A Quinto Andar, empresa fundada por Gabriel Braga e André Penha em 2012 com a missão de conectar locadores e locatários online, captou, em novembro, R$ 250 milhões em um aporte liderado pelo fundo General Atlantic, atingindo um valor de mercado estimado em R$ 1,1 bilhão. Para gerir a operação, que inclui 86 mil visitas a imóveis agendadas mensalmente e a administração de imóveis em 15 cidades brasileiras, a startup emprega 570 funcionários baseados no espaço de coworking WeWork, na Avenida Paulista.
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Com a automatização de processos como o agendamento de visitas via app, a assinatura digital de contratos e a substituição do fiador por seguro-fiança para clientes com bom score de crédito, a Quinto Andar afirma reduzir o tempo para se alugar um imóvel de um mês para três dias, em média.
O impacto da startup no mercado imobiliário, segundo Braga, vai além da desburocratização: “Fomos entendendo que o aluguel é muito mais compatível com a flexibilidade e a mobilidade que as pessoas querem. Ao mesmo tempo, o processo de aluguel ainda é trabalhoso e ineficiente para viabilizar esse estilo de vida”.
O fundador da startup tem debatido com fundos imobiliários, construtoras e incorporadoras sobre as vantagens do mercado de aluguéis. Sua proposta é criar no Brasil algo parecido com os imóveis multifamília dos Estados Unidos, onde várias casas e apartamentos são construídos sob uma mesma escritura com o objetivo de locação.
Existem desafios relacionados à criação desse novo segmento no país. Um deles é o mapeamento preciso das demandas do mercado. Por isso, a startup considera a possibilidade de oferecer sua base de dados para orientar os players do setor em decisões como a localização ideal de prédios focados em locação, os valores ideais a serem cobrados dos inquilinos, as características mais procuradas nos empreendimentos e outros fatores que influenciam diretamente a atratividade desses imóveis.
“Por termos visibilidade do que acontece no mercado de forma granular, podemos ajudar empresas a projetar esses futuros empreendimentos de uma maneira inteligente”, aponta. A consequência esperada é o aumento de liquidez: “Uma nova categoria de moradia criada em parceria com construtoras vai produzir imóveis com vacância menor do que a média de mercado, com um retorno do investimento que é difícil obter hoje em dia”.
A empresa pretende continuar expandindo sua operação doméstica, mas não descarta uma expansão internacional: “Países conhecidos pela ineficiência e burocracia em processos de locação são um prato cheio para nós, tanto na América Latina quanto na Europa. É importante ter ambição e pensar grande, mas também é bom ter a consciência de dar um passo de cada vez”.
Reportagem publicada na edição 64, lançada em janeiro de 2019