A velocidade no avanço da tecnologia para automóveis nunca foi tão elevada como nos últimos anos. A própria CEO da GM, Mary Barra, já afirmou que a indústria automóvel vai mudar mais nos próximos 5 anos do que mudou nos últimos 50.
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Isso fica evidente, mundialmente, com anúncios de praticamente todas as montadoras sobre a transição de seus modelos para a tração elétrica ou o lançamento de vários modelos elétricos ou híbridos plug-in.
A competição do mercado não está mais no modelo com mais ou menos acessórios ou mais ou menos conforto. A competição atual é pelo melhor e mais competitivo veículo elétrico, pela bateria com maior autonomia e pelo custo que mais se aproxima dos modelos convencionais à gasolina. São estes os pilares que vão direcionar os investimentos das montadoras nos próximos anos.
O Brasil, que deu o primeiro passo na tendência da mobilidade elétrica em 2016, com a isenção do imposto de importação para os veículos elétricos, avançou na semana passada mais dois grandes passos na corrida pelo desenvolvimento do mercado automóvel elétrico brasileiro. Um deles foi a publicação da resolução normativa que define as regras da atividade de recarga de veículos elétricos e veículos híbridos plug-in, e o outro foi a assinatura do novo regime automóvel ROTA2030, que regulamenta a redução do IPI para os veículos elétricos.
A nova lei que regulamenta o serviço de recarga abre espaço para que diversos players, privados e públicos, possam investir em infraestrutura de recarga para veículos elétricos nas cidades e rodovias do país.
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Definiu-se com a lei que não só as concessionárias de energia podem entrar neste novo negócio, mas qualquer investidor pode se tornar um operador deste tipo de serviço.
Por sua vez, o ROTA2030, muito aguardado desde o início deste ano, vai permitir às montadoras no Brasil definirem a sua estratégia de investimento e venda de veículos elétricos. A nova regra do IPI tem como objetivo fazer com que o veículo elétrico, tecnologia que tem custo de produção mais elevado, aproxime-se em preço dos veículos convencionais a gasolina e diesel. Além disso, é também uma alternativa para que as montadoras possam cumprir os níveis globais de eficiência energética de suas frotas.
Mesmo antes dessas definições, algumas montadoras já lançaram seus veículos elétricos e híbridos plug-in no país. É o caso da BMW, com o modelo i3, sucesso de vendas; da chinesa BYD, que já conta com três modelos elétricos no Brasil; e da Renault e da Nissan, que têm focado suas vendas em frotas corporativas.
Além destas, a Volvo, com o XC90, e a Porsche também se aventuraram nos modelos híbridos plug-in por acreditarem que este seja um caminho sem volta.
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Há ainda empresas como a EMB (Electric Mobility Brasil), que têm investido na venda e na implantação de postos de recarga de veículos elétricos em condomínios, shoppings, residências e rodovias.
“Na sua grande maioria, ainda são postos de recarga privados, mas, com as novas regras recentemente lançadas, estão criadas as condições para que se ampliem as redes de recarga pública, principalmente, nas rodovias, para que os veículos elétricos possam vencer as grandes distâncias entre os principais centros urbanos”, afirma Eduardo José Sousa, diretor da Electric Mobility Brasil.