Marcas de luxo estão investindo cada vez mais em moda masculina, que está se expandindo mais rápido do que a feminina à medida que os estilos ficam mais descontraídos e peças de streetwear, como moletons, conquistam novos públicos.
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Grandes casas de moda como os conglomerados franceses LVMH e Kering estão entre as marcas que estão contratando estilistas famosos e investindo em roupas para homens.
A Louis Vuitton, marca do grupo LVMH sediada em Paris, resumiu a tendência na série mais recente de desfiles de moda masculina, encerrados na semana passada, com uma coleção do DJ e agora estilista Virgil Abloh. “É mais do que uma moda passageira. É uma tendência mais profunda”, disse Sidney Toledano, chefe do grupo de moda da LVMH, nos bastidores de um desfile. “Existe uma demanda forte em toda a indústria de moda masculina, em todos seus moldes e formas, e que vem em parte de uma clientela mais jovem. Nós vemos isso muito claramente nas vendas.”
As marcas da LVMH não divulgam detalhes sobre seus lucros, mas analistas estimam que a moda masculina representa entre 5% e 7% da renda da Louis Vuitton, uma das grifes mais lucrativas do conglomerado. A empresa não respondeu ao pedido de entrevista.
Já a Balenciaga, que fez sucesso com uma linha de tênis robustos e hoje é a marca do grupo Kering que cresce mais rápido, diz que atualmente os homens estão entre seus maiores consumidores, assim como os millennials – jovens de 20 a 35 anos de idade.
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A moda feminina continuou, entretanto, sendo o carro-chefe do mercado de US$ 1,7 trilhão de vestuário e calçados em 2017, enquanto a masculina ficou com menos de um quarto desse valor, segundo dados do Euromonitor.
Mas, a empresa de pesquisa de mercado prevê que as coleções masculinas superarão as femininas entre 2017 e 2022, com as vendas subindo a uma taxa de crescimento anual composta de 2%.
“Isto se deve ao fato de homens estarem colocando uma ênfase maior em sua aparência, algo alimentado pela ascensão das redes sociais, e porque os códigos de vestimenta masculina estão se suavizando globalmente”, disse Marguerite Le Rolland, consultora de moda e beleza da Euromonitor.