A Fibria, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, registrou um salto de 23 vezes no lucro líquido do 3º trimestre na comparação anual, em meio a um aumento da receita e resultado financeiro positivo, informou a empresa nesta terça-feira (24).
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O lucro líquido da Fibria subiu para R$ 743 milhões no 3º trimestre de 2017, ante resultado positivo de R$ 32 milhões em igual período do ano passado.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,256 bilhão, alta de 66% sobre o resultado obtido um ano antes, devido sobretudo à elevação de 24% do preço médio líquido da celulose em dólar.
“Os fundamentos de mercado mantiveram-se a favor dos produtores de celulose ao longo do 3º trimestre”, disse a empresa em comunicado.
A combinação entre demanda forte e oferta reduzida resultou na restrição de celulose disponível no mercado para negociações spot, permitindo que a empresa reajustasse seus preços no período.
A receita líquida totalizou R$ 2,844 bilhões no 3º trimestre, alta de 24% ante o mesmo período do ano passado, devido à elevação do preço médio e de maior volume vendido.
A produção de celulose no trimestre subiu 11% na comparação anual, com a entrada em operação da nova linha de produção de celulose branqueada de eucalipto Horizonte 2.
“O que surpreendeu foi o Ebitda bem acima do esperado, com margem de 49% contra 45% há apenas três meses”, disseram os analistas da Coinvalores.
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As ações da companhia abriram em alta de 1,7% na B3.
O resultado financeiro líquido foi positivo em R$ 456 milhões, ante resultado negativo de R$ 203 milhões no mesmo período do ano passado, devido principalmente à apreciação do real em relação ao dólar sobre a posição da dívida.
O índice de alavancagem financeira em dólar caiu para 3,28 vezes, ante 3,75 vezes no trimestre anterior, enquanto em reais a relação dívida líquida/Ebitda caiu para 3,24 vezes ante 3,85 vezes no 2º trimestre, já abaixo do limite da política financeira.
MERCADO DE CELULOSE
A Fibria prevê que, nos próximos meses, a baixa disponibilidade de celulose deve continuar sendo um “fator de desequilíbrio nos fundamentos de mercado, mesmo com o satisfatório ramp up da nova linha Horizonte 2”.
A previsão atual é que as reduções não programadas atinjam cerca de 800 mil toneladas em todo o segundo semestre, ante previsão anterior de 500 mil toneladas. Já a demanda normalmente é bastante aquecida no último trimestre do ano, e a empresa não vê indícios de que este ano seja diferente.