O Facebook, agora, pretende que seus usuários utilizem seus serviços também para encontrar conexões amorosas. A rede social oferecerá seu primeiro serviço de namoro, anunciou Mark Zuckerberg ontem (1), o que sinaliza a entrada da maior rede social do mundo em um mercado crescente.
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Uma ótima jogada, ao considerarmos as 2,2 milhões de pessoas registradas no Facebook, que constituem uma audiência certamente incomparável à do Tinder ou a de serviços de namoro similares. As ações do Match Group Inc, dona do Tinder, caíram mais de 18% após a divulgação da notícia.
A pergunta, no entanto, é por que anunciar o serviço agora, justamente após a descoberta da maior invasão nos dados do Facebook desde o início da plataforma.
Do anúncio de ontem, durante a conferência de desenvolvedores do Facebook, não surgiram indícios sobre as motivações que basearam a decisão, mas mais detalhes devem ser divulgados até o final do ano. O chefe de produto do Facebook, Chris Cox, falou de um produto desenvolvido com grande atenção à privacidade e Zuckerberg acrescentou que se trata de um serviço destinado a construir relacionamentos de longo prazo, e não apenas conexões.
Resta, então, outra pergunta: por que o Facebook percebeu a necessidade de um app de namoro após 14 anos de vida? Esse serviço não lhes interessa porque não é útil conectar melhor as pessoas. Mas o namoro envolve muitas outras indústrias, da moda aos eventos, e isso gera uma grande quantidade de dados úteis para a publicidade.
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Além disso, a grande maioria dos apps de namoro, na verdade, já é alimentada por dados do Facebook, e o rei das redes sociais decidiu agora controlar esse mercado. Há, ainda, uma jogada vitoriosa que a rede social poderia considerar: conectar o namoro com o projeto de realidade virtual apresentado também ontem, em parceria com a subsidiária Oculus.