meio de transporte para mais de 400 milhões de asiáticos, um número significativo quando consideramos que existem apenas 50 milhões de pilotos no resto do mundo, também são o modo mais perigoso de viajar em uma estrada. O risco de morte para motociclistas é 20 vezes mais alto do que para motoristas de carro. Por conta disso, em países em desenvolvimento, onde motocicletas e scooters são predominantes, o seguro é extremamente caro.
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De olho nesse cenário, a empresa Jarvish, em Taiwan, criou uma espécie de capacete inteligente, que promete transformar a indústria global de seguros e ajudar os motociclistas a conseguirem preços melhores.
Sensores, colocados dentro do capacete, são programados para medir o comportamento do usuário enquanto pilota sua motocicleta. Os capacetes inteligentes podem rastrear a velocidade, o quão bruscamente o motociclista breca, o quão fechadas são suas curvas, quando e para onde ele vai, além de fatores externos como condições de tráfego.
“Se nós conseguirmos monitorar o motociclista e entender seu comportamento, poderemos avaliar o risco de acidente, caso a caso”, explica o cofundador da Jarvish e diretor de tecnologia, Younger Liang. “Se você pode classificar o risco, pode pontuá-lo para dar a cada usuário uma proposta de valor diferente.” Ele afirma que estudos mostram que, se o usuário entende o propósito do sistema, que é permitir que ele economize dinheiro, irá mudar seu comportamento, pilotando de forma mais segura. “O próprio motociclista vira sua referência.”
Os modelos de seguro atuais “são os mesmo há mais de 50 anos”, afirma Liang. Eles elaboram apólices baseados na idade e gênero do usuário e na potência da motocicleta, assim como no histórico de acidentes e na localização. O resultado é que, quanto mais nova é a pessoa, mais alto é o valor.
A Jarvish afirma que deseja ampliar um modelo que já aparece nos Estados Unidos. Segundo Liang, a empresa MetroMile, localizada em São Francisco, defende um seguro de carro pay-per-mile, que sai mais barato para motoristas com baixas quilometragens. Seguradoras tradicionais não oferecem desconto para quem usa menos estradas. “Essa tecnologia emergente, porém, foi desenvolvida apenas para veículos com quatro rodas. Não existe uma interface semelhante para motos.”
A empresa afirma também que pretende ir além de monitorar o comportamento do usuário por meio de seu capacete inteligente. Atualmente, são pesquisadas maneiras de integrar tecnologia de realidade aumentada nos visores, que permitiriam navegação com as mãos livres e alertas sobre as condições da estrada. No entanto, no momento, não há base legal para esse tipo de tecnologia.