A administradora de programas de fidelidade Livelo e a gestora de cartões de benefícios Alelo começam a oferecer a empresas, nos próximos dias, a possibilidade de os funcionários trocarem bônus de performance e outras premiações por pontos resgatáveis em produtos.
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O argumento dos executivos das empresas da Elopar, holding controlada por Banco do Brasil e Bradesco, é de que o produto dá uma percepção distinta de valor a quem recebe a premiação. “Ao resgatar os pontos para comprar uma viagem, por exemplo, a pessoa acaba adquirindo uma experiência que pode criar um vínculo emocional com a empresa”, disse à Reuters o presidente da Alelo, Raul Moreira.
Para as empresas, além do recurso da rastreabilidade dos dados das despesas pagas por meio do programa, há também a vantagem de ter maior proteção jurídica contra eventuais gastos com processos trabalhistas, disse o presidente da Livelo, Alexandre Rappaport. Isso porque frequentemente decisões judiciais sobre processos trabalhistas incluem valores como bônus e outras premiações como parte da remuneração dos funcionários, o que multiplica valores eventualmente pagos em indenizações. “Com os pontos de um programa de fidelidade a empresa fica mais protegida”, disse Rappaport, frisando que a reforma trabalhista recentemente aprovada e que entra em vigor em novembro deixa mais clara a diferença entre salários e premiações e benefícios.
Segundo Moreira, devido ao receio com esse aspecto jurídico, a maioria das empresas evita fazer programas de recompensas monetárias a funcionários, preferindo premiá-los com objetos e outros itens que podem não agradar quem os recebe. “Com pontos, o funcionário tem maior liberdade para decidir como vai usar a premiação”, sustenta o executivo.
De acordo com Rappaport, a ideia não é substituir bônus como participação nos lucros (PLR), mas incluir outros prêmios temáticos, como para reconhecer funcionários com determinado tempo na empresa ou aqueles que atingirem metas.
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A estratégia para o segmento corporativo acontece em um momento em que a economia ainda fraca afeta tanto o mercado de programas de fidelidade, dado o volume mais baixo de compras com cartões de crédito, quanto o segmento de benefícios a empregados, já que o país ainda tem cerca de 13 milhões de desempregados. Atualmente a Livelo também passou a buscar clientes fora do público original formado por correntistas do Bradesco e do BB.
Sem dar detalhes, Moreira e Rappaport disseram que ambas as empresas têm elevado o faturamento neste ano, apesar do cenário, mas uma melhoria no mercado de trabalho formal só deve acontecer na segunda metade de 2018.