O dólar engatou a quarta alta consecutiva frente ao real hoje (27), cravando uma nova máxima em cerca de um ano, mas terminou longe dos picos da sessão, em dia em que o Banco Central anunciou operação extraordinária de dólares no mercado à vista no momento em que a moeda ameaçava o patamar de R$ 4,20.
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A atuação do BC não foi conjugada com nenhum outro instrumento. Foi a primeira vez em dez anos que a autoridade monetária recorreu a uma oferta direta de dólar no mercado spot sem relação com outras ferramentas e sem compromisso de recompra.
Há pouco, a autoridade monetária anunciou que ofertará na quarta-feira (28) até US$ 1,5 bilhão em dólar à vista com compromisso de recompra, além de realizar leilões de venda de até US$ 550 milhões à vista conjugados com oferta de swaps cambiais reversos.
O dólar à vista subiu 0,45%, a R$ 4,1581 na venda. É o maior patamar desde 14 de setembro de 2018 (R$ 4,1667 na venda). Na máxima intradiária, a cotação bateu R$ 4,1956 na venda. Pela taxa de compra, o pico foi de R$ 4,1943, maior patamar durante os negócios desde 17 de setembro do ano passado (R$ 4,2033 na compra).
Foi justamente depois de o dólar bater essa máxima que o BC anunciou a operação de venda de dólar à vista.
Para analistas, a atuação do BC adiciona um fator “imprevisibilidade” no mercado, o que pode ter efeito de impor um “teto” para o dólar.
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“O BC mostrou os dentes”, disse Italo Lombardi, estrategista para mercados emergentes do Crédit Agricole em Nova York. “O BC colocou seu limite, percebeu que o movimento estava exagerado”, acrescentou.
A atuação extraordinária ocorreu após o salto do dólar na esteira de comentários do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que foram interpretados como sinal de falta de disposição da autarquia em atuar de forma mais incisiva no câmbio.
“O real nos últimos dias tem tido desvalorização um pouquinho acima, mas está bem dentro do padrão normal”, disse Campos Neto em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, nesta terça-feira.
A alta do dólar tem sido alimentada pelo exterior, onde a moeda também tem se valorizado diante da busca dos investidores por segurança num cenário de guerra comercial entre EUA e China e desaceleração de economias centrais.
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