A produção global de vinho deste ano deve recuar para o menor nível desde 1961, uma vez que o clima ruim que assolou a Europa danificou vinhedos da maior região produtora do mundo, disse a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) nesta terça-feira (24).
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A produção geral de vinho deve cair para 246,7 milhões de hectolitros em 2017, uma queda de 8% em relação ao ano passado, disse a OIV, sediada em Paris, em suas primeiras estimativas para o ano.
Um hectolitro equivale a 100 litros, ou cerca de 133 garrafas padrão da bebida, de 750 ml.
A queda global reflete uma diminuição acentuada na produção da União Europeia, onde os três maiores países produtores do mundo –Itália, França e Espanha– projetam uma decaída considerável.
A Comissão Europeia estima que a safra de vinho do bloco em 2017 recuará para seu menor patamar em 36 anos devido a fenômenos climáticos adversos, como geadas de primavera e ondas de calor no verão.
Na França, o clima afetou a maior parte das principais regiões de cultivo, incluindo Bordeaux e Champagne, e o governo projetou que a produção será a menor em décadas.
As projeções da OIV, que excluem suco e mosto (vinho novo), mostram a produção de vinho italiano diminuindo 23%, para 39,3 milhões de hectolitros, a francesa recuando 19% (para 36,7 milhões), e a espanhola caindo 15% (33,5 milhões).
Esse cenário pode reduzir o excedente de produção sobre a demanda visto nos últimos anos, quando o consumo foi freado pelos efeitos da crise financeira mundial de 2008.
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A OIV disse estar presumindo inicialmente uma média de consumo de 240,5 milhões a 245,8 milhões de hectolitros com base em tendências de médio e longo prazos, mas que ainda não tem dados sólidos da demanda para 2017.
Mas o impacto da produção reduzida no suprimento do mercado e nos preços depende do nível dos estoques de anos anteriores e da qualidade do vinho nas regiões que servem de referência.
Na França, a maior exportadora do mundo por valor, os produtores apontaram para a perspectiva de vinhos de boa qualidade.
Fora da Europa, os Estados Unidos, quarto maior produtor mundial e o maior consumidor da bebida, devem registrar pouca alteração na produção, com 23,3 milhões de hectolitros, uma queda de 1%, segundo a OIV.