A MRV, maior construtora de imóveis econômicos do país, lucrou 18% mais no segundo trimestre, beneficiada por diluição de despesas e crescimento de receita após vendas e lançamentos recordes para o período, e prevê um desempenho ainda mais robusto nos próximos meses.
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“Vamos ter um terceiro trimestre muito bom e um quarto ainda mais forte… Estamos otimistas com o segundo semestre, a despeito de volatilidades com a eleição”, disse à Reuters o copresidente da MRV, Rafael Menin.
O executivo reconheceu que o cenário eleitoral ainda está bastante indefinido, mas destacou que os candidatos com maior probabilidade de chegar ao segundo turno estão “confortáveis” com o atual programa habitacional, o que é um indício favorável para a continuação do Minha Casa Minha Vida (MCMV). “Temos tido conversas com os candidatos e os economistas responsáveis pelos projetos de governo… Eventualmente haverá alguns ajustes no programa, mas dificilmente será um modelo de ruptura”, comentou Menin.
Segundo ele, a expectativa de aceleração dos lançamentos se baseia em um bom avanço na aprovação de projetos. Ao fim de junho, a MRV acumulava estoque de terrenos equivalente a 43,2 mil unidades, ou R$ 6,51 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV), dos quais R$ 3 bilhões, ou 19,5 mil unidades, já tinham registro de incorporação.
Entre abril e junho, os lançamentos e as vendas contratadas cresceram 28,3% e 5,4%, respectivamente, em relação ao mesmo intervalo de 2017, marcando o melhor segundo trimestre na história da companhia, conforme antecipado na prévia operacional divulgada em 12 de julho.
Como resultado, o lucro líquido trimestral da MRV cresceu 17,9% ano a ano, para R$ 166 milhões, com alta de 0,2% na margem líquida, para 18,8%.
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A receita operacional líquida cresceu 7,4% na mesma base, para R$ 1,295 bilhão. Ao mesmo tempo, contudo, as despesas comerciais subiram 7,5%, para R$ 149 milhões, refletindo o aumento das vendas e a elevação pontual em valores pagos a título de comissão em meio à paralisação dos caminhoneiros e à Copa do Mundo.
A empresa ainda apurou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 248 milhões no segundo trimestre, alta de 29,9% na comparação anual, registrando o 24º trimestre consecutivo de geração de caixa.
Para Menin, o segundo trimestre teria sido ainda melhor não fosse pelo torneio de futebol, que reduziu o fluxo de visitas em plantões, levando os clientes a postergar a aquisição de imóveis. “Mas a intenção de compra já voltou ao normal em agosto, com os indicadores exatamente iguais aos de maio, que foi um mês muito bom”, afirmou o executivo.
Ainda de acordo com ele, a MRV desembolsou R$ 130 milhões entre abril e junho para aquisição de terrenos. No ano, a meta é investir por volta de R$ 500 milhões. “Ano que vem compraremos menos terreno, mas teremos desembolso similar porque há parcelas a serem pagas de terrenos comprados em anos anteriores”, contou.
O endividamento total da companhia somava R$ 3,122 bilhões ao fim de junho, antes de a MRV amortizar antecipadamente a 12ª emissão de debêntures simples no valor total de R$ 542,2 milhões em julho, para alongar o perfil da dívida. Enquanto isso, a alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda era de 0,54 vez, ante 0,36 em março e 0,59 vez em junho do ano passado.
Ainda no balanço, a MRV anunciou distribuição de R$ 310,1 milhões em dividendos aos acionistas.
Em 2018, as ações da construtora acumulam queda de pouco mais de 4%, enquanto rivais como Tenda e Direcional subiram cerca de 40% e 22%, respectivamente, desde o começo do ano.