Resumo:
- Hollywood não é conhecida por seus sets sustentáveis, mas o ator Wesley Snipes quer mudar isso em seu novo filme, “Payline”;
- A produção não medirá esforços para anular a emissão de carbono das filmagens.
O ator Wesley Snipes e a produtora Dawn’s Light Media estão trabalhando em “Payline”, filme sobre o roubo de um cassino que terá emissão zero de carbono.
Hollywood suga energia de todos os lados nos sets: do bufê de comida aos grandes equipamentos utilizados por poucos dias apenas, quando não por algumas horas. Jason Cherubini, chefe de finanças e operações da Dawn’s Light Media e produtor do “Payline” junto a Richard Switzer, diz que a mudança para um set mais ecológico não é assustadora como pode parecer. “É preciso mais empenho, e uma organização mais cuidadosa na produção do filme.”
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A maior pegada de carbono, ele explica, vem dos sets em si, que às vezes são construídos para uma única cena e depois explodem, como nos filmes de ação, ou simplesmente são destruídos. “Nós construímos produtos para usar uma única vez e descartar”, diz.
Não precisa ser assim. Os materiais têm outros propósitos, podem ser reciclados, passados a construtores locais, e as produções também podem criar sets reciclando por inteiro ou parcialmente outros já existentes.
O que Cherubini, Snipes e a equipe do “Payline” querem fazer não é nada extraordinário. “Não se trata de nada complexo. Estamos adotando o que outras pessoas já fizeram fora do cinema. Isso apenas exige um esforço adicional”, afirma Cherubini, que foi para a indústria de filmes com um histórico em finanças e energia renovável.
Mas deve custar mais, certo? Não muito, estima o executivo. “Eu ficaria surpreso se essas mudanças representassem mais de 10% dos custos atuais.”
O Sindicato dos Produtores da América (o Producers Guild) tem um “guia verde”, mas ele não é suficiente, segundo Cherubini. É por isso que a Dawn Light Media espera poder acumular conhecimento e criar um manual mais completo e atualizado para a indústria, o que estimulará outros produtores e diretores a pensar mais sobre o processo de produção.
Algumas mudanças são relativamente fáceis, como a remoção de geradores a diesel dos sets, já outras precisam de alguma forma de compensação ou neutralização. Viagens e transporte, por exemplo, podem ser minimizados até certo ponto, mas o restante deve ser neutralizado com alguma forma de compensação. “A grande maioria das mudanças, no entanto, é feita de coisas pequenas. “Se conseguimos mostrar o custo-benefício, mais pessoas na indústria adotarão”, diz Cherubini.
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O executivo se inspirou na equipe de “Homem-Aranha 3”, que fez um vídeo de 5 minutos para mostrar como o set contou com escolhas mais ecológicas: foram usadas bicicletas para deslocamento, vetados plásticos descartáveis etc. E o filme foi lançado em 2007, mais de uma década atrás.
“Estamos falando de ideias básicas, mas que soavam modernas à época”, diz Cherubini. “De lá para cá, vimos vendedores oferecerem modelos mais ecológicos, mas não vimos ninguém com uma abordagem realmente inclusiva do começo ao fim.”
Ele disse que Wesley Snipes se interessou pelo modelo e pelos meses extras necessários para preparar o set mais ecológico, o que levou a uma boa parceria entre a Dawn Light Media e Snipes. “Nosso objetivo é mostrar como ter uma produção certificada, com 100% de energia renovável, é fazer uma declaração de amor ao meio ambiente e à comunidade, e ainda terminar com um filme ótimo na mão”, declarou o ator. “Há uma nova geração de cinema indie em um mundo movido a 5G.”
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