O dólar opera com leve alta ante o real em um pregão hoje (21) com baixa liquidez e atenções voltadas para a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Fórum Econômico Mundial em meio ao caso de movimentações financeiras atípicas de Flávio Bolsonaro e a desaceleração no crescimento da economia chinesa.
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Às 10h41, a moeda norte-americana avançava 0,36%, a R$ 3,7696 na venda, após terminar a sessão anterior em alta de 0,22%, a R$ 3,7559. O dólar futuro operava em alta de cerca de 0,4%.
A sessão deve ser de baixo volume de negociações em razão do feriado do Dia de Martin Luther King nos Estados Unidos, onde os mercados permanecerão fechados.
O presidente Jair Bolsonaro embarcou ontem (20) rumo a Davos para participar do Fórum Econômico Mundial, acompanhado do ministro da Economia, Paulo Guedes, do ministro da Justiça, Sergio Moro, e de seu chanceler, Ernesto Araújo.
Segundo contou uma fonte à Reuters, o presidente deverá defender, em seu discurso, a agenda de reformas econômicas do governo e sinalizar a disposição do Brasil a fazer uma maior abertura comercial e desburocratização da economia.
Internamente, o mercado começa a olhar com mais cautela para a movimentação do governo com relação à reforma da Previdência. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” no sábado (19), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sinalizou que o governo deve optar por “uma transição bastante suave” na proposta de Previdência, em oposição a um “choque para a sociedade”.
“O mercado não gostou muito disso, mesmo sabendo que a reforma dos sonhos não será possível nesse momento, até pela complexidade, mas o mercado sempre fica com pé atrás com relação a essas declarações, especialmente no que diz respeito à profundidade”, avaliou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva. “Se será suave, no que ela resultará? O país precisa de reformas profundas e não de reformas suaves sob pena de estar tratando de um tema de tamanha complexidade sem a importância e profundidade que o mercado espera”, afirmou.
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Simultaneamente, o caso envolvendo movimentações atípicas do senador eleito e filho do presidente Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, ganha novos desdobramentos e começa a gerar incômodo entre investidores. “Por mais que o governo tente e queira separar o efeito Flávio Bolsonaro do governo, é difícil, o mercado não trabalha com essa isenção como o governo gostaria. Por mais que se tente insistir em declarar que ele não faz parte do governo, ele na realidade é filho do presidente. Não adianta querer dissimular porque o mercado vai associar sim”, afirmou.
Segundo reportagens do “Jornal Nacional”, da TV Globo, o Coaf identificou 48 depósitos de R$ 2 mil entre junho e julho de 2017 e um pagamento de pouco mais de R$ 1 milhão de um título bancário da Caixa Econômica Federal na conta de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual.
Em entrevista à Reuters ontem, o vice-presidente e atual presidente em exercício, general da reserva Hamilton Mourão, avaliou que o imbróglio “não tem nada” a ver com o governo.
No exterior, o mercado observa com cautela o menor crescimento da economia chinesa, que em 2018 desacelerou para o seu nível fraco em 28 anos sob o peso do enfraquecimento da demanda doméstica e das tarifas dos Estados Unidos.
O índice do dólar ante uma cesta de moedas, apesar disso, mantinha-se próximo da máxima em suas semanas, cotado em 96,377.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de fevereiro, no total de US$ 13,398 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.