Quando Marie Schneegans, de 23 anos, começou um estágio corporativo, ela não conhecia nenhum de seus colegas. A solução que encontrou foi bater nas portas e convidar as pessoas para almoçar. Em 16 meses, ela havia completado seu estágio, contratado sua própria equipe de 15 pessoas e transformado seu desejo por conexão em uma companhia.
LEIA MAIS: Que tipo de líder você gostaria de ser?
O cofundador da empresa, Paul Dupuy, descreveu Marie como uma visionária. “É muito raro encontrar, ao longo da vida, pessoas que têm essa positividade, ideias tão boas e capacidade para reunir as pessoas. Em termos de visão, eu apenas sigo a Marie.”
“Quando eu estava no UBS, um grande banco suíço, eu não conhecia ninguém e queria ter colegas. Não existia uma maneira fácil de conhecer as pessoas dos diferentes departamentos. Não existiam aplicativos móveis”, lembra ela. “Então eu comecei a bater nas portas, perguntando se alguém queria almoçar comigo. Eles se surpreendiam, mas cada vez mais eu almoçava com funcionários de diferentes áreas. Por causa desses almoços, eu alcancei mais sucesso em meus projetos e amava ir para o trabalho. Uma vez, acabei almoçando com o CEO. Aos poucos, mais funcionários vinham conversar comigo e perguntavam como eu fazia aquilo. Eles acabam indo comigo para conhecer novos colegas.’
VEJA TAMBÉM: 5 oportunidades para negociar que vão muito além do salário
Marie nunca tinha trabalhado em uma startup ou construído um aplicativo, mas conhecia pessoas que já tinham feito isso. Ela entrou em contato com o cofundador de sua empresa atual, Dupuy, e perguntou se ele poderia ajudá-la com uma solução. “Nós estávamos pensando em desenvolver ferramentas para que os funcionários pudessem se encontrar dentro de grandes empresas, de forma a ficarem mais conectados e mais felizes no trabalho,” afirma Marie. E foi isso que eles fizeram.
Juntos, Marie e Dupuy construíram o Never Eat Alone, um aplicativo com um modelo de negócios B2B (business to business) e B2C (business to consumer). Isso significa que ele é uma propriedade da companhia que o contratar e são permitidas cópias para cada um de seus funcionários. O Never Eat Alone gera dinheiro ao vender software como um serviço. No ambiente do aplicativo, cada funcionário tem um perfil para seu departamento e dentro da companhia, listando algumas hashtags sobre as atividades que gosta ou deseja aprender. Marie exemplifica dizendo que gosta de jogar tênis. “Nós temos um algoritmo de combinação. Se alguém também gosta de tênis na empresa, seu perfil vai aparecer no começo da tela principal e, em seguida, você tem a oportunidade clicar em ‘vamos almoçar?’ ou ‘vamos tomar um café?”, explica.
Além da janela de conversa, existe um sistema de agendamento que permite que usuários mandem e recebam convites de almoço – fazendo do processo de conectar e convidar colegas algo muito simples. Isso foi projetado tanto para as pessoas mais familiarizadas com o mundo digital quanto para as menos adaptadas, que poderão usar a ferramenta de forma muito fácil. Frequentemente, como Dupuy explica, o aplicativo é mais benéfico para funcionários seniores. Muitas das relações que estão sendo formadas têm como foco a “mentoria reversa” – quando pessoas mais velhas podem se conectar com as mais jovens para receber conselhos sobre como serem mais inovadoras.
E MAIS: Saiba como motivar seus funcionários
Marie explica que convencer as empresas a usarem o aplicativo não foi algo fácil no começo. Historicamente, departamentos corporativos de recursos humanos não têm orçamentos para conexão. A jovem empreendedora está ajudando a mudar isso ao usar técnicas de vendas não-convencionais. Quando Marie encontra uma empresa que acredita que pode ajudar e não recebe resposta depois de abordar vários funcionários, ela tem uma abordagem mais direta e pessoal: escreve uma carta para o CEO expressando o quão importante é ter colaboradores mais conectados.
“Estamos no processo para trabalhar com a farmacêutica Sanofi”, conta Dupuy. “Marie enviou uma carta ao CEO, que a mandou para o CIO, que nos chamou e pediu para fazermos isso acontecer. Nós realmente faremos o que for preciso, pois acreditamos na nossa missão.”
O rápido sucesso do Never Eat Alone se baseia no fato de existir uma demanda para ambientes de trabalho mais felizes e conectados. Em termos anuais, a empresa já está faturando mais de US$ 1 milhão. Até o final de 2017, o planejamento é chegar a US$ 3 milhões.
Marie conquistou seus dois primeiros clientes corporativos em 2015 – agora, ela tem 60, incluindo a maioria das empresas da Fortune 500 (lista com as maiores corporações do mundo) na França. “Nós temos empresas na Suíça, como a Philip Morris, e também o Lloyd’s Bank no Reino Unido. Nós começaremos a trabalhar em breve em Nova York com a L’Oreal”, revela Dupuy. “Nesse ritmo, nós alcançaremos 200 clientes corporativos até o final do ano. Sempre escutamos que o que faz uma empresa não são as ideias, mas as pessoas. Nós vamos além disso. Dizemos que não são nem mesmo as pessoas, mas as conexões entre elas.”