No ano passado circularam vários rumores de que o Google teria intenção de comprar a fabricante de smartphones HTC, que enfrenta problemas no mercado. No entanto, o acordo anunciado foi muito mais limitado do que se especulava. Hoje (31), o gigante de buscas revelou que adquiriu a maior parte do time de desenvolvimento da HTC por US$ 1,1 bilhão.
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O Google diz que está adquirindo cerca de 2 mil engenheiros, desenvolvedores e funcionários de suporte no acordo. Esses profissionais não serão realocados, pois o Google já tem operações em Taiwan, local de origem da HTC. Fontes próximas ao acordo alegam que a fabricante de celulares está abrindo mão da maioria substancial da sua equipe de pesquisa e desenvolvimento. A divisão foi responsável não apenas por trabalhar nos celulares da marca HTC, mas também pelos trabalhos terceirizados nos celulares Google Pixel. A HTC diz, porém, que ainda tem um time de engenharia de primeira.
Esse movimento marca uma expansão substancial dos empreendimentos de hardware do Google. A primeira geração dos celulares Pixel foram desenvolvidos pela HTC sob a direção do gigante de buscas. O mesmo vale para a segunda geração do Pixel, mas, neste caso, a HTC dividiu a responsabilidade com a LG. Ter seu próprio exército de desenvolvedores de hardware poderia permitir que o Google assumisse a maior parte do trabalho preliminar e, em seguida, passasse fabricação para uma empresa como a HTC.
Além disso, a movimentação faz do Google um grande player na indústria de smartphones. Os celulares Pixel venderam relativamente pouco, mas o ex-time de pesquisa e desenvolvimento da HTC com os recursos do Google pode ser capaz de conquistar coisas incríveis. Ela também dá licença para as patentes da HTC como parte do acordo. O responsável por hardware, Rick Osterloh, declarou que espera que o Google venda um número significativo de smartphones nos próximos anos. Ter seus próprios designers dentro da empresa é um grande passo nessa direção.
Do ponto de vista da HTC, a injeção de US$ 1,1 bilhão mantém as luzes acesas, mas a empresa, que já foi um grande player no mercado de smartphones, continua em uma trajetória descendente. A empresa não tem um trimestre lucrativo em anos, e a Sprint é a única operadora dos Estados Unidos que ainda vende seus celulares. Repassar seu time de desenvolvimento para o Google não ajuda a reverter a situação. Na verdade, pode até acelerá-la.
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