Os cinco maiores bilionários brasileiros concentram juntos riqueza equivalente à da metade mais pobre da população do país, revelou relatório da Oxfam publicado hoje (22).
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Os empresários Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Herrmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev) e Eduardo Saverin (Facebook) são, segundo ranking de FORBES, os cinco brasileiros mais ricos, com uma fortuna total de US$ 84,9 bilhões.
“O que vemos é um aumento absurdo da concentração de renda e riqueza no mundo, provocando mais pobreza e o aumento das desigualdades. Isso mostra que a economia segue sendo muito boa para quem já tem muito e péssima para quem tem pouco”, disse Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil, em comunicado.
O levantamento “Recompensem o Trabalho, não a Riqueza”, divulgado na véspera da abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, indicou também que o patrimônio somado dos bilionários brasileiros cresceu 13% em 2017, chegando a US$ 549 bilhões.
No mesmo período, entretanto, a metade mais pobre do Brasil viu sua fatia da renda nacional cair de 2,7% para 2%, sinal de que a economia brasileira sofre com um “vício sistemático de aumento de desigualdade”, advertiu Rafael Georges, coordenador de Campanhas da Oxfam Brasil. “Seria um sinal de prosperidade se todo mundo ganhasse, mas a partir do momento em que a gente tem um topo que sobe e uma base que desce, isso não é sinal de prosperidade. Isso é sinal de uma patologia na nossa economia”, disse.
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O levantamento ilustra a situação de desigualdade social no Brasil, considerado o 3º país mais desigual da América Latina, e o 10º mais desigual do mundo, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Para Georges, um caminho para combater as desigualdades no Brasil inclui a revisão do sistema tributário, maiores gastos sociais e uma revisão das políticas trabalhistas, especialmente depois da implementação da reforma.
Em nível internacional, o relatório também revelou que de toda a riqueza gerada no mundo no último ano, 82% ficou nas mãos do 1% mais rico, e nada ficou com os 50% mais pobres. “A desigualdade precisa ser combatida desde agora, hoje, amanhã. A economia tem que funcionar para todo mundo”, disse Georges.