A empresa de alimentos BRF espera receber até R$ 500 milhões com a venda de ativos não essenciais, disse hoje (29) o diretor de relações com investidores, Eduardo Takeiti.
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O executivo afirmou, durante encontro com investidores e analistas da companhia, que os recursos com as vendas de ativos, incluindo áreas de reflorestamento e imóveis, serão usados para reduzir dívida.
Ele minimizou especulações de que a BRF considera um aumento de capital como uma estratégia de redução do endividamento. Mas deixou aberta a possibilidade sobre venda de ativos adicionais se a companhia não conseguir reverter o embargo da União Europeia sobre exportações de aves do Brasil e melhorar margens em meio a um ambiente de alta em custos com ração.
“Uma decisão sobre a venda de ativos principais da empresa não foi tomada”, disse o executivo, acrescentando que a prioridade da BRF é reduzir a dívida “organicamente” por meio do aumento da geração de caixa das operações.
Mas com um ambiente de operação difícil, a estratégia pode ser prejudicada, disse Takeiti, referindo-se à proibição da UE, que afetou 12 fábricas da BRF.
Como resultado do embargo europeu, a BRF alertou que provavelmente não vai alcançar meta anterior de redução de dívida líquida para o patamar de 3 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no final do ano.
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Após a proibição da UE, a BRF teve que redirecionar a produção ao mercado doméstico, com preços menores e margens apertadas por conta do aumento nos custos dos grãos para ração dos animais.
A companhia ainda está preocupada com uma investigação antidumping sendo realizada pela China sobre produtores brasileiros de carne de frango e os impactos da greve dos caminhoneiros sobre fretes rodoviários, afirmou.
No final do primeiro trimestre, o nível de endividamento da BRF atingiu 4,4 vezes Ebitda e a dívida líquida somava R$ 14 bilhões.