É difícil imaginar uma maneira mais rápida ou audaciosa de obter bilhões de dólares do que a rota recentemente escolhida pelo príncipe da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman: forçar as pessoas mais ricas do país a entregar suas fortunas pessoais ao estado como parte de uma “campanha anticorrupção”.
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No fim do ano passado, o herdeiro do trono, de 32 anos, confinou um grupo de bilionários sauditas e outros executivos a uma luxuosa prisão – o hotel Ritz-Carlton Riyadh, equipado com 492 quartos e cercado de palmeiras. Alguns eram, inclusive, seus parentes, como o Príncipe Alwaleed Bin Talal, de 62 anos – o magnata saudita mais conhecido no Ocidente.
Pelo menos três outros bilionários sauditas da edição do ano passado do ranking FORBES foram, supostamente, detidos. Nenhuma lista oficial dos nomes dos detidos foi divulgada e o adido de imprensa da embaixada saudita em Washington D.C. disse a FORBES que não tinha informações sobre indivíduos específicos por causa das leis de privacidade da Arábia Saudita.
Alwaleed e muitos outros foram liberados, mas fazer o check out no Ritz-Carlton custou bilhões. Supõe-se que o objetivo do governo saudita era arrecadar US$ 100 bilhões para cobrir um buraco no orçamento que tem crescido com anos de desvalorização do petróleo. Fontes também disseram a FORBES que Alwaleed está atualmente banido de conceder entrevistas à imprensa.
Há centenas de histórias sobre o que precisamente aconteceu, o que torna impossível saber definitivamente quem deu quanto a quem e quando. FORBES apurou que pelo menos um titã que não foi detido concedeu ativos ao governo. Como é impossível saber a verdade, decidimos deixar todos os dez sauditas fora da lista de bilionários deste ano – nenhum deles quis falar sobre o assunto. Uma vez que a situação sobre o patrimônio dessas pessoas fique mais clara, é possível que algumas delas retornem ao ranking em algum momento.
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Veja, na lista abaixo, os sauditas removidos da lista deste ano, com as fortunas registradas no ranking do ano passado:
1º) Príncipe Alwaleed bin Talal
Fortuna em 2017: US$ 18,7 bilhões
Preside a empresa de capital aberto Kingdom Holding, que tem investimentos na Lyft, no Twitter, no Citigroup e no Four Seasons.
2º) Mohammed Al Amoudi
Fortuna em 2017: US$ 8,1 bilhões
Seus ativos incluem uma refinaria sueca, estações sauditas de gás e um conglomerado etíope (mineração de ouro, agricultura e construção).
3º) Príncipe Sultan bin Mohammed bin Saud Al Kabeer
Fortuna em 2017: US$ 3,8 bilhões
Sua empresa de laticínios de capital aberto Almarai está entre as maiores do Oriente Médio.
4º) Mohammed Al Issa
Fortuna em 2017: US$ 2,6 bilhões
Sua Assila Investments tem participações em um banco, uma processadora de alimentos e hotéis.
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5º) Saleh Kamel
Fortuna em 2017: US$ 2,3 bilhões
Fundou o conglomerado Dallah Albaraka (imóveis, alimentação e saúde).
6º) Abdullah Al Rajhi
Fortuna em 2017: US$ 1,9 bilhão
Com seus irmãos, fundou o Al Hajhi Bank, um dos maiores bancos islâmicos do mundo.
7º) Abdul Majeed Alhokair (empate)
Fortuna em 2017: US$ 1,2 bilhão
7º) Salman Alhokair (empate)
Fortuna em 2017: US$ 1,2 bilhão
7º) Fawaz Alhokair (empate)
Fortuna em 2017: US$ 1,2 bilhão
O império imobiliário dos três irmãos inclui 19 shopping centers.
10º) Mohammed Serafi
Fortuna em 2017: US$ 1,1 bilhão
Investidor imobiliário.
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