O dólar oscilava entre estabilidade e leve queda hoje (27), mas ainda perto de R$ 4,16, com investidores evitando grandes movimentações após dias marcados por ruídos políticos nos Estados Unidos, sinalização de novos cortes de juros no Brasil e discursos de autoridades do Banco Central sobre atuações no câmbio.
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Às 11:40, a moeda norte-americana recuava 0,09%, a R$ 4,1580 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro mais líquido tinha queda de 0,32%, a R$ 4,1575.
Na semana, a cotação ainda tem ligeira alta, de 0,08%. A variação modesta, contudo, se segue a uma forte elevação de 1,6% na semana anterior, o que indica estabilização da moeda norte-americana em patamares mais altos, evidência da percepção do mercado de que a taxa “justa” para o dólar tem permanecido bem acima dos R$ 4.
Mesmo depois de disparar mais de 8% em agosto, o dólar ainda não encontra alívio em setembro, período em que acumula ganho de cerca de 0,5%. O mercado tem se dividido entre os conflitos comerciais entre EUA e China, a queda nos diferenciais de juros e o constante fluxo de saída de dólares do mercado local, movimento que tem persistido e sido abordado por autoridades do Banco Central.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, falará em evento em São Paulo ainda nesta manhã. Na véspera, Campos Neto citou essa dinâmica dos fluxos como um fator a pressionar a taxa de câmbio e afirmou que, nesse contexto, o BC tem atuado no mercado via oferta de moeda no mercado à vista.
O BC vendeu nesta sexta-feira US$ 400 milhões em moeda spot, de oferta de até US$ 580 milhões, e 8 mil contratos de swap cambial reverso (oferta de 11.600 contratos).
A queda dos juros também tem afetado o câmbio. Com a Selic na mínima histórica de 5,50% ao ano e podendo cair mais, a expectativa é que o prêmio de risco oferecido por aplicações em reais vis-à-vis os retornos dos Treasuries caia a novas mínimas históricas, o que reduz a atratividade da moeda brasileira.
“Um corte agressivo adicional de juros pelo BC poderia ampliar a volatilidade do real devido ao carry mais baixo”, disse o Goldman Sachs em relatório recente, notando que o real tem tido performance pior do que outras moedas emergentes desde o fim de julho.
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