A decisão da China de deixar o yuan se desvalorizar para além do nível antes tido como sagrado sinaliza que a atual disputa comercial pode evoluir para uma guerra cambial, injetando volatilidade nas moedas e aumentando a pressão sobre os mercados globais.
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Hoje (5), o banco central da China permitiu que o yuan rompesse o nível de 7 por dólar pela primeira vez em 11 anos, um movimento visto como uma resposta direta à escalada do conflito comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, depois da ameaça de mais tarifas sobre os produtos chineses.
A disposição da China de usar sua moeda para compensar o impacto de uma disputa comercial que já dura um ano é de enorme importância simbólica, se não econômica: mostra que o país asiático está preparado para usar sua taxa de câmbio como uma ferramenta para responder de maneira assimétrica às tarifas de Trump.
Para os mercados globais, a medida abre uma nova frente que poderá aumentar drasticamente a volatilidade no mercado cambial após um período prolongado de calmaria, especialmente se encorajar outros países a tentar enfraquecer suas moedas para proteger suas economias de uma desaceleração global.
“Esta é a introdução formal das moedas na guerra comercial”, disse Richard Benson, diretor de investimentos de portfólio da gestora Millennium Global. Benson disse que se tornou extremamente difícil prever para onde as moedas irão daqui para a frente -os fundamentos econômicos lhe dizem para comprar o dólar, mas o risco de Trump pode ter incentivado alguma venda da divisa norte-americana.
Nesta segunda-feira, já estava claro quais eram as moedas vencedoras e perdedoras. O yuan sofria sua maior queda desde 2015, embora analistas observem que a desvalorização parece ordenada e as autoridades chinesas estão confortáveis com o movimento até agora.
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O iene japonês, considerado um ativo de segurança, subiu para máxima em sete meses, com o dólar cotado abaixo de 106 ienes. O principal diplomata do Japão para assuntos cambiais alertou investidores que o país está pronto para intervir se ganhos excessivos no iene ameaçarem prejudicar a economia japonesa, dependente de exportações.
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