A BR Distribuidora, subsidiária de combustíveis da Petrobras, teve lucro de R$ 620 milhões no acumulado dos primeiros nove meses deste ano, ante prejuízo de R$ 367 milhões no mesmo período do ano passado, de acordo com prospecto preliminar da oferta inicial de ações da BR Distribuidora, publicado nesta terça-feira (17).
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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 2,184 bilhões, entre janeiro e setembro, alta de 0,4% ante o mesmo período de 2016.
A receita de vendas da maior distribuidora de combustíveis do Brasil foi de R$ 61,781 bilhões, queda de 6,2% em relação a um ano antes.
Já o volume de vendas da BR Distribuidora, nos primeiros nove meses do ano, foi de 32,149 milhões de metros cúbicos, queda de 7% em comparação ao mesmo período do ano passado.
A empresa não fez comentários sobre os dados financeiros.
Na véspera, a Petrobras pediu na CVM registro de companhia aberta para a BR Distribuidora, além de aval para realizar uma oferta inicial de ações da subsidiária.
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No prospecto publicado nesta terça-feira, a empresa apresentou suas vantagens diante do mercado e apontou oportunidades de crescimento e de retorno para futuros acionistas.
PLANOS PARA O FUTURO
Líder no mercado de distribuição de combustíveis e lubrificantes no Brasil, com aproximadamente 30% de participação em termos de volumes de vendas, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a BR acredita ter potencial para crescer mais.
Dentre os objetivos da empresa está a expansão da rede de postos de serviço por meio da conversão de postos bandeira branca, segundo o prospecto.
“Segundo dados da ANP, em 31 de dezembro de 2016, havia 17.128 postos ‘bandeira branca’ no país, dos quais 44% cento identificamos com potencial para conversão, considerando sua localização e o seu volume de vendas”, disse a empresa.
A BR já tem a maior rede de postos de serviço do pais, fornecendo com exclusividade diesel, gasolina, etanol, gás natural veicular (GNV) e lubrificantes para 8.212 postos de serviço, localizados em todo o território nacional, segundo dados de mercado de 30 de setembro de 2017.
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A empresa ponderou que entre 2014 e 2016 houve uma retração do mercado brasileiro de distribuição de combustíveis e derivados, principalmente devido à retração econômica, mas destacou que a perspectiva para os próximos anos é de recuperação da economia brasileira.
A busca por maior eficiência e o fortalecimento da estrutura logística, redução de custos e aperfeiçoamento da sinergia entre negócios também fazem parte da estratégia da BR.
Outra frente prevista pela companhia será expandir segmentos com maior potencial de geração de valor e desinvestir de negócios não relacionados às atividades principais.
Como exemplo, a BR destacou que prevê iniciar, em janeiro de 2018, a ampliação de 55% da capacidade de produção de sua fábrica de lubrificantes em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, para 42 mil metros cúbicos por mês, contra os 27 mil metros cúbicos atuais, até o fim de 2019.
“Temos como objetivo aumentar nossas vendas de lubrificantes da linha Lubrax, resultando em maior rentabilidade devido as maiores margens proporcionadas por este produto”, afirmou.
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Além da marca de lubrificantes Lubrax, a empresa destacou que conta com outras marcas muito conhecidas como BR Mania, Podium e Grid, que vão ajudar a companhia a buscar sua expansão. Outra vantagem competitiva para o crescimento, segundo o prospecto, é sua ampla e flexível infraestrutura logística.
FATORES DE RISCO
Em contrapartida, a BR apontou fatores de riscos aos quais está exposta, dentre eles, estão decisões desfavoráveis em processos judiciais, arbitrais ou administrativos.
Em 30 de setembro, a companhia figurava no polo passivo em 10.184 processos judiciais, arbitrais ou administrativos, cujo valor total envolvido era de aproximadamente R$ 12,238 bilhões, dos quais R$ 2,102 bilhões estavam provisionados.
Além disso, a empresa também está exposta a possíveis desdobramentos da Lava Jato, aos interesses da Petrobras como controladora, a riscos de crédito e inadimplência de seus clientes, além de praticas anticompetitivas, evasão fiscal e adulteração de combustíveis no segmento de distribuição de combustíveis podem distorcer os preços de mercado.