Resumo:
- Parcerias com marcas de tênis são quase sempre os acordos de patrocínio mais rentáveis para jogadores da NBA, a liga de basquete norte-americana;
- Michael Jordan ainda é o maior nome desse negócio, seu contrato com a Nike compõe 90% de sua renda anual atual;
- Kobe Bryant, LeBron James e Kevin Durant estão entre os maiores acordos.
Michael Jordan não joga na NBA há quase duas décadas, mas as apostas dos fãs e da mídia sobre quem é o “maior de todos os tempos” continua, impulsionadas em grande parte pelo brilho de LeBron James. LeBron ultrapassou Jordan em março na lista de maiores pontuadores e tem nove finais da NBA. Kobe Bryant está à frente de ambos os jogadores em pontos e faturou cinco títulos da NBA antes de se aposentar. O técnico do Houston, Daryl Morey, afirmou neste mês que James Harden é melhor marcador do que Jordan.
Mas quando se trata de tênis, ninguém chega perto.
A receita da marca de Jordan pela Nike atingiu US$ 3,14 bilhões no ano fiscal que terminou em maio de 2019, 10% a mais do que em 2018. A estimativa do faturamento anual de MJ é de US$ 130 milhões, quatro vezes mais que de James, com US$ 32 milhões. Indiscutivelmente, 16 anos depois da última vez que ele amarrou seus próprios tênis na quadra, mais sapatos e roupas da marca Jordan estão sendo vendidos do que as linhas assinadas por todos os demais jogadores da NBA combinadas.
“Jordan tem sido conhecido mais como marca de estilo de vida”, diz John Kernan, analista da Cowen & Co. “Há um enorme potencial. Pode ser muito maior do que uma marca de US$ 3 bilhões”. Kernan cita o talento de Jordan em sua capacidade de criar novas cores, relançar produtos e gerenciar a equação de oferta e demanda para manter os preços altos. A marca saiu do universo do basquete por meio de parcerias com o clube de futebol francês Paris Saint-Germain e o futebol universitário do Michigan.
A linha ganhou outro toque de marketing no mês passado, quando a Nike assinou um contrato com Zion Williamson, principal escolha do Draft da NBA (recrutamento de jogadores da liga), em 2019. Depois de um ano na Duke, Williamson entra na liga como provavelmente o novato mais rentável desde LeBron, em 2003, e ele vai jogar vestindo Jordans. Seu jogo encaixa perfeitamente na estratégia de marketing da Nike e em como o conteúdo da NBA é consumido nas mídias sociais em todo o mundo.
“Se Zion sobreviver ao hype, será uma fonte constante de criação de conteúdo para a Nike”, diz Kernan. “Os atletas são muito rentáveis com as mídias sociais, e a Nike participará de todo esse conteúdo toda vez que ele fizer algo memorável”.
Zion não foi um negócio barato para a gigante esportiva de US$ 39 bilhões. Seu contrato vale cerca de US$ 13 milhões por ano, incluindo incentivos alcançáveis, e ocupa o quinto lugar entre os acordos atuais de jogadores da NBA. Uma linha própria é praticamente certa no futuro próximo.
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É um caminho lucrativo para a carreira. Uma parceria com marcas de tênis é quase sempre o patrocínio mais rentável para jogadores da NBA, normalmente, representando mais da metade de sua receita extraquadra. Os royalties de Michael Jordan na Nike compõem 90% de sua renda anual atual e agora totalizam US$ 40 milhões a mais do que os US$ 90 milhões que ele fez durante seus 15 anos jogando para o Chicago Bulls e o Washington Wizards.
Basquete e futebol são os únicos esportes de equipes realmente globais, e é por isso que marcas como Nike, Adidas e Under Armour estão dispostas a pagar tais quantias para as estrelas desses esportes. Os jogadores podem ser usados em campanhas de marketing no mundo todo.
De acordo com a NBA, a China tem 300 milhões de pessoas que jogam basquete e é um mercado importante para as marcas de tênis. LeBron James, Stephen Curry e outras estrelas fazem peregrinações ao país quase todos os verões para aparições em cidades de todo o país. As viagens são o preço para obter um acordo anual com marcas de tênis de US$ 10 milhões. A China é um mercado de US$ 7 bilhões para a Nike e representou 40% do crescimento de vendas da empresa no ano passado.
Há 14 estrelas atuais ou antigas da NBA que ganham pelo menos US$ 9 milhões com contratos de calçados, segundo a contagem da Forbes, com base em conversas com membros de basquete. Os nomes vão Michael de Jordan (US$ 130 milhões) até Klay Thompson (US$ 9 milhões). Os acordos de tênis da NBA se dividem em bônus potenciais para vendas, prêmios individuais e desempenho da equipe. Nossas estimativas anuais de contrato são baseadas em jogadores que são All-Stars e participantes de playoffs e ganham lucro em cima de sapatos assinados com vendas fortes. Bônus para prêmios de MVP e títulos da NBA aumentam ainda mais os totais.
A Nike, com Jordan, tem acordos com nove desses 14 jogadores, o que ajudou a empresa a conquistar 86% do mercado de desempenho de basquete dos EUA em 2019, de acordo com o analista da NPD Matt Powell. Under Armour (6,9%) e Adidas (5,5%) lutam pelas sobras da Nike. A Adidas tem três grandes parcerias, enquanto Under Armour, Anta e Li-Ning têm um jogador ganhando pelo menos US$ 9 milhões.
Como a Nike e a Adidas dão mais ênfase a vestuário e calçados do estilo “lifestyle”, os jogadores da NBA são parceiros naturais de patrocínio, com influência significativa da liga na moda e na cultura pop. Veja abaixo os acordos mais importantes:
Klay Thompson (Anta) / US$ 9 milhões
O jogador deixou a Nike para se juntar à Anta durante a temporada de 2014/2015, além de assinar um contrato estendido com a marca chinesa em 2017. As visitas anuais de Thompson à China têm sido um sucesso nas mídias sociais e até lançou a hashtag “#ChinaKlay”.
Damian Lillard (Adidas) / US$ 10 milhões
O Adidas Dame foi o tênis com assinatura de jogadores da NBA mais popular do ano passado (tirando os de Jordan). Adidas conseguiu uma parceria de dez anos com Lillard em 2014.
Giannis Antetokounmpo (Nike) / US$ 10 milhões
O melhor jogador da NBA de 2019 recebeu uma grande recompensa da Nike quando re-assinou com a empresa no final de 2017. Seu acordo anterior pagava cerca de US$ 20 mil por ano. O primeiro calçado assinado pelo “Greek Freak” foi revelado em junho.
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Derrick Rose (Adidas) / US$ 11 milhões
O melhor jogador da NBA em 2011 teve um ano de recuperação com o Minnesota depois de lesões que prejudicaram sua carreira quando ele se desligou do Chicago Bulls em 2012. Mas as vendas para sua linha assinada na Adidas permanecem mornas desde que a marca alemã de roupas esportivas assinou novamente com Rose em 2012 (seu contrato anterior pagava US$ 1 milhão por ano). O D Rose 10, lançado em janeiro, foi seu décimo tênis.
Kyrie Irving (Nike) / US$ 11 milhões
Os tênis assinado pelo novo armador do Brooklyn Nets são um dos best-sellers da NBA desde que foram lançados há quase cinco anos. A Nike lançou uma colaboração neste verão com a Nickelodeon para uma coleção Bob Esponja x Kyrie. Irving é um grande fã do desenho animado, e as cores são inspiradas por seus personagens.
Russel Westbrook (Jordan) / US$ 12 milhões
Pela oitava vez, em 2017, o All-Star estendeu seu acordo com a Jordan Brand por mais dez anos. Westbrook recebeu seu primeiro sapato assinado, o Why Not Zero, no último verão.
Dwyane Wade (Li-Ning) / US$ 12 milhões
Wade se juntou à marca chinesa Li-Ning em 2012 depois de vestir Converse e Jordan no início da carreira. O tricampeão da NBA assinou um acordo vitalício com a linha de assinatura Way of Wade com Li-Ning no ano passado, antes da temporada final da NBA.
Zion Williamson (Jordan) | US$ 13 milhões
Williamson já é um dos jogadores mais populares no Instagram antes da estreia na NBA. Ele tem 4,1 milhões de seguidores na plataforma de mídia social. A Nike conquistou o melhor jogador do basquete universitário após uma feroz briga com a Adidas e a Puma.
James Harden (Adidas) | US $ 14 milhões
O contrato estendido de Harden com a Adidas em 2015 vale por 13 anos e rende até US$ 200 milhões, incluindo royalties e bônus. Ele deu uma prévia de seu próximo tênis quando foi visto durante um treino usando o Harden Vol. 4
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Kobe Bryant (Nike) / US$ 16 milhões
O Mamba Day é comemorado anualmente em 24 de agosto, data que combina os números de duas camisas de Bryant, 8 e 24. A Nike continuou a tendência neste verão, três anos após sua aposentadoria, com uma série de lançamentos de edição limitada. Bryant continua sendo muito popular na China, onde seus calçados são quase uma commodity.
Stephen Curry (Under Armour) / US$ 20 milhões
A Under Armour usou Curry como principal recurso no negócio de basquete quando assinou com ele em 2013. Foi um bom momento para a empresa de Kevin Plank. Curry não era um All-Star na época, mas desde então ganhou dois prêmios MVP e três títulos da NBA. Curry convenceu a Under Armour a lançar versões em tamanhos menores, para garotas, depois que uma jovem fã escreveu uma carta para ele no ano passado solicitando a mudança. Curry entregou a Riley Morrison, 9 anos, o primeiro Curry 6 em seu tamanho em março.
Kevin Durant (Nike) / US$ 26 milhões
Rich Kleinman, sócio de Durant, diz que a Nike vende mais sapatos KD na China do que na América do Norte. A franquia Durant Nike cresceu dois dígitos em 2019, segundo a Cowen.
LeBron James (Nike) / US$ 32 milhões
James assinou um acordo vitalício com a Nike no final de 2015. Seu parceiro de negócios, Maverick Carter, disse à revista “GQ” que a parceria vale mais de US$ 1 bilhão. James terá de continuar a promover o produto durante sua aposentadoria para chegar ao valor. Seu primeiro contrato com a Nike foi de US$ 90 milhões ao longo de sete anos.
Michael Jordan (Jordan) / US$ 130 milhões
O salário de Jordan na Nike já percorreu um longo caminho desde que a empresa o contratou em 1984, com um acordo de cinco anos no valor de US$ 500 mil por ano. O Air Jordan XXXIII lançado no ano passado foi o primeiro a usar um sistema de aperto a cabo.
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