Altas de preços apoiadas na forte demanda global pela celulose elevaram as receitas da Suzano no segundo trimestre, mas não compensaram os efeitos negativos do câmbio sobre a dívida, que fizeram o lucro do período despencar no período.
LEIA MAIS: David Feffer é eleito diretor presidente da Suzano Holding
A companhia anunciou nesta quarta-feira (2) que seu lucro de abril a junho somou R$ 199 milhões, uma queda de 79,2% ante mesma etapa do ano passado.
O lucro foi diretamente impactado pelo resultado financeiro líquido, negativo em R$ 678 milhões no período, provocando efeito contábil negativo na marcação a mercado da parcela da dívida em moeda estrangeira, após ter sido positivo em R$ 773 milhões um ano antes.
No plano operacional, a receita líquida cresceu 12,2% contra um ano, para R$ 2,53 bilhões. Já o resultado medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 1,157 bilhão, aumento de 19,6% na comparação anual. A margem Ebitda subiu 7,1 pontos, para 45,7%.
O custo caixa consolidado de produção de celulose de mercado no segundo trimestre foi de R$ 568 por tonelada, queda de 10,7% sobre o registrado um ano antes e recuo de 3% sobre o primeiro trimestre deste ano.
VEJA TAMBÉM: Seu maior aliado ou seu pior inimigo
“O segmento de celulose continuou apresentando resultados consistentes, consequência principalmente da demanda forte e saudável no mercado asiático”, explicou a Suzano no relatório. “Os fundamentos positivos da celulose permitiram, novamente, sucessivos aumentos do preço lista para todas as regiões. A desvalorização do real também impactou positivamente a rentabilidade do negócio”, adicionou a companhia.
A Suzano fechou junho com dívida líquida de R$ 10 bilhões, o que representava 2,7 vezes o Ebitda ajustado, aumento ante relação de 2,1 vezes um ano antes.
A companhia anunciou na segunda-feira planos de entrar no Novo Mercado da bolsa paulista, o que implicará a conversão de todas as ações preferenciais em papéis com direito a voto.