O grupo Gerdau vai trocar de presidente-executivo no final deste ano, indicando o atual diretor das operações brasileiras, Gustavo Werneck, para o lugar de Andre Gerdau Johannpeter, que está à frente da maior produtora de aços longos das Américas há 11 anos.
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No que a companhia chamou de mudança na governança, os outros dois membros da família Gerdau que atualmente exercem funções executivas – Claudio Johannpeter e Guilherme Chagas Gerdau Johannpeter sairão do dia a dia da empresa para se dedicarem apenas ao conselho de administração, juntamente com Andre.
Apesar de elogios de analistas do setor durante teleconferência sobre as mudanças anunciadas nesta quinta-feira (24), as ações da holding controladora da Metalúrgica Gerdau devolviam parte da alta verificada na véspera, exibindo queda de 1,73% às 10h50. Já os papéis da Gerdau mostravam baixa de 0,6%.
Durante a teleconferência, o atual presidente-executivo do grupo afirmou que a Gerdau não tem planos de mudança de segmento de listagem na bolsa, como migração para o Novo Mercado, nem planos de alterações nos membros do conselho de administração ou na estrutura societária do grupo em que a família Gerdau continuará a exercer seu controle sobre a siderúrgica por meio da holding.
Andre Johannpeter afirmou que a mudança na estrutura de comando da Gerdau estava sendo trabalhada há 12 meses e que agora os integrantes da família, incluindo ele, poderão se “focar mais na parte estratégica e planos de médio a longo prazo” do grupo.
Questionado se a mudança tem alguma relação com a operação Zelotes, da Polícia Federal, que apura denúncias de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Andre Johannpeter disse que a decisão não tem relação com as investigações.
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“Estamos completando 11 anos [no comando da Gerdau]. Chegou a hora de colocarmos nosso foco em questões mais estratégicas e não no dia a dia da operação. A gente entende que esta mudança na governança vai ser muito boa para a companhia e para continuar nossa transformação”, disse o atual presidente-executivo do grupo. “Nosso papel como representantes do controlador tem muito mais valor na parte estratégica. A empresa fez importantes conquistas e a gente entende que a companhia está pronta para acelerar esta evolução”, acrescentou o executivo.
No processo anterior de mudança na governança da Gerdau, Andre Johannpeter assumiu o comando do grupo de então 105 anos de existência depois que a companhia contratou uma consultoria internacional que assessorou a empresa a escolher seu novo presidente-executivo durante quase um ano. O processo também envolveu análises internas.
Perguntado sobre a diferença com o processo anunciado nesta quinta-feira, Andre Johnnpeter afirmou que “os tempos mudaram, estão mais rápidos. A empresa está diferente e, no fim, chegamos à conclusão de que o Gustavo Werneck é a pessoa certa para acelerar toda a transformação da Gerdau”.
O executivo comentou que a empresa deverá escolher um substituto para o lugar de Werneck nas operações brasileiras nos próximos meses e que não há mudanças no plano de longo prazo de se focar nos ativos mais rentáveis. Ele acrescentou que a Gerdau tem “alguns negócios andando” nesta frente, mas sem cronogramas definidos.
Por sua vez, Werneck afirmou que sua prioridade nos quatro meses que ainda restam para ele no comando das operações brasileiras da Gerdau é aproveitar “oportunidades interessantes” de captura de valor e de aumento da rentabilidade da unidade.