O dólar caiu frente ao real no pregão de hoje (27), acompanhando o movimento no mercado externo após os dados econômicos dos Estados Unidos consolidarem a perspectiva de aumento gradual dos juros na maior economia do mundo, e também com os investidores mais otimistas com a cena eleitoral brasileira.
LEIA MAIS: Dólar sobe mais de 1% e se aproxima de R$ 3,75
O dólar recuou 0,77%, a R$ 3,7179 na venda, depois de marcar a mínima de R$ 3,7067 no dia. O dólar futuro caía cerca de 0,80% no final da tarde.
Nesta semana, acumulou desvalorização de 1,48%, marcando o quarto período seguido de perdas, que somaram 4,11%. Assim, a moeda norte-americana caminha para fechar julho com queda acumulada, a primeira desde janeiro passado.
“Ajudada pelo massivo estímulo fiscal, a economia dos EUA desfrutou de forte primeiro semestre deste ano, mas à medida que o estímulo se esvai e a política monetária se torna progressivamente mais apertada, esperamos que o crescimento do PIB desacelere acentuadamente a partir de meados de 2019”, escreveu o economista-chefe da empresa de pesquisas macroeconômicas Capital Economics, Paul Ashworth.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 4,1% no segundo trimestre, em taxa anualizada e ao ritmo mais rápido em quase quatro anos. Os números vieram em linha com as projeções de economistas consultados pela Reuters.
Com isso, o mercado mantinha as expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, vai continuar elevando os juros de maneira gradual, ou seja, mais duas vezes neste ano. Juros elevados têm potencial de atrair aos Estados Unidos recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
O dólar recuava frente a uma cesta de moedas, com avaliações de que a economia norte-americana vai desacelerar devido à guerra comercial, sobretudo com a China. O dólar também recuava ante as divisas de países emergentes, como o peso chileno.
Em depoimento recente no Congresso, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que a guerra comercial poderia afetar o crescimento do país e manteve a indicação de gradualismo na política monetária do país.
VEJA TAMBÉM: Como fugir da alta do dólar em viagens para o exterior
Internamente, o mercado seguia mais otimista com o noticiário político e negociações para coligações para as eleições de outubro.
O principal evento foi o apoio formal dos partidos do blocão ao pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, visto pelos investidores como um político mais comprometido com ajustes fiscais.
Nesta manhã, pesquisa de intenção de votos da XP Investimentos mostrou que Alckmin cresceu levemente, dentro da margem de erro. No cenário sem candidato do PT, o tucano apareceu com 10% dos votos, sobre 9% no levantamento anterior, junto com Ciro Gomes (PDT) e atrás de Jair Bolsonaro (PSL), com 23%, e de Marina Silva (Rede), com 12%.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 13,3 bilhões do total de US$ 14,023 bilhões dos contratos que vencem em agosto.