O dólar voltou a subir forte ante o real hoje (15), fechando no maior valor em três semanas, com investidores buscando a moeda norte-americana para proteger posições em outros mercados.
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A divisa doméstica amargou o pior desempenho nos mercados globais de moedas, em meio a incertezas locais e à menor atratividade do real como moeda de rendimento.
A performance mais fraca da divisa brasileira neste pregão deu sequência a movimento similar visto desde meados da semana passada, quando o mercado fortaleceu apostas de corte da Selic depois de o Brasil ter registrado inesperada deflação em setembro.
Com o cenário inflacionário adquirindo contornos ainda mais benignos, cresce a expectativa de corte de juros, o que por tabela reduz o retorno das aplicações em real, desestimulando atração de capital para a renda fixa.
Contratos de juros futuros embutiam nesta sessão 96% de chance de redução de 0,50 ponto percentual na reunião de política monetária do Banco Central no fim de outubro e 86% de probabilidade de alívio na mesma magnitude na decisão de dezembro. A Selic está atualmente na mínima histórica de 5,50% ao ano.
Desde 9 de outubro – quando o IBGE divulgou inesperada deflação no Brasil em setembro -, o real se desvalorizou 0,89% ante o dólar (até dia 14), enquanto o índice MSCI para moedas emergentes subiu 0,69% no mesmo período.
“O ciclo de cortes de juros no Brasil é um risco de primeira ordem à força do real”, disseram em nota Kamakshya Trivedi e Davide Crosilla, estrategistas do Goldman Sachs. Eles ainda mantêm recomendação comprada (apostando na alta) em real, mas financiada não em dólar ou euro, mas em peso chileno – numa indicação da fragilidade de apostas na moeda doméstica. “De forma geral, os riscos às posições compradas em real aumentaram e as notícias positivas de China-EUA diminuíram algumas pressões sobre o peso chileno”, afirmaram.
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Dados do BofA mostram que o diferencial de “carry” (retorno) pago pelo real é de pouco mais de 2%, bem atrás do de pares emergentes como peso mexicano (quase 6%), rupia indiana (5%), rupia indonésia (5%), rublo russo (perto de 5%) e rand sul-africano (também próximo de 5%).
O dólar à vista subiu 0,89%, a R$ 4,1653 na venda, nesta terça-feira. É o maior nível para um encerramento desde 24 de setembro (R$ 4,1695 na venda). A valorização diária é a mais intensa desde 7 de outubro (+1,17%).
Na B3, o contrato de dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 1,15%, a R$ 4,1785.
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