Resumo:
- A desvalorização do yuan chinês e a queda das tarifas norte-americanas são práticas econômicas tradicionais em situações como a atual guerra comercial;
- No entanto, essas atitudes dos governos afetam o bolso da população de forma significativa, e é aí que entram as criptomoedas;
- Entenda por que as moedas digitais se beneficiam dessas táticas governamentais.
Dinheiro fácil e a guerra comercial criaram um problema de credibilidade para bancos centrais e para os governos responsáveis por grandes moedas. Isso na verdade é positivo para criptomoedas, que emergiram como uma alternativa de valor, de acordo com alguns experts da criptoeconomia.
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Alex Karasulu, co-fundador e CEO da OptDyn, uma plataforma de blockchain, é um deles. “No século 20, vimos a queda de moedas lastreadas em ouro abrir caminho para a práticas como a manipulação de moedas fiduciárias”, diz Karasulu. “O patamar do ouro nos manteve na linha em relação a gastos e dívidas e também limitava as opções que os bancos centrais tinham. Esses fatores se juntam à erosão gradual da globalização e à recente guerra comercial e contribuem para a manipulação de moedas fiduciárias.”
Essa tendência é muito evidente na guerra comercial entre Estados Unidos e China. Os dois países vêm manipulando suas moedas em tentativas de consertar acordos que falharam, de acordo com Karasulu. “Vimos essa dinâmica com a queda reacionária do yuan chinês após falhas em acordos”, ele disse. “Os Estados Unidos estão fazendo o mesmo, mas com métodos indiretos como a queda das tarifas, o que piora as dívidas à medida que o empréstimo de dinheiro fica mais barato.”
O resultado? “As pessoas não confiam mais na independência dos bancos centrais”, afirma Karasulu.
“As pessoas estão preocupadas com a instabilidade das moedas tradicionais. Vi um crescimento das criptomoedas no Reino Unido, competindo com a queda da libra esterlina”, comenta Richard Dennis, CEO e fundador da temtum, uma plataforma de manipulação de criptomoedas. “Muitas pessoas perderam a confiança no governo, por isso colocam seu dinheiro em moedas não controladas pelo governo, e sim por empresas.”
Isso inclui o bitcoin e outras grandes criptomoedas. “Políticas monetárias baseadas em matemática, em vez de governos e agências, estão começando a atrair investidores”, diz Chris Reinertsen, diretor de marketing da empresa Rhythm Technologies. “O bitcoin foi feito para ser um refúgio seguro de moedas controladas pelo governo, mas com guerras comerciais, cada vez mais investidores procuram alternativas para evitar os erros do passado.”
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Karasulu concorda. “O apelo óbvio do bitcoin e das outras criptomoedas é a imunização à manipulação. E, ao contrário do ouro ou outros metais preciosos, ele não tem empecilhos físicos para seu armazenamento. Nenhuma instituição pode tirar de você seu bitcoin ou o valor dele”, ele pontua. “Não existe afrouxo monetário. Nenhum país vai desvalorizar seu bitcoin em uma guerra comercial.”
No entanto, isso parece bom demais para ser verdade. Bancos centrais e governos nunca deixarão nenhuma moeda descentralizada tomar o lugar das moedas nacionais, como já foi discutido antes.
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