O dólar fechou hoje (14) em queda, com movimento de correção depois de encostar em R$ 4,20 e bater nova máxima recorde de fechamento ontem (13), mas sem abandonar o noticiário que tem mantido a cautela eleitoral como pano de fundo.
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A moeda recuou 0,69%, a R$ 4,1667 na venda, encerrando a semana em alta de 1,52%. Na máxima, o dólar foi a R$ 4,2116 e, na mínima, R$ 4,1587. O dólar futuro tinha baixa de 1% no final da tarde.
“O cenário para os mercados emergentes aliviou e, como o real subiu muito ontem, abriu já tentando realizar”, afirmou a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte.
O mercado aguardava para depois do fechamento a divulgação de nova pesquisa Datafolha sobre intenção de votos. O levantamento encomendado pela XP Investimentos e divulgado nesta manhã mostrou que o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, manteve a liderança, enquanto quatro candidatos estavam em empate técnico na briga pela segunda posição.
Os investidores têm optado por posições defensivas enquanto buscam mais clareza sobre o desfecho eleitoral, ao mesmo tempo em que começam a questionar sobre possíveis intervenções do Banco Central com o dólar rondando o patamar de R$ 4,20, já que a moeda estava nesses níveis quando o BC atuou no final do mês passado.
“O BC também poderia estar esperando para ter um cenário mais claro para intervir no mercado de câmbio”, avaliou Fernanda.
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Para esta sessão, o BC apenas anunciou e fez leilão para rolagem do vencimento de swaps cambias tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, de outubro, no total de US$ 9,801 bilhões, dos quais já rolou US$ 4,905 bilhões.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
O desempenho doméstico, desta forma, acabou sendo contrário ao externo, onde o dólar subia ante a cesta de moedas, ajudado pela notícia da “Bloomberg” de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instruiu assessores a prosseguir com tarifas sobre US$ 200 bilhões a mais em produtos chineses.
O movimento de Trump vai na contramão das tentativas do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, de retomar as negociações com a China para resolver a guerra comercial.