O investidor bilionário Warren Buffett tem seu primeiro sócio na Índia. Seu conglomerado, a Berkshire Hathaway, adquiriu uma participação na One97 Communications, controladora da Paytm, uma empresa de pagamentos digitais.
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Um representante da Paytm confirmou o investimento da Berkshire Hathaway, mas não revelou o tamanho do negócio. De acordo com o jornal indiano “Mint”, que divulgou a notícia pela primeira vez, a gigante de Buffett planejava investir entre US$ 314 milhões e US$ 357 milhões (22 bilhões a 25 bilhões de rúpias) por uma participação de 3% a 4% na One97. O bilionário se junta a Ant Financial, SoftBank, Alibaba e SAIF Partners como investidor na Paytm. Todd Combs, gerente de investimentos da BH, foi indicado para a diretoria da Paytm.
“Nos sentimos entusiasmados com este endosso”, disse o fundador e CEO da Paytm, Vijay Shekhar Sharma, em um comunicado à imprensa. “A experiência da Berkshire em serviços financeiros e o horizonte de investimentos de longo prazo será uma grande vantagem na jornada da Paytm de trazer 500 milhões de indianos para a economia convencional por meio da inclusão financeira.”
O acordo provavelmente aumenta o valor da One97 de US$ 10 bilhões para US$ 12 bilhões, informou o jornal indiano. A empresa levantou dinheiro recentemente, em 2017, depois de ser avaliada em US$ 7 bilhões, em um investimento do conglomerado japonês SoftBank. Sharma, que é o bilionário mais jovem da Índia, possuía 16% da One97 antes da transação da Berkshire. A FORBES estima seu patrimônio líquido em US$ 1,7 bilhão, com base no ranking do ano passado.
A Berkshire Hathaway não respondeu aos pedidos de entrevista.
Sharma, de 40 anos, cofundou a One97 Communications em 2001, e lançou a Paytm nove anos depois. Esta última, especializada em pagamentos móveis, tem 250 milhões de usuários registrados e processa 7 milhões de transações por dia. Também opera o site de comércio eletrônico Paytm Mall e o Paytm Payments Bank, o primeiro banco móvel da Índia.
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Filho de um professor, Sharma cresceu em uma pequena cidade ao norte da Índia e terminou o ensino médio aos 14 anos. Ele não pôde frequentar a faculdade até o ano seguinte, porque era muito jovem para fazer o exame de admissão. Construiu seu primeiro portal na internet, o Indiasite.net, enquanto estava na Universidade Tecnológica de Déli e o vendeu por US$ 1 milhão depois da formatura.
Sharma começou a Paytm como uma carteira móvel, mas logo a transformou em uma grande plataforma usada para compras de supermercado, reservas de voos e pagamentos de contas. O negócio cresceu ainda mais em 2016, depois que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, anunciou a desmonetização de 86% do papel-moeda do país. A Paytm divulgou uma grande campanha publicitária para aproveitar a notícia e também lançou versões de aplicativos em 11 idiomas para expandir a atração de áreas rurais. No prazo de 10 dias após o lançamento, o número de transações diárias na plataforma duplicou.
O bilionário estreou na lista dos mais ricos do mundo no ano passado, aos 38 anos. “2017 será nosso! Como não poderia ser?”, perguntou ele aos funcionários da Paytm em uma festa em janeiro daquele ano. Parece que 2018 trouxe boa sorte também.