O Ibovespa fechou em forte alta hoje (28), com sinais mais apaziguadores do front político servindo como argumento para ajustes após fortes perdas recentes, enquanto a volatilidade tende a continuar elevada no pregão, em meio às expectativas para a pauta econômica no país.
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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,7%, a 94.388,94 pontos. O volume financeiro somou R$ 17,4 bilhões.
Ontem (27), a bolsa paulista caiu 3,57%, para 91.903,40 pontos, encerrando na mínima do dia, em nova sessão contaminada por desconfianças com a cena política. No começo da semana passada, o Ibovespa tinha superado os 100 mil pontos pela primeira vez durante o pregão.
“A volatilidade aumentou e acho que pode permanecer alta até que a reforma seja aprovada”, afirmou o gestor de portfólio Guilherme Foureaux, sócio na Paineiras Investimentos.
Agentes financeiros vinham mostrando desconforto com o ambiente político, particularmente a articulação do governo para a aprovação do texto que muda as regras das aposentadorias, considerado crucial para a melhora fiscal do país, mas que vem enfrentando dificuldades no avanço de sua tramitação.
Na véspera, os presidentes da República, Jair Bolsonaro, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltaram a trocar farpas publicamente, um dia após a Câmara aprovar PEC que reduz margem de manobra do orçamento pelo governo. Nesta sessão, contudo, sinalizações mais apaziguadoras acalmaram os ânimos.
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara procuraram mostrar um discurso afinado em entrevista à imprensa após almoçarem juntos nesta quinta-feira e garantiram que, após os atritos políticos recentes, a reforma da Previdência vai deslanchar no Legislativo.
Mais cedo, Bolsonaro também disse que a crise com o presidente da Câmara é página virada e que, da sua parte, não há qualquer problema com o parlamentar. “Foi uma chuva de verão e agora o céu está lindo”, disse.
Na parte da tarde, foi a vez de o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, contribuir ao afirmar que “se Deus quiser” o relator da reforma na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara seria definido nesta quinta-feira, o que foi confirmado durante o ajuste de fechamento.
A CCJ é o primeiro colegiado em que a reforma da Previdência tramitará e a expectativa era de que o relator fosse anunciado no começo desta semana. Nesta quinta-feira, o presidente da CCJ disse que o deputado federal Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG) será o relator da proposta.
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“Hoje vimos sinais, mesmo que incipientes, de arrefecimento da crise política. Por ora, a despeito da volatilidade e de todos os ruídos, não parece haver nenhuma mudança substancial de cenário local”, afirmou o estrategista Dan Kawa, sócio na TAG Investimentos, em nota a clientes.
O cenário externo também continuou no radar, em meio a preocupações com o ritmo de crescimento da economia global, com o fechamento modesto mas positivo em Wall Street ajudando na recuperação das ações brasileiras.
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