A BR Distribuidora, empresa de combustíveis controlada pela Petrobras, teve lucro líquido de R$ 531 milhões no quarto trimestre de 2017, alta de 921,2% sobre o mesmo período do ano anterior, informou a empresa ao mercado ontem (13).
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O salto no resultado da BR Distribuidora se deu sobre uma base fraca no ano anterior, quando foram contabilizadas provisões para indenizações do Programa de Incentivo a Demissão Voluntária (PIDV) e maiores perdas e provisões em processos judiciais e administrativos.
Mas a líder no mercado de distribuição de combustíveis e lubrificantes no país também reportou uma melhora nas margens de comercialização na primeira vez em que publicou seus resultados trimestrais após abrir o seu capital em dezembro na bolsa paulista B3, com uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
Em 2017, o lucro líquido da empresa foi de R$ 1,151 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 315 milhões em 2016, “com a melhora de margens em todos os segmentos e também em função das menores perdas e provisões para processos judiciais e administrativos”.
“Os números refletem melhora no desempenho operacional da companhia, em linha com a estratégia de recuperação de rentabilidade apresentada ao mercado durante a abertura de capital, realizada em 15 de dezembro de 2017”, disse a empresa, em nota.
Já o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da BR Distribuidora foi de R$ 883 milhões nos últimos três meses do ano passado, alta de 7,7% ante um ano antes, principalmente em função da redução das despesas operacionais, que compensou a redução do lucro bruto no período.
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“O decréscimo no lucro bruto em 2017 (-1,5%) refletiu a queda no volume de vendas na rede de postos associado ainda ao avanço dos players regionais e o menor volume vendido às térmicas, compensados parcialmente pelo aumento nas margens de comercialização”, disse a empresa.
Em 2017, o Ebitda ajustado alcançou R$ 3,067 bilhões, alta de 2,4% ante 2016, refletindo a melhora nas margens de comercialização e a redução das despesas operacionais, com destaque para a queda das despesas com pessoal em relação a 2016.
A receita líquida alcançou R$ 23,2 bilhões no quarto trimestre (alta de 9,6%), em função dos maiores preços médios de realização de produtos. Em 2017, a receita líquida foi de R$ 84,6 bilhões, queda de 2,4% devido a menores volumes vendidos em relação a 2016, parcialmente compensados pelo aumento dos preços médios de venda de produtos.
A Rede de Postos apresentou no quarto trimestre volume de vendas 0,9% inferior ao mesmo período do ano passado. Na comparação anual, o volume de vendas em 2017 foi 4,4% inferior a 2016.
“A redução do volume vendido é atribuível à manutenção da política de preservação das margens de comercialização, priorizando a rentabilidade da companhia através de uma maior seletividade das vendas”, disse a companhia.
DIVIDENDOS
O fluxo de caixa livre da BR foi de R$ 984 milhões em 2017, próximo ao lucro líquido de R$ 1,15 bilhão, o que permitirá o pagamento de R$ 1,09 bilhão em dividendos aos acionistas, o que equivale a aproximadamente 95% do lucro líquido de 2017, afirmou a empresa em nota.
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No quarto trimestre, o fluxo de caixa livre foi de R$ 755 milhões, uma alta de aproximadamente 37% em relação ao mesmo período de 2016.
Em agosto de 2017, a Petrobras decidiu aportar R$ 6,3 bilhões na BR, em meio a um processo de limpeza do balanço que buscou atrair investidores para o planejado IPO da empresa.
A dívida líquida caiu 59% ante 2016, para R$ 3,885 bilhões.