O dólar quebrou uma série de quatro baixas e subiu no pregão de hoje (14), diante de dados mais fracos na China, incerteza comercial e ajustes técnicos, enquanto investidores aguardam novas notícias sobre o andamento da reforma da Previdência.
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A moeda norte-americana à vista subiu 0,91%, a R$ 3,8480 na venda. Na B3, o contrato referência para o dólar futuro tinha alta de 0,88%, a R$ 3,8520.
O real acompanhou a tendência global. Divisas de emergentes como o peso mexicano e rand sul-africano também caíram, afetadas pelo ambiente menos amigável a ativos de risco, diante de sinais de que uma resolução para a guerra comercial entre Estados Unidos e China levará tempo.
“As notícias de que os dois países adiaram uma nova rodada de conversas estão pesando, porque indicam que uma resolução para o problema comercial, que afetou os mercados em todo o mundo no ano passado, não está tão próxima”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil.
Mas o dólar subiu também puxado por uma recomposição de posições de investidores que, nos últimos quatro pregões, haviam se desfeito da moeda norte-americana. A ausência de novas notícias positivas no campo da reforma da Previdência abriu espaço para a retomada das compras.
Ontem (13), como esperado, a Câmara dos Deputados instalou a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), primeiro órgão colegiado que analisará o texto que muda as regras previdenciárias. O foco do mercado se volta para a proposta de novas regras para os militares, a ser encaminhada até dia 20 pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
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Nesse sentido, notícias de que o governo estuda elevar os bônus de militares como forma de reduzir o mal-estar com a categoria em relação ao ajuste nas regras previdenciárias também foram citadas como elemento a fortalecer o dólar nesta sessão.
“Todo o noticiário recente indica que o câmbio terá pela frente um período de maior volatilidade”, disse Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets. “Não vejo espaço para o dólar oscilar em patamar mais baixo.”
Desde a mínima do ano – de R$ 3,65, atingida em 31 de janeiro –, a moeda norte-americana acumula alta de 5,17%.
Em nota, estrategistas do Citi dizem que o mercado brasileiro “precificou completamente” a ideia de uma reforma da Previdência. “E há riscos de que a reforma seja substancialmente desidratada, conforme muitos partidos e líderes partidários têm se queixado do formato das negociações”, alertam.
O BC fez os leilões de rolagem de swap cambial tradicional e colocou, novamente, todo o lote de 14,5 mil contratos ofertados, ação que equivale à venda de dólar no mercado futuro. Em sete operações, o BC já rolou o equivalente a US$ 5,075 bilhões que inicialmente expirariam no começo de abril.
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