Em 2004, enquanto estudava negócios internacionais em Nova York, o executivo de relações internacionais Hasani Damazio tomou contato com a figura do investidor-anjo – na ocasião, empreendeu em um negócio de marketing digital e, graças a essa modalidade de investimento, sua startup conseguiu dar os primeiros passos.
LEIA MAIS: Melhores empregadores para diversidade na América em 2019
A motivação de se tornar ele próprio um investidor-anjo o acompanhou desde então, até que no fim de 2017 Damazio criou o Afro.Estate, um fundo de investimentos de R$ 1 milhão voltado a apoiar empresas iniciantes criadas ou lideradas por afrodescendentes – um universo estimado em 13 milhões de empreendedores em todo o Brasil.
Ao longo de 2018, Damazio buscou empresas com esse perfil em todas as regiões do país e realizou cinco investimentos entre R$ 50 mil e R$ 250 mil para capitalizar as startups. Uma delas foi a Afropolitan Station, uma franquia de loja colaborativa cuja primeira unidade foi inaugurada na Rua Rego Freitas, na República, no centro de São Paulo, e reúne 54 grifes de empreendedores afro-brasileiros, com marcas ligadas a moda, acessórios, decoração, gastronomia e literatura. Outros empreendimentos são nas áreas financeira, software e tecnologia da informação.
A intenção do fundo, cujos recursos disponíveis não foram totalmente investidos, é apoiar 100 startups nos próximos dez anos, com a geração de 1.000 postos de trabalho.
Para 2019 a meta é apoiar mais cinco empresas e, a partir de 2020, buscar outros investidores-anjo dispostos a investir na comunidade empreendedora afrodescendente. “No Brasil, ainda há certo tabu em se falar de criar inclusão social por meio do capital. Mas são os empreendedores que resolvem os problemas da sociedade por meio de seus produtos e serviços”, diz Damazio.
Reportagem publicada na edição 66, lançada em março de 2019
Siga FORBES Brasil nas redes sociais: